A Carteira Global Investor Portfolio, elaborada pela EQI Research, passa por mudanças significativas na atualização de agosto. O ajuste se concentra exclusivamente na parcela de ativos norte-americanos, que deixa de contar com ações e passa a ser integralmente composta por renda fixa, por meio do ETF iShares Core US Aggregate Bond (AGG).
Segundo Marink Martins, analista internacional da EQI Research, a decisão ocorre em um momento em que o mercado acionário dos Estados Unidos se encontra “nas alturas” e com valuations considerados caros.
“Estamos vendendo 100% da posição em renda variável nos EUA e alocando o capital no AGG, que é um ETF diversificado, de baixo risco, investindo em títulos do Tesouro e corporativos americanos”, explica.
A estratégia mantém a alocação geográfica original da carteira — 25% para EUA, 25% para Europa, 15% para China, 3% para Japão, 6% para Sudeste Asiático, 5% para América Latina (excluindo Brasil) e 21% para ativos brasileiros — mas altera radicalmente o perfil do portfólio norte-americano. Entre os papéis vendidos estão nomes de peso como Goldman Sachs, Nvidia, Meta, Green Brick Partners e Eli Lilly.
Carteira do investidor global: Desempenho e contexto da mudança
No segundo mês de operação, a carteira registrou desempenho negativo de 0,14%, mas acumula alta de 0,76% desde o lançamento, em junho. O mês foi marcado por forte recuperação de ativos europeus, asiáticos e latino-americanos (com exceção do Brasil), e pela manutenção do otimismo em relação ao mercado brasileiro — que, segundo Martins, permanece sustentado por fundamentos sólidos e fatores técnicos, apesar de ruídos como o “Tarifaço”.
O movimento para renda fixa nos EUA se apoia em algumas premissas estratégicas: expectativa de um ciclo de dólar fraco, provável realocação global de capitais em direção a países asiáticos, reversão à média nos mercados, e estímulos fiscais robustos na China e na Europa.

Perspectivas
Para o analista, a tendência é que os investidores aumentem gradualmente a exposição a ativos de valor, especialmente em setores como bancos e commodities. O Brasil, que ocupa peso relevante na carteira, segue sendo apontado como um dos mercados mais promissores, tanto pela atratividade de preço e fundamentos quanto pelo potencial de reequilíbrio na participação no índice MSCI de emergentes.
Com a alteração, a Global Investor Portfolio mantém seu caráter diversificado, mas adota postura mais conservadora na exposição norte-americana, buscando reduzir riscos e se beneficiar de possíveis movimentos no mercado de renda fixa dos EUA.
Clique no botão abaixo, e acompanhe as atualizações da carteira do investidor global.