O Grupo Mateus (GMAT3) reportou um primeiro trimestre de 2025 marcado por avanços operacionais sólidos, mas com sinais de desaceleração no ritmo de crescimento, segundo avaliação da EQI Research.
A empresa registrou receita líquida de R$ 8,33 bilhões no período, alta de 12,9% em relação ao mesmo trimestre de 2024, impulsionada principalmente pela abertura de quatro novas lojas e pelo bom desempenho da divisão B2B.
O lucro bruto somou R$ 1,92 bilhão, crescimento de 16,2% ano contra ano, com margem bruta de 23,0% – resultado atribuído à maturação das lojas inauguradas e às estratégias para ampliação da rentabilidade no atacado.
O EBITDA, por sua vez, avançou 27,4%, totalizando R$ 649,9 milhões, com margem de 7,8%, refletindo ganhos de escala e eficiência operacional.
Apesar dos números positivos, o analista CNPI João Neves, da EQI Research, avalia o desempenho como neutro.
“Apesar das boas tendências de rentabilidade e da melhora em algumas linhas de capital de giro, a desaceleração no ritmo de crescimento, especialmente nos segmentos de varejo e atacarejo, acende um sinal de alerta”, afirmou no relatório da carteira Buy & Hold, onde GMAT3 possui peso de 10%.
O lucro líquido do Grupo Mateus alcançou R$ 318,6 milhões, alta de 32,5% em relação ao 1TRI24, com margem líquida de 3,8%. Ainda que o número represente avanço, a EQI Research destaca que a expansão da margem líquida foi mais modesta do que a do EBITDA, devido ao aumento da alíquota efetiva de imposto de renda no período.
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No campo operacional, o relatório da EQI Research aponta melhora na gestão do capital de giro, com destaque para a conta de fornecedores, cujo prazo médio de pagamento avançou em 10 dias. No entanto, as demais linhas ainda não mostraram evolução significativa. A geração de caixa foi de R$ 200 milhões, mesmo com um CAPEX mais elevado no trimestre.
“Ainda mantemos nossa convicção na tese de investimento, mas os sinais do varejo e atacarejo indicam que é preciso atenção redobrada nas próximas leituras. Este resultado reforça nossa expectativa de ganhos em rentabilidade, porém aumenta a necessidade de monitorar mais de perto o desempenho das vendas, que podem sinalizar um cenário menos favorável para o crescimento projetado da companhia”, conclui João Neves em sua análise sobre o Grupo Mateus.