O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que anunciará até o fim desta semana o nome de um novo integrante para o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, em substituição à diretora Adriana Kugler, que renunciou ao cargo na semana passada. A saída repentina da economista, nomeada ainda durante o governo Joe Biden, foi considerada surpreendente por analistas e adiciona tensão a um já conturbado processo de sucessão na autoridade monetária dos EUA.
Em declarações à imprensa, Trump disse que avalia a possibilidade de indicar um substituto de forma temporária, com mandato de quatro meses, ou escolher desde já um nome permanente para o conselho do Fed. O republicano também reiterou que a lista de possíveis indicados para substituir o atual presidente da instituição, Jerome Powell, já conta com quatro nomes.

O mandato de Powell termina em maio de 2026, e sua recondução é considerada improvável em meio ao crescente atrito com Trump. O atual presidente do Fed tem sido alvo de críticas constantes do chefe da Casa Branca, especialmente por adotar uma política monetária mais cautelosa em relação aos cortes de juros, mesmo diante da pressão do governo para estimular a economia.
Adriana Kugler era vista como moderada
Adriana Kugler era vista como uma voz moderada no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) e vinha defendendo a manutenção das taxas de juros em níveis elevados até que os impactos das novas tarifas comerciais impostas por Trump à China e a outros países fossem plenamente compreendidos.
A saída de Kugler abre espaço para que Trump influencie ainda mais a composição do Fed, ampliando sua capacidade de moldar a política monetária dos EUA em meio à preparação para as eleições de 2026. A decisão do novo nome pode sinalizar uma guinada mais agressiva em favor de cortes de juros – algo que o presidente republicano vem pressionando publicamente há meses.