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O segredo das grandes fortunas: especialistas revelam bastidores do dinheiro

O segredo das grandes fortunas: especialistas revelam bastidores do dinheiro

Durante a Money Week 2025, evento promovido pela EQI Investimentos em Balneário Camboriú (SC), investidores acompanharam o painel “Os Bastidores do Dinheiro: o segredo das grandes fortunas”, que reuniu três nomes de peso do mercado financeiro: Daniel Lemos, fundador e CEO da Riza; Carlo Moratelli, fundador e CEO da More Invest, e Carlos Fonseca, sócio fundador da Galapagos Capital, com mediação de Roberto Varaschin, sócio e co-fundador da EQI.

Fugindo das soluções imediatistas e promessas de lucros rápidos, o debate se aprofundou nas estratégias de diversificação, proteção e construção de riqueza ao longo do tempo. A mensagem central foi clara: o segredo das grandes fortunas está no pensamento de longo prazo, na inteligência na alocação de recursos e no uso estratégico de ativos pouco acessíveis ao investidor comum — algo que, aos poucos, tem mudado com o avanço da indústria de investimentos no Brasil.

O Brasil da Renda Fixa e da volatilidade: como lidar?

Abrindo o painel, Daniel Lemos destacou os desafios típicos do investidor brasileiro: ciclos curtos, juros instáveis e um ambiente econômico volátil.

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“De 2020 a 2025, passamos de Selic a 2% para quase 15% e agora voltamos a 10%”, relembrou.

Nesse cenário, sua estratégia — e a da Riza — foi mirar setores com potencial de retorno compounding no longo prazo, como agronegócio, infraestrutura, energia renovável, música e entretenimento.

“A gente precisa sair do curto prazo e pensar como as grandes famílias: com horizontes de 10 a 20 anos. E investir em ativos reais com fundamentos sólidos”, pontuou Lemos, citando como exemplo o fundo Risa Terrax, focado em operações com terra agrícola via modelo de sale & leaseback — que permite ao investidor acessar um segmento antes restrito aos ultrarricos.

Crédito como alavanca de riqueza

Carlo Moratelli, da More Invest, reforçou a importância do crédito estruturado como peça-chave na construção patrimonial. Para ele, “o segredo das grandes fortunas” também passa por entender os ciclos de juros e capturar os momentos certos.

“Hoje, o Brasil paga 15% de CDI. Isso é oportunidade. Nosso fundo mais antigo entrega CDI +3,5% há 14 anos”, comentou.

Segundo Carlo, os fundos de crédito privados, especialmente os estruturados via FIDCs, podem entregar retornos superiores ao investidor disposto a diversificar e correr riscos controlados — com garantias reais, pulverização e alinhamento entre gestores e cotistas.

A lógica, explicou ele, é simples: “Para o investidor final, o primeiro dinheiro que será consumido numa perda é o nosso, da casa de crédito. Isso nos obriga a ser extremamente criteriosos.”

Fortunas exigem gestão profissional e visão internacional

Já Carlos Fonseca, da Galapagos Capital, destacou três pilares nas decisões dos grandes detentores de riqueza no Brasil:

  1. Títulos públicos — especialmente NTN-Bs, que entregam prêmio real com segurança institucional;
  2. Crédito privado — com garantia e prêmio elevado diante do cenário de juros;
  3. Ativos alternativos, que devem ganhar protagonismo nos próximos anos.

“A classe de alternativos — como agro, real estate, mineração e infraestrutura — é a fronteira de crescimento do asset management no Brasil. Quem entende isso antes, colhe antes”, resumiu.

Fonseca também apontou um movimento crescente de internacionalização de portfólio, com fortunas buscando proteção cambial e acesso a ativos globais — movimento que deve se intensificar com a queda dos juros esperada para 2026.

Energia, agro e acesso democratizado: os novos vetores da riqueza

Entre os exemplos citados, chamou atenção a tese de armazenamento de energia (storage), apresentada por Fonseca como uma oportunidade “ESG-friendly” e com alto potencial de retorno — inclusive com leilões públicos previstos para 2026.

Daniel Lemos reforçou a missão da Riza de tornar acessíveis operações que antes eram exclusivas de family offices. “Nosso fundo listado tem mais de 400 mil cotistas, e 80% deles têm menos de R$ 10 mil aplicados. Ainda assim, estão expostos à valorização de terras no Mapitoba”, exemplificou.

Ele destacou que o investidor que consegue manter visão de longo prazo — mesmo em um fundo com liquidez diária — está mais próximo de repetir os passos dos grandes investidores: “rentabilizar em ciclos longos, com ativos que maturam no tempo certo.”