A Nvidia (NVDA; NVDC34) divulgou nesta quarta-feira (27) os resultados referentes ao segundo trimestre fiscal de 2026, superando as expectativas de analistas em lucro e receita, mas não conseguiu evitar uma reação negativa inicial do mercado. No after hours em Nova York, os papéis da companhia recuavam 1,75%, cotados a US$ 178,42.
A gigante dos semicondutores reportou lucro ajustado por ação de US$ 1,05, acima da estimativa de US$ 1,01. A receita somou US$ 46,74 bilhões no período, também acima da projeção de US$ 46,06 bilhões e 56% maior que no mesmo intervalo do ano passado.
O destaque do balanço foi o segmento de data centers, que respondeu por US$ 41,1 bilhões do faturamento, alta de 56% na comparação anual. O desempenho, porém, veio levemente abaixo da expectativa de mercado, que projetava US$ 41,3 bilhões.
Segundo Marink Martins, analista internacional da EQI Research, esse detalhe ajudou a explicar a reação inicial negativa dos investidores.
“A primeira reação do mercado é negativa. Apesar das vendas acima do esperado, o que foi destinado para data centers ficou um pouco abaixo das projeções. Além disso, talvez o fator que mais tenha pesado é que a Nvidia não registrou nenhuma venda para a China neste trimestre”, destacou.
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A empresa havia desenvolvido o chip H20, uma versão modificada do H100 para atender restrições de exportação ao mercado chinês, mas não concretizou entregas no período.
Nvidia: Perspectivas para o próximo trimestre
Para o terceiro trimestre fiscal, a Nvidia projeta receita de aproximadamente US$ 54 bilhões, superando a estimativa de analistas de US$ 53,14 bilhões. A margem bruta deve ficar em torno de 73,5%, enquanto as despesas operacionais estão projetadas em US$ 4,2 bilhões.
A companhia também informou que não contabiliza embarques de chips H20 para a China em sua projeção.
“O mercado está reagindo de forma volátil agora, para baixo, mas isso é muito comum. Os investidores aguardam os comentários de Jensen Huang [CEO da Nvidia] para avaliar melhor a tendência”, acrescentou Martins.
Apesar da oscilação no pós-mercado, a Nvidia mantém um crescimento robusto impulsionado pela demanda por computação acelerada e inteligência artificial generativa. A empresa destacou ainda a evolução da arquitetura Blackwell, que avançou 17% sequencialmente com a chegada da linha Blackwell Ultra.
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