A temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos começou nesta terça-feira (14) com resultados acima do esperado entre os principais bancos de Citi, Goldman Sachs, JPMorgan e Wells Fargo divulgaram seus números do terceiro trimestre de 2025 (3TRI25) e, em comum, apresentaram lucros robustos impulsionados por forte desempenho em banco de investimento e operações de negociação.
Citigroup registra lucro 15% maior e receita recorde em todas as divisões
O Citigroup (C; CTGP34) divulgou lucro líquido de US$ 3,8 bilhões, alta de 15% em relação ao ano anterior, com lucro ajustado de US$ 2,24 por ação, superando a projeção de US$ 1,90 por ação. A receita líquida cresceu 9%, para US$ 22,09 bilhões, também acima do consenso de US$ 21,09 bilhões.
Todas as divisões do banco registraram desempenho recorde no trimestre:
- Banco de varejo: +34%
- Segmento de mercados globais: +15%
- Serviços financeiros: melhor trimestre da história, +7%
O banco segue em processo de reorganização após anunciar a venda de 25% de sua unidade Banamex, no México, antes da oferta pública inicial. Os custos com a operação elevaram as despesas em 9%. Incluindo a redução contábil no valor do Banamex, o lucro por ação ficou em US$ 1,86, ainda 23% acima do mesmo trimestre de 2024.
“A execução implacável da nossa estratégia está gerando desempenho mais forte trimestre após trimestre”, afirmou a CEO Jane Fraser.
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Goldman Sachs cresce 37% em lucro com forte desempenho em banco de investimento
O Goldman Sachs (GS; GSGI34) reportou lucro líquido de US$ 4,1 bilhões no trimestre, o equivalente a US$ 12,25 por ação, superando com folga as estimativas de US$ 11 por ação. A receita líquida avançou 20%, para US$ 15,18 bilhões, em comparação com US$ 14,1 bilhões projetados pelo mercado.
O banco foi impulsionado pelo crescimento das operações de banco de investimento, que tiveram alta de 42%, para US$ 2,66 bilhões, cerca de US$ 500 milhões acima das estimativas. A receita com renda fixa subiu 17%, para US$ 3,47 bilhões, enquanto a área de ações cresceu 7%, para US$ 3,74 bilhões, um pouco abaixo das expectativas.
JPMorgan bate recorde em receita de negociação e supera projeções
O JPMorgan Chase (JPM; JPMC34) apresentou lucro líquido de US$ 14,39 bilhões, alta de 12% na comparação anual, com lucro por ação de US$ 5,07, superando a projeção de US$ 4,84 por ação. A receita total atingiu US$ 47,12 bilhões, acima dos US$ 45,4 bilhões esperados pela LSEG.
O banco bateu recorde histórico de receita em operações de mercado, com US$ 8,9 bilhões no trimestre. Destaques:
- Renda fixa: +21%, para US$ 5,6 bilhões
- Ações: +33%, para US$ 3,3 bilhões
- Taxas de banco de investimento: +16%, para US$ 2,6 bilhões
As provisões para perdas de crédito aumentaram 9%, para US$ 3,4 bilhões, sinalizando maior prudência diante de um possível aumento na inadimplência.
O CEO Jamie Dimon afirmou que, apesar do desempenho positivo no trimestre, o banco mantém postura de cautela diante do ambiente macroeconômico e geopolítico global.
“Embora tenha havido alguns sinais de desaceleração, particularmente no crescimento do emprego, a economia dos EUA, em geral, permaneceu resiliente. No entanto, continua a existir um elevado grau de incerteza decorrente de condições geopolíticas complexas, tarifas e incerteza comercial, preços elevados de ativos e o risco de inflação persistente. Como sempre, esperamos o melhor, mas essas forças complexas reforçam o motivo pelo qual preparamos a empresa para uma ampla gama de cenários”, afirmou.
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Wells Fargo supera expectativas e eleva meta de rentabilidade após fim de restrição regulatória
O Wells Fargo (WFC; WFCO34) registrou lucro líquido de US$ 5,59 bilhões, equivalente a US$ 1,66 por ação, acima das projeções de Wall Street, que estimavam lucro de US$ 1,55 por ação, segundo a LSEG.
O banco reportou crescimento no segmento de banco de investimento, com alta de 25% nas taxas de consultoria, para US$ 840 milhões no trimestre.
O Well Fargo revisou para cima sua meta de rentabilidade e agora estima um retorno sobre patrimônio tangível (ROTCE) entre 17% e 18% no médio prazo, acima das expectativas anteriores de 15%. O Wells Fargo entregou ROTCE de 15,2% no segundo e terceiro trimestres de 2025.
A instituição também reduziu sua provisão para perdas de crédito, de US$ 1,07 bilhão para US$ 681 milhões em um ano, refletindo estabilidade na inadimplência.
Segundo o CFO Mike Santomassimo, a qualidade de crédito segue “forte em todos os aspectos”, com taxas de pagamento em cartões de crédito acima do esperado.
Após anos de punições regulatórias, o banco encerrou sete ordens de consentimento apenas em 2025 e 13 desde 2019, restando uma ainda ativa desde 2018.
Com o fim do limite de ativos imposto pelo Federal Reserve, o CEO Charlie Scharf declarou que o banco volta a ter espaço para crescer após anos de restrições regulatórias. Segundo ele, a evolução recente do desempenho reforça a retomada operacional do Wells Fargo.
“Aumentamos nosso balanço, incluindo o maior crescimento de empréstimos em trimestres consecutivos em mais de três anos. Embora ainda haja alguma incerteza econômica, a economia dos EUA tem se mostrado resiliente e a saúde financeira dos nossos clientes continua forte”, afirmou.