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LVBI11 e HGLG11: o que vai acontecer com esses FIIs?

LVBI11 e HGLG11: o que vai acontecer com esses FIIs?

Pátria avança na fusão de LVBI11 com HGLG11 em um movimento de consolidação logística que, segundo Carolina Borges, pode redefinir escala e liquidez no setor

O mercado de fundos imobiliários segue atento ao novo passo do Pátria na reorganização de sua plataforma, que agora envolve diretamente LVBI11 e HGLG11. A gestora propôs a consolidação de seus veículos logísticos em uma operação que pode transformar o HGLG11 no maior FII do Brasil.

Segundo Carolina Borges, Head e analista de Fundos Imobiliários da EQI Research, o movimento “marca uma mudança estrutural no segmento logístico e tende a redefinir parâmetros de escala, liquidez e governança no setor”.

A proposta envolve uma série de operações estruturais:

  • Incorporação do LVBI11;
  • Aquisição dos imóveis do PATL11;
  • Incorporação dos FIIs da Brookfield (Aracaju e Guarulhos);
  • Revisões no regulamento, como dispensa de reembolso, recompra de cotas, novas possibilidades de garantias e capital autorizado.

De acordo com Borges, o objetivo declarado do Pátria é “unificar a gestão logística, ganhar escala e modernizar a estrutura regulatória”, o que, na visão dela, “pode gerar benefícios para os cotistas, mas também exige atenção sobre riscos específicos de cada operação”.

Como será a incorporação de LVBI11 ao HGLG11?

O ponto central da proposta é a incorporação do LVBI11 pelo HGLG11, movimento que ocorre por meio da emissão de cotas do HGLG11 a valor patrimonial para os atuais cotistas do LVBI11. Caso aprovada, a operação extingue o LVBI11, transfere seus ativos, direitos e obrigações ao HGLG11 e exige quórum qualificado — pelo menos 25% das cotas votando favoravelmente.

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A relação de troca, com base nos valores patrimoniais mais recentes (HGLG a R$ 162,24 e LVBI a R$ 117,77), seria próxima de 0,72 cota de HGLG para cada cota de LVBI, podendo variar conforme a data-base.

Borges explica que, “pelos valores atuais, a operação é economicamente neutra para o cotista do LVBI11 no patamar de R$ 115,00, e a partir desse nível torna-se mais vantajoso optar por HGLG11”.

No mercado secundário, o LVBI11 negocia a 0,94x P/VP, enquanto o HGLG11 está em torno de 0,98x. Para Borges, isso reforça que “a troca preserva o valor patrimonial, evitando que o cotista incorporado seja diluído”.

“A operação é justa e estrategicamente vantajosa”, afirma Carolina Borges

Do ponto de vista da analista, a operação tende a beneficiar tanto LVBI11 quanto HGLG11. Ela afirma que “a transação é justa do ponto de vista financeiro, porque ambos os fundos estão próximos do valor patrimonial e não há grande deságio que prejudique o cotista incorporado”.

Borges destaca que o cotista do LVBI11 passa a integrar um fundo maior e mais líquido, com portfólio diversificado e risco específico reduzido. “Há um ganho claro de escala, governança e estabilidade”, diz.

Entretanto, a analista chama atenção para alguns pontos:

  • A concentração do LVBI11 em Extrema (MG), que representa cerca de 24% da receita e perde incentivos fiscais com a Reforma Tributária;
  • A possibilidade de cobrança de ITBI, que pode custar dezenas de milhões de reais;
  • A mudança na taxa de gestão, já que o HGLG11 cobra 0,6% ao ano sobre o valor de mercado, enquanto o LVBI11 cobra 0,8% sobre o patrimônio líquido.

Para Carolina Borges, o movimento tende a diluir riscos concentrados do LVBI11, aumentar a liquidez e reforçar a robustez operacional do portfólio consolidado. Ao mesmo tempo, ela alerta que os investidores devem acompanhar de perto o risco de ITBI e as mudanças regulatórias propostas pelo HGLG11.

Na perspectiva do HGLG11, Borges ressalta que o impacto da incorporação é relativamente menor: “Como o fundo já é grande, a operação traz sinergias e novos ativos, mas não altera significativamente sua estrutura de risco”, explica.

Riscos, benefícios e próximos passos

Para Carolina Borges, a proposta do Pátria reflete uma tendência mais ampla de consolidação no mercado de FIIs. Segundo ela, “esse tipo de movimento é típico de setores que amadurecem, ganham escala e evoluem para estruturas mais robustas”.

Ainda assim, Borges reforça que o investidor deve avaliar pontos como:

  • Diluição versus ganho de escala;
  • Impactos regulatórios;
  • Sinergias operacionais versus custos tributários potenciais;
  • Alinhamento entre valor patrimonial e valor de mercado antes da data-base.

“Ao final, a decisão está nas mãos dos cotistas”, conclui. “Mas, sob a ótica técnica, a incorporação do LVBI11 ao HGLG11 tende a fortalecer o segmento logístico como um todo e criar um veículo de referência no mercado”.

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