O Ibovespa hoje (10) fechou em alta de 0,69%, aos 159.074 pontos, em dia de Super Quarta. Ao longo do dia, a bolsa de valores variou entre 159.690 e 157.658 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23 bilhões.
O principal gatilho positivo do dia foi o IPCA de novembro, que subiu 0,18% — abaixo do consenso — reforçando o processo gradual de desaceleração inflacionária.
A leitura qualitativa também agradou. Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Investimentos, o dado veio “exatamente em linha” com o que a casa projetava e mostrou melhora em serviços e núcleos.
“Foi um número bom”, afirma. “A abertura mostrou avanço em serviços e desaceleração nos núcleos. No qualitativo, tivemos boas notícias.”
Ele pondera, porém, que a inflação de serviços ligados a mão de obra segue requerendo atenção:
“Essa componente continua acelerando e depende de uma desaceleração mais clara do mercado de trabalho daqui para frente.”
Ainda assim, Kautz reforça que o quadro geral é construtivo:
“A inflação, aos poucos, vai desacelerando e mostrando sinais melhores. Não deve ser suficiente para o Banco Central cortar os juros na decisão de hoje, mas ajuda a construir o cenário para cortes ao longo de 2026.”
A avaliação do economista se conecta diretamente ao pano de fundo da Super Quarta, que concentra as decisões do Fed e do Copom.
Segundo ele, o evento deve “ser marcado por decisões amplamente precificadas e por uma comunicação decisiva para orientar o rumo dos juros em 2026”.
Fed: corte esperado
O Fomc, que é o comitê de política monetária do Federal Reserve, decidiu reduzir a taxa de juros dos EUA em 25 pontos-base, ou 0,25 ponto percentual (p.p.), para intervalo de 3,50% a 3,75%, em linha com as projeções do mercado. O comunicado indica que o Fomc está mais cauteloso sobre novos cortes adiante.
A decisão do colegiado, no entanto, foi dividida. Os diretores Austan D. Goolsbee and Jeffrey R. Schmid votaram pela manutenção da taxa de juros. Já Stephen Miran votou por um corte maior, de 50 pontos-base.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o movimento foi amplamente antecipado e não alterou de forma significativa a perspectiva de política monetária para 2025.
Segundo Kautz, o ponto central da decisão foi a manutenção das projeções de juros para o próximo ano — apenas mais um corte está previsto, contrariando expectativas de algumas instituições de que o Fed pudesse adotar um tom mais brando. O Comitê revisou o PIB de 2026 ligeiramente para cima, efeito que o economista atribui ao “rebote” provocado pelo recente shutdown do governo dos Estados Unidos. Já a projeção de inflação foi reduzida apenas em 0,10 ponto percentual, movimento considerado praticamente irrelevante.
Kautz destaca ainda que o shutdown afeta a qualidade dos dados econômicos disponíveis, o que tende a limitar a convicção do Fed sobre um eventual corte já em janeiro. “Os números devem vir com muito ruído, porque a coleta foi prejudicada”, afirmou.
Copom: Selic estável, mas comunicação crucial
No Brasil, o consenso é de manutenção da Selic em 15%. Até o fechamento da bolsa, a decisão ainda não havia sido divulgada.
“A decisão deve ser pela estabilidade. A inflação segue próxima do teto da banda e as expectativas ainda estão desancoradas. Não faz sentido começar um ciclo de corte agora”, afirma Kautz.
Ele lembra, porém, que diversos dados recentes jogam a favor do Banco Central:
- O PIB do 3º trimestre cresceu apenas 0,1%, mostrando perda de tração;
- Núcleos de inflação desaceleraram;
- Serviços começaram a exibir sinal qualitativo melhor.
Esse conjunto abre espaço para cortes ao longo de 2026 — e a comunicação será decisiva para calibrar expectativas.
“O BC pode sinalizar um corte já em janeiro ou postergar para março. A decisão em si é menos relevante — o importante é como eles vão guiar as expectativas.”
Cenário político no radar
Os ativos domésticos também refletem o avanço do PL da Dosimetria, aprovado na Câmara na noite de terça-feira (9), reduzindo penas aplicadas a condenados pelos atos de 8 de janeiro. O texto, visto como alternativa à anistia, reduziu tensões políticas e institucionais no curto prazo.
A corrida para 2026, entretanto, segue como pano de fundo. Pesquisa Ipsos-Ipec mostrou deterioração marginal da avaliação do governo Lula:
- Ruim/péssimo: 40% (antes, 38%)
- Regular: 29%
- Ótimo/bom: 30%
Mercado internacional
No exterior, o sentimento é de cautela na véspera da decisão do Federal Reserve. Os índices futuros de Nova York recuam de forma moderada, refletindo a expectativa por um corte de 0,25 ponto percentual, mas, sobretudo, pela leitura do comunicado e das projeções do FOMC para 2026.
Na Europa, as bolsas operam mistas, com investidores igualmente atentos ao sinal que virá do banco central norte-americano, enquanto monitoram dados locais de atividade e inflação. Já na Ásia, os mercados encerraram o pregão sem direção única: algumas praças avançaram apoiadas por expectativas de novos estímulos econômicos na China, especialmente no setor imobiliário, enquanto outras refletiram a aversão ao risco que antecede a Super Quarta.
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O que é o Ibovespa hoje?
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil, atualmente chamada B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Ele funciona como um termômetro do mercado acionário brasileiro, mostrando se, em média, as ações das principais empresas do país estão subindo ou caindo.
Como o Ibovespa funciona?
Imagine o Ibovespa como uma cesta de ações: ele é composto por uma seleção das ações mais negociadas e com maior representatividade no mercado. Essa cesta é revista a cada quatro meses, e podem entrar ou sair ações, dependendo do volume de negócios e da relevância de cada empresa.
Atualmente, o índice inclui ações de grandes empresas brasileiras, como Petrobras, Vale, Itaú, Ambev, entre outras. Cada ação dentro do Ibovespa tem um peso diferente, de acordo com seu volume de negociação e valor de mercado. Isso significa que uma alta nas ações da Petrobras, por exemplo, pode impactar mais o índice do que uma alta em uma empresa menor.
Para que serve o Ibovespa?
O Ibovespa é utilizado por investidores, analistas e gestores como um ponto de referência (benchmark) para avaliar o desempenho de investimentos em ações no Brasil. Ele também serve como um indicador da confiança dos investidores na economia brasileira: quando o índice sobe, geralmente é sinal de otimismo; quando cai, indica maior pessimismo ou incerteza.
Importante saber:
- O Ibovespa não é uma empresa nem uma ação específica – é um índice, ou seja, uma medida.
- Ele reflete tendências, mas não garante resultados futuros.
- Seu valor é expresso em pontos, e esses pontos representam a soma ponderada dos preços das ações que compõem o índice.
Exemplo simples:
Se hoje o Ibovespa está em 120 mil pontos, e amanhã ele vai para 122 mil pontos, isso significa que, em média, as ações das principais empresas da bolsa valorizaram cerca de 1,67%.
Ou seja, o Ibovespa é uma ferramenta essencial para quem acompanha o mercado financeiro brasileiro. Mesmo que você ainda não invista em ações, entender o que ele representa ajuda a interpretar melhor as notícias econômicas e a evolução da economia do país.
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