Os resultados do terceiro trimestre de 2025 (3TRI25) do Bank of America e do Morgan Stanley reforçaram o tom positivo da temporada de balanços do setor financeiro nos Estados Unidos.
Após os números acima do esperado divulgados na terça-feira por Citigroup (C; CTGP34), Goldman Sachs (GS; GSGI34), JP Morgan (JPM; JPMC34) e Wells Fargo (WFC; WFCO34), os balanços desta quarta-feira (15) mostraram novamente crescimento do lucro, avanço de receitas e forte desempenho em banco de investimento e operações de mercado.
Bank of America: lucro sobe 23% e banco registra recorde de juros
O Bank of America (BAC; BOAC34) reportou lucro líquido de US$ 8,5 bilhões no 3TRI25, alta de 23% frente ao mesmo período do ano anterior. O lucro por ação ficou em US$ 1,06, acima dos US$ 0,95 esperados pelo mercado. A receita líquida avançou 10,8%, para US$ 28,24 bilhões, superando a estimativa de US$ 27,5 bilhões compilada pela LSEG.
O resultado foi impulsionado pelo forte desempenho das operações ligadas a Wall Street:
- Receita de banco de investimento: alta de 43%, para US$ 2 bilhões
- Trading de ações: +14%, para US$ 2,3 bilhões
- Renda fixa (FICC): +5%, para US$ 3,1 bilhões
- Provisão para perdas de crédito: queda de 13%, para US$ 1,3 bilhão
- Receita líquida de juros (NII): recorde de US$ 15,39 bilhões, +9%
Segundo o CEO Brian Moynihan, o desempenho foi sustentado por crescimento consistente em todas as linhas de negócio.
“Com crescimento orgânico contínuo, todas as divisões apresentaram melhora de receita e lucro. O forte crescimento de empréstimos e depósitos, aliado a um posicionamento eficiente do balanço, resultou em receita líquida de juros recorde”, afirmou.
Morgan Stanley dispara 45% em lucro com boom de ações e wealth management
O Morgan Stanley (MS; MSBR34) divulgou lucro líquido de US$ 4,61 bilhões no 3TRI25, salto de 45% frente ao mesmo período do ano passado. O lucro por ação ficou em US$ 2,80, superando com ampla margem a previsão de US$ 2,10. A receita líquida avançou 18%, para US$ 18,22 bilhões, também acima da expectativa de US$ 16,7 bilhões.
A performance foi puxada por três frentes principais:
Segmento | Resultado no 3TRI25 |
Equities trading | US$ 4,12 bi (+35%) |
Renda fixa (FICC) | US$ 2,17 bi (+8%) |
Banco de investimento | US$ 2,11 bi (+44%) |
Wealth management | US$ 8,23 bi (+13%) |
A maior surpresa veio do trading de ações, que superou a estimativa de mercado em US$ 720 milhões, impulsionado pela retomada das operações de hedge funds e pelo desempenho recorde na área de prime brokerage.
O banco também se beneficiou da reabertura do mercado de ofertas públicas (IPOs) e de fusões e aquisições (M&A).
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