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BTG corta preço-alvo da Hapvida e aponta alta sinistralidade como principal vilã do 3TRI25

BTG corta preço-alvo da Hapvida e aponta alta sinistralidade como principal vilã do 3TRI25

BTG Pactual destaca que o aumento da sinistralidade médica e os custos com novas inaugurações hospitalares derrubaram o lucro e pressionaram as margens da operadora de saúde.

O BTG Pactual (BPAC11) reduziu o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) de R$ 67 para R$ 50 após a operadora de saúde divulgar um resultado operacional considerado fraco no terceiro trimestre de 2025 (3TRI25).

A avaliação do banco destaca que o principal fator por trás da performance abaixo das expectativas foi o aumento expressivo da sinistralidade médica, que voltou a níveis de três anos atrás e comprometeu a rentabilidade.

A sinistralidade caixa atingiu 75,2%, alta de 140 pontos-base em um ano e 130 pontos-base em relação ao segundo trimestre, superando em mais que o dobro a projeção do BTG. O movimento reflete o aumento na frequência de uso dos planos e custos adicionais com novas inaugurações hospitalares, segundo o relatório.

BTG analisa Hapvida: EBITDA e margem recuam

O EBITDA ajustado caiu 20% em relação ao mesmo período de 2024, somando R$ 613 milhões — cerca de 25% abaixo das estimativas do BTG. A margem EBITDA recuou para 7,9%, patamar observado logo após a fusão com a GNDI, em 2022.

O lucro líquido ajustado foi de R$ 204 milhões, 34% abaixo das projeções, enquanto o resultado contábil mostrou prejuízo líquido de R$ 57 milhões.

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O fluxo de caixa operacional foi negativo em R$ 52 milhões, revertendo o saldo positivo de R$ 471 milhões registrado no 3TRI24. O resultado foi impactado pelo EBITDA mais fraco, maiores desembolsos médicos e aumento de 25% no capex, que atingiu R$ 225 milhões. A dívida líquida subiu para R$ 4,2 bilhões, elevando a alavancagem de 0,95x para 1,0x

Perspectiva e corte de estimativas

Diante do cenário, o BTG reduziu suas estimativas de EBITDA em 18% e de lucro líquido em 41% para 2026, afirmando que não projeta mais expansão de margens para o próximo ano. Apesar de manter a recomendação de compra, o banco ressaltou que a confiança do mercado depende de uma melhora significativa na execução operacional.

“As despesas SG&A seguem elevadas e os custos de novos hospitais continuam pressionando as margens”, afirmaram os analistas Samuel Alves, Maria Resende e Marcel Zambello.

“Reconhecemos que a capacidade de execução precisa melhorar para recuperar confiança”, complementam.

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Queda das ações

Embora o relatório do BTG tenha reforçado a visão de cautela, a forte queda de mais de 43% nas ações da Hapvida no pregão desta quinta-feira decorre da reação imediata do mercado aos números do balanço, considerados decepcionantes pelos investidores.

A combinação de lucro fraco, sinistralidade elevada e geração de caixa negativa ampliou a percepção de risco sobre a companhia, que perdeu cerca de R$ 12 bilhões em valor de mercado em apenas um dia.