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IPOs em 2024: como deve ser cenário após jejum de dois anos

IPOs em 2024: como deve ser cenário após jejum de dois anos

Após mais de dois anos sem aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de valores brasileira, a B3 ($B3SA3), na maior seca desde 1998, o mercado espera que 2024 fique marcado por entradas. O cenário parece promissor desde já, com a bolsa tomando fôlego e atingindo máximas históricas na última semana do ano. 

O Bank of America projeta que, com a retomada dos IPOs em 2024, as captações em bolsa possam atingir até R$ 120 bilhões em um período de 18 meses, com início já no primeiro semestre do ano. A conta considera IPOs, ofertas subsequentes de ações (follow-on) e negociações em bloco.

A última empresa a abrir capital na B3 foi a Vittia (VITT3), em agosto de 2021.

“Estamos estimando um mercado de mais de R$ 100 bilhões e que pode chegar até a R$ 120 bilhões em captações, se vier a tempestade perfeita, com o corte de juros do Federal Reserve, o banco central americano”, diz Hans Lin, o corresponsável pela área de banco de investimentos do BofA no Brasil.

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IPOs em 2024: o que esperar?

A SulAmérica Investimentos, em evento com jornalistas em novembro de 2023, reforçou as previsões de um cenário forte de IPOs em 2024, sobretudo nos setores de saneamento, energia elétrica, petróleo e tecnologia. Os follow-on também devem permanecer em alta durante o ano, em uma diversidade maior de segmentos.

A instituição calcula que apenas os IPOs devem movimentar R$ 20 bilhões em 2024 – juntando com as ofertas subsequentes de ações, a cifra sobe para cerca de R$ 50 bilhões.

Já o Itaú (ITUB4), contando apenas IPOs, trabalha com um cenário-base mais conservador, de cinco aberturas de capital. A expectativa é de 25 a 35 transações ao todo no ano, com follow-ons, e uma movimentação de R$ 50 bilhões a R$ 70 bilhões.

O que deve impulsionar esse processo é a queda da taxa de juros local, que já acontece desde agosto de 2023, levando a Selic para o patamar de  9% ao final de 2024, conforme projeção do último boletim Focus. A captação de recursos via follow-on também deve ajudar na redução do endividamento das empresas, que cresceu com a alta dos juros e da inflação e levou a um cenário cascata de recuperações judiciais no último ano.

Para 2024, em um cenário otimista, a EQI Research projeta que o Ibovespa alcançará 160 mil pontos, cerca de 20% superior ao nível atual. 

Após um 2023 bastante desigual, com uma subida forte da bolsa a partir de novembro, cremos nas forças impulsionadoras desse efeito de consolidação ao longo de 2024, sendo a principal delas a mudança de expectativas sobre a tendência dos juros americanos”, diz o documento assinado pelo head Luís Fernando Moran.

Nos últimos dois anos, o retorno dos IPOs foi projetado diversas vezes, mas incertezas globais atrasaram os planos das empresas, atraindo mais volatilidade aos mercados. O início de 2022 foi marcado pela guerra na Ucrânia, com o fim do ano localmente arrastado pelo risco fiscal no Brasil e a mudança de governo. O maior desestímulo, segundo especialistas, é a alta de juros por todo o mundo, em especial nos Estados Unidos.

As taxas tiraram o apetite ao risco dos investidores e desincentivaram as empresas a estrearem nas bolsas de valores, abrindo caminho para o investimento na renda fixa. 

Agora o mercado se conforta com a perspectiva de maior estabilidade para 2024, sobretudo com a expectativa de três cortes de juros nos Estados Unidos, com chances de começarem já em março. O clima de otimismo pode contribuir com quedas de juros por todo o mundo: o Bank of America prevê que os bancos centrais irão realizar mais de 150 cortes de juros no próximo ano.

Segundo um levantamento do jornal Estadão, o mercado conta com dezenas de empresas atentas ao cenário de IPOs em 2024. Entre elas estão:

  • Pacaembu – Imobiliário
  • Tegra – Imobiliário
  • Kallas – Imobiliário
  • Diagonal – Imobiliário
  • Aegea – Saneamento
  • Iguá – Saneamento
  • CTG Brasil – Energia
  • Rio Energy – Energia
  • Rio Alto – Energia
  • 2W Energia – Energia
  • Cimed – Farmacêutica
  • Eurofarma – Farmacêutica
  • União Química – Farmacêutica
  • Flora – Bens de consumo
  • Oba Hortifruti – Varejo
  • Kalunga – Varejo
  • Nadir Figueiredo – Produtos de vidro
  • V.tal – Infraestrutura digital
  • Automob – Concessionária de automóveis

O ano de 2023 movimentou R$ 31 bilhões em follow-ons – uma queda expressiva em relação aos R$ 58 bilhões de 2022. No ano, o resultado foi amplamente beneficiado pela privatização da Eletrobras, que levantou R$ 33,7 bilhões. Em 2024, algo parecido pode ocorrer com a venda de ações da Sabesp, planejada pelo governo do Estado de São Paulo, em até R$ 20 bilhões.