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EUA vivem expectativa por corte de juros: qual o cenário para renda fixa e variável?

EUA vivem expectativa por corte de juros: qual o cenário para renda fixa e variável?

Na terça-feira (9), a EQI Investimentos promoveu sua tradicional live mensal em parceria com a Avenue, recebendo como convidado o estrategista-chefe da corretora americana, William Castro Alves. O encontro abordou os principais desdobramentos do cenário macroeconômico global e seus impactos sobre os mercados.

Entre os destaques, a atenção esteve voltada para as atualizações mais recentes sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, peça-chave para a política monetária do Federal Reserve (Fed) e para o comportamento do dólar, das bolsas e dos juros no mundo todo.

EUA vivem expectativa por corte de juros: Relatórios de emprego fracos

William Castro Alves explica que os mercados apostam em corte de juros pelo Fed, com a maioria das projeções já para setembro, devido a dois fatores: a sinalização de Jerome Powell, presidente do Fed, em Jackson Hole, e o último payroll, dado oficial do mercado de trabalho norte-americano.

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Durante o tradicional simpósio do banco central dos EUA, Powell reforçou que o atual cenário exige cautela na condução da política monetária, mas indicou que a estabilidade da taxa de desemprego permite considerar mudanças na política monetária.

Já o payroll de agosto indicou fraqueza do mercado de trabalho: apenas 22 mil vagas não-agrícolas abertas no mês, contra expectativa de 75 mil. A taxa de desemprego subiu para 4,3%. Esse foi o primeiro relatório após a demissão da ex-comissária do BLS, Erika McEntarfer, pelo presidente Donald Trump, em meio a pressões sobre a condução dos levantamentos.

Para Castro Alves, a tendência dos últimos quatro meses consolida o arrefecimento do mercado de trabalho americano: “Os dados abaixo do esperado reforçam a visão de que o Fed terá espaço para avançar com cortes de juros ainda neste ano”, destacou.

Repercussões nos Mercados

Os números fracos do mercado de trabalho impactaram imediatamente os mercados globais. Os yields dos títulos de dívida americana recuaram, refletindo maior expectativa de flexibilização monetária. O índice dólar também caiu, voltando a ser negociado próximo das mínimas do ano, em torno de R$ 5,40.

Na avaliação de Castro Alves, tanto títulos high grade quanto high yield estão com retornos baixos, atualmente.

A queda dos juros e a fraqueza do dólar impulsionaram o ouro, que renovou suas máximas históricas. Além da correlação inversa com os yields, a demanda crescente dos bancos centrais tem sido determinante para sustentar os preços. Hoje, o metal já representa cerca de 15% das reservas internacionais globais, ainda abaixo dos níveis das décadas de 80 e 90, mas em expansão consistente, ele aponta.

Renda variável: força do setor de tecnologia

Quanto ao mercado acionário, o estrategista-chefe da Avenue afirma que os resultados do segundo trimestre do S&P 500 confirmaram a resiliência das empresas americanas. Os lucros avançaram 10,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, o terceiro trimestre seguido de crescimento em dois dígitos. As receitas cresceram 6,3%, com 81% das companhias superando as estimativas.

Um ponto de atenção, ele diz, é a disparidade entre empresas de tecnologia e os demais setores, com margens significativamente superiores no segmento “tech”. Além disso, a alocação em ações atingiu níveis recordes, enquanto o caixa nas carteiras caiu a patamares mínimos.

“Quando vemos o mercado em máximas históricas e investidores muito expostos em renda variável, os manuais de value investing recomendam cautela”, alertou o estrategista.

Perspectivas

O enfraquecimento do mercado de trabalho reforça a expectativa de que o Fed poderá cortar juros já na reunião de setembro, com novas reduções sendo cogitadas para outubro e dezembro. Essa sinalização deve seguir ditando o ritmo dos mercados nas próximas semanas, em um ambiente ainda marcado por incertezas geopolíticas e pela busca de diversificação nas reservas globais.

Confira a live na íntegra:

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