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Lula e Trump fazem videoconferência sobre tarifaço: “conversa muito boa”

Lula e Trump fazem videoconferência sobre tarifaço: “conversa muito boa”

Os presidentes Lula e Donald Trump conversaram nesta segunda-feira (6), via videoconferência, no que marca o primeiro diálogo direto entre os líderes desde o anúncio de tarifas de 50% com exceções sobre produtos brasileiros.

A conversa foi articulada pelo Itamaraty e pela Casa Branca durante o fim de semana, representando uma tentativa de ambos os países de encontrarem uma saída negociada para a escalada da guerra comercial que ameaça setores estratégicos da economia brasileira.

O presidente brasileiro falou diretamente do Palácio da Alvorada, acompanhado de uma equipe estratégica para o encontro virtual. Participaram da videoconferência o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Sidônio Palmeira (Secom).

De acordo com Haddad, a conversa entre Lula e Trump foi positiva do ponto de vista econômico.

O Palácio do Planalto emitiu nota após a reunião, afirmando que os presidentes puderam relembrar a “boa química” entre eles na Assembleia da ONU e combinaram um encontro pessoal, que pode ocorrer na Malásia.

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“O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os EUA mantêm superávit na balança de bens e serviços”, afirma a nota do Palácio.

O presidente brasileiro também pediu o fim do tarifaço “e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, como foi o caso dos vistos cassados e à inclusão do ministro Alexandre de Moraes e de sua esposa no rol de sancionados pela Lei Magnitsky.

Donald Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência nas negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Repercussão da conversa entre Lula e Trump

O presidente dos Estados Unidos afirmou em sua rede social Truth Social que a conversa com Lula teve como foco central a economia e o comércio bilateral. Trump classificou o contato como “ótimo” e disse ter gostado da conversa.

“Nossos países se darão muito bem juntos! Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos”, escreveu.

Do lado brasileiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que Lula levou ao republicano a preocupação com as sanções impostas a ministros de governo.

“O presidente colocou que sanções não são justas e que isso deveria ser rediscutido”, afirmou. Alckmin se disse otimista com o rumo das negociações e falou em avançar para uma relação de “ganha-ganha”, baseada em investimentos recíprocos.

Escolha de Marco Rubio preocupa

Apesar do tom positivo dos relatos, a escolha de Marco Rubio como principal interlocutor norte-americano gerou desconforto em Brasília. O governo Lula esperava um nome mais moderado e vê em Rubio proximidade com a ala mais dura do trumpismo.

No entorno presidencial, a avaliação é de que assessores do Departamento de Estado tiveram papel decisivo em convencer Trump a adotar sanções sugeridas pela família Bolsonaro contra o Brasil. Também se atribui ao órgão a ideia de retaliar o país em razão do convênio firmado com Cuba no programa Mais Médicos.

Encontro presencial na Malásia pode consolidar acordo

A videoconferência desta segunda-feira serve como preparação para um possível encontro presencial entre os dois presidentes ainda neste mês. Segundo interlocutores do Planalto, a reunião face a face poderá acontecer durante um evento internacional programado para ocorrer na Malásia, onde ambos os líderes deverão estar presentes. Esse encontro presencial seria fundamental para consolidar eventuais acordos preliminares alcançados na conversa virtual.

Veja a nota completa emitida pelo Palácio do Planalto

‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta segunda-feira, 6 de outubro, telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.

O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos.

Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim’.

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