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Carteira de investimentos global: como e onde investir R$ 1 milhão fora do Brasil?

Carteira de investimentos global: como e onde investir R$ 1 milhão fora do Brasil?

Na semana passada, a realidade voltou a se impor para os brasileiros. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos do Brasil. Em consequência disso, este episódio derrubou o Ibovespa em quase 5% em menos de uma semana após o principal índice de ações brasileiro atingir o seu nível mais alto da história. 

Tudo isso mostra a volatilidade do cenário local. E para fugir dessa instabilidade dos mercados emergentes, como é o caso do Brasil, montar uma carteira de investimentos global é uma estratégia inteligente para diversificar os riscos e buscar retornos mais atraentes. 

Com R$ 1 milhão em mãos, o investidor brasileiro encontra boas oportunidades no exterior com alocação cambial, setorial e geográfica. Embora as recomendações dos analistas da EQI Research mostrem caminhos diferentes, elas são complementares entre elas.  

EQI Research recomenda alocação de 15% no exterior para todos os perfis

Segundo o relatório Onde Investir no 2º semestre de 2025, da EQI Research, a alocação internacional deve compor 15% da carteira de investimentos, independentemente do perfil de risco (conservador, moderado ou arrojado). A decisão reflete a visão de que, apesar do otimismo com o Brasil, o enfraquecimento do dólar e o redirecionamento global de capital tornam os mercados internacionais um destino estratégico para parte do patrimônio.

Essa alocação tem como objetivo proteger o investidor de eventos domésticos imprevistos, além de captar oportunidades em setores e geografias que não estão disponíveis no mercado brasileiro.

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Global Investor Portfolio: uma carteira 100% em renda variável internacional

Para quem deseja uma exposição mais agressiva, a Carteira Global Investor Portfolio, assinada pelo analista Marink Martins, é uma opção centrada exclusivamente em ações internacionais. Com desempenho positivo de 0,99% em seu primeiro mês, a carteira combina teses de valor com apostas em tecnologia, bancos e commodities.

A estratégia aplicada aos ativos norte-americanos segue o modelo “barbell”, com uma parte defensiva (por meio dos ETFs KXI e XMAG) e outra mais agressiva, com ações como Meta (META; $M1TA34), Nvidia (NVDA; NVDC34) e Goldman Sachs (GS; GSGI34). Essa composição permite capturar movimentos de alta com menor risco agregado.

Onde investir: 16 ativos internacionais recomendados

A carteira Global Investor Portfolio distribui os recursos entre diversas regiões e setores. Veja a seguir os 16 ativos sugeridos:

Estados Unidos

  • KXI (Consumer Staples ETF) – 6%
  • XMAG (ETF de tecnologia ex-MAG7) – 3%
  • Eli Lilly (LLY) – 5%
  • Meta (META) – 3%
  • Nvidia (NVDA) – 3%
  • Green Brick Partners (GRBK) – 2,5%
  • Goldman Sachs (GS) – 2,5%

Europa

  • EUFN (European Banks ETF) – 12,5%
  • OEUR (Quality + Dividend ETF) – 12,5%

China

  • FXI (Large Cap ETF) – 15%

Japão

  • EWJ (MSCI Japan ETF) – 3%

Sudeste Asiático

  • ASEA (ETF da região) – 6%

América Latina (menos Brasil)

  • ARGT (ETF da Argentina) – 1,25%
  • COLO (ETF da Colômbia) – 1,25%
  • EPU (ETF do Peru) – 1,25%
  • ECH (ETF do Chile) – 1,25%

Além disso, a carteira dedica 21% dos recursos ao Brasil, por meio da Carteira Buy & Hold da EQI Research, com foco em ações de valor.

Estratégia e perspectiva

A principal tese por trás da carteira global é que o mundo está entrando em um novo ciclo de dólar fraco, o que deve impulsionar investimentos fora dos EUA, especialmente em países asiáticos. Outro ponto importante é a aposta na reversão à média, privilegiando empresas descontadas, com fundamentos sólidos.

Para o analista Marink Martins, o Brasil representa uma oportunidade única: apesar dos riscos políticos, os ativos locais estão baratos, têm fundamentos atrativos e contam com acionistas resilientes — uma combinação que pode destravar valor nos próximos trimestres.

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Considerações finais

Vale voltar a lembrar que a EQI Research recomenda uma exposição de 15% dos investimentos no exterior. Dessa forma, é recomendável que o valor de R$ 1 milhão investido fora do Brasil se encaixe nesse perfil de alocação.

Após o breve disclaimer, inspirado no modelo de alocação da EQI Research, o portal EuQueroInvestir usou a mesma lógica proporcional da recomendação da casa de análises, substituindo os ativos nacionais por instrumentos globais equivalentes, como títulos de renda fixa internacional (bonds), fundos imobiliários globais (REITs) e ações listadas em bolsas internacionais. Para a parte em ações, a carteira segue os mesmos ativos selecionados pelo analista Marink Martins na Global Investor Portfolio.

Perfil Conservador – Foco em renda fixa internacional

Com base na alocação macro da EQI (85% em renda fixa e 15% no exterior), o investidor conservador que opta por aplicar R$ 1 milhão fora do Brasil pode alocar todo o capital em bonds.

A estratégia prioriza a preservação de capital, liquidez e estabilidade, por meio de títulos soberanos e corporativos com grau de investimento, preferencialmente emitidos por países desenvolvidos.

Perfil Moderado – Equilíbrio entre segurança, renda e crescimento

Adaptando a alocação sugerida pela EQI Research (60% em renda fixa, 15% em FIIs, 10% em ações e 15% no exterior), a carteira internacional do perfil moderado pode ser composta por:

  • 60% em bonds globais, com foco em crédito de boa qualidade e duration equilibrada;
  • 15% em REITs, que oferecem exposição ao setor imobiliário global e geração de renda periódica;
  • 10% em ações internacionais, com base nos papéis recomendados na carteira Global Investor Portfolio;
  • 15% em ações e ETFs de outras geografias, voltados à diversificação regional (Europa, Ásia, América Latina), também conforme a alocação proposta por Marink Martins.

Essa divisão considera que os 100% do capital (R$ 1 milhão) estão aplicados no exterior e respeita a lógica da distribuição sugerida pela EQI para perfis moderados.

Perfil Arrojado – Exposição ampla à renda variável internacional

Para o investidor arrojado, cuja alocação macro recomendada pela EQI Research é de 45% em renda fixa, 20% em FIIs, 20% em ações e 15% no exterior, a adaptação para uma carteira 100% internacional pode ser feita da seguinte forma:

  • 45% em bonds internacionais, podendo incluir títulos de maior risco (high yield), dentro de uma estratégia mais agressiva;
  • 20% em REITs globais, com foco em segmentos com maior potencial de valorização, como logística, data centers e saúde;
  • 20% em ações internacionais, investindo nos mesmos papéis da Global Investor Portfolio, como Nvidia, Meta, Goldman Sachs, Green Brick Partners, Eli Lilly, entre outros;
  • 15% restantes em diversificação geográfica, com exposição a setores e regiões como Europa, China, Japão, Sudeste Asiático e América Latina, conforme indicado na carteira da EQI.

Com essa estrutura, o investidor monta uma carteira internacional completa, respeitando seu perfil de risco e se beneficiando da diversificação cambial, setorial e geográfica.

A adaptação da alocação macro da EQI Research permite construir uma estratégia global coerente, sólida e alinhada às oportunidades identificadas por seus analistas — especialmente em um cenário que favorece ações de valor, estímulos econômicos e um possível ciclo de dólar fraco.