A diretoria executiva do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) reuniu-se com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, em Brasília (DF), para dar sequência às tratativas sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao café brasileiro. O encontro integra o conjunto de preparativos para a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, prevista para o próximo domingo (26), na Malásia.
Segundo o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, o encontro foi iniciado com um pedido de Alckmin por uma atualização sobre o panorama da cafeicultura brasileira. A entidade apresentou um diagnóstico completo da cadeia produtiva do café do Brasil, incluindo dados sobre produção, exportações e consumo, tanto no país quanto nos principais mercados internacionais.
Café do Brasil e as duas frentes de negociação
Matos destacou que há duas frentes de ação em curso para aliviar as tarifas sobre o café. A primeira prevê a suspensão temporária de todas as tarifas aplicadas aos produtos brasileiros até a conclusão de um acordo comercial bilateral. A segunda, caso a suspensão ampla não se concretize, busca incluir o café na lista de isenção produto a produto, prevista no anexo 2 da ordem executiva assinada pelo presidente Trump em 5 de setembro.
“A proposta de suspensão total já foi formalmente apresentada ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, aos demais secretários americanos do Comércio e ao USTR (United States Trade Representative), e está sob avaliação pela administração Trump”, afirmou Matos.
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De acordo com o Cecafé, os Ministérios das Relações Exteriores, da Agricultura e Pecuária, da Fazenda e o próprio MDIC, por meio da CAMEX, estão atuando de forma integrada na negociação. Alckmin teria informado que solicitou ao presidente Lula que aborde pessoalmente a suspensão temporária das tarifas durante o encontro com o líder norte-americano.
Caso a medida mais ampla não seja aprovada, a alternativa é garantir que o café seja o primeiro produto brasileiro a integrar a lista de isenções específicas.
“O vice-presidente relatou que, assim como a celulose e as madeiras, que obtiveram isenção total, o café está no topo das prioridades para inclusão na lista, tanto pelo governo brasileiro quanto pelos EUA”, acrescentou Matos.
Pauta econômica com senso de urgência
Alckmin enfatizou que a pauta da reunião entre Lula e Trump será centrada na economia, com destaque para o comércio bilateral e a competitividade dos produtos brasileiros. Ele também reforçou o desejo de manter um canal permanente de diálogo com o Cecafé para acompanhar cenários e superar desafios relacionados às exportações do café do Brasil para o mercado norte-americano e outros destinos.
Além dos representantes do Cecafé, participaram da reunião a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Lima, e o secretário-executivo da CAMEX, Rodrigo Loureiro.
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