A Braskem atravessa um momento de reestruturação societária em meio a desafios no mercado internacional de petroquímicos. Entre os principais acionistas da empresa estão a Petrobras, que detém 47% das ações com direito a voto, e a Novonor, antiga Odebrecht, atualmente em recuperação judicial. Nesse contexto, a controladora tem buscado alternativas para reduzir dívidas e reorganizar suas finanças.
Crise financeira e impacto do mercado petroquímico
A desaceleração do setor de petroquímicos internacionalmente é apontada como um dos fatores que pressionam a Braskem. A combinação de custos altos, queda na demanda e volatilidade de preços contribuiu para a necessidade de ajustes estratégicos na companhia.
Diante disso, a Novonor tem tentado vender sua participação na Braskem. Segundo comunicado da própria empresa, na segunda-feira (15), foi firmado um acordo de exclusividade com um fundo de investimentos que assumirá as dívidas da companhia em troca de receber 50,111% das ações com poder de voto, tornando-se, assim, o novo controlador da Braskem.
O fundo Shine, responsável pela operação, atua com assessoria da IG4 Capital, especialista em recuperação e reestruturação de empresas em dificuldades financeiras.
Braskem e Petrobras sob avaliação
Após a divulgação do acordo, a Petrobras informou que monitora a situação e que ainda avaliará se exercerá os dois direitos societários que possui: o direito de preferência, que permitiria à estatal assumir a compra, ou o tag along, mecanismo que possibilita vender sua participação ao novo controlador.
“A Petrobras irá acompanhar os desdobramentos do fato comunicado e analisará os termos e condições dessa potencial transação para, se aplicável e no momento oportuno, decidir sobre o eventual exercício, ou não, destes direitos previstos no acordo de acionistas”, afirmou a Petrobras em nota.
Outra alternativa é manter a posição atual na Braskem. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já destacou publicamente o potencial do setor petroquímico brasileiro.
No mesmo contexto, a Àgora Investimentos avaliou que a entrada de um fundo especializado pode contribuir para a reestruturação financeira da Braskem, mas alertou para os riscos de volatilidade do setor:
“A operação traz um alívio imediato de caixa e fortalece a governança, mas a Braskem continuará exposta aos desafios globais da indústria petroquímica, que podem afetar resultados futuros.”
A análise reforça que, embora a negociação possa estabilizar a empresa no curto prazo, o cenário internacional ainda influencia diretamente o desempenho da Braskem, deixando o mercado atento aos próximos passos da Petrobras e do novo controlador.






