Os fundos de ações registraram em agosto o oitavo mês seguido de resgates líquidos. Os fundos multimercados, que vinham registrando saques há dois meses, voltaram a captar, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Os dados da Associação sugerem a volta do interesse por diversificação em meio ao início do ciclo de redução dos juros pelo Banco Central. Em agosto, o Copom cortou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
Os fundos de ações tiveram resgates líquidos de R$ 1,676 bilhão em agosto, acima dos R$ 220 milhões que saíram em julho.
Apesar das saídas, os meses de julho e agosto tiveram os menores valores de resgates líquidos de 2023, que registraram R$ 9,9 bilhões em janeiro e seguiram acima de R$ 4 bilhões por mês até junho. No ano, os fundos de ações acumulam saída líquida de R$ 39,7 bilhões.
Multimercados e renda fixa
Por outro lado, os fundos multimercado registraram captação líquida de R$ 9,1 bilhões em agosto – a maior do ano –, no segundo mês de entradas em 2023. Antes, apenas em maio os multimercados haviam registrado entradas de recursos, de R$ 691 milhões.
No acumulado de 2023, os multimercados perdem R$ 47,4 bilhões.
Os fundos de renda fixa também captaram mais recursos em agosto, em R$ 22,35 bilhões, no segundo mês seguido de entradas, depois dos R$ 11,6 bilhões de julho.
Apesar dos dois meses positivos, no acumulado do ano, os fundos de renda fixa ainda apresentam resgates líquidos de R$ 38,7 bilhões.
Cenário de investimentos em 2023
No total, os fundos de investimento em geral captaram R$ 26 bilhões em agosto, mas ainda perdem R$ 76,3 bilhões no acumulado de 2023.
Os fundos de investimento, como os fundos de ações, sofrem a concorrência de papéis emitidos pelos bancos e pelas empresas, especialmente os isentos de imposto de renda, como as LCIs e LCAs, as debêntures e os CRIs e CRAs.