Como amplamente esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu cortar a taxa básica de juros de 13,25% para 12,75%, em mais um corte de 50 pontos-base.
No caminho da Selic até o patamar atual, a taxa chegou ao piso histórico de 2% durante a pandemia. Depois, sofreu 12 altas subsequentes, alcançando 13,75%. E ficou estacionada neste patamar por 1 ano, até que, em 2 de agosto, foi dado início ao ciclo de corte de juros, com um primeiro movimento de 50 pontos-base. E, agora, enfim, veio o segundo corte, de mesma magnitude.

A expectativa do mercado é que ocorra mais um corte de 50 pontos-base na reunião (sempre realizada em dois dias) agendada para 31 de outubro e 1 de novembro. E depois, outro de 50 ou 75 pontos-base no encontro do Copom de 12 e 13 de dezembro.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o ritmo do corte deve acelerar em dezembro, com redução de 75 pontos-base e Selic fechando o ano em 11,50%. Para 2024, a projeção é de Selic a 8,75%.
Já para a média do mercado, levantada semanalmente pelo Boletim Focus, feito pelo Banco Central junto a cerca de 200 instituições financeiras, a Selic terá mais dois cortes de 50 pontos-base pela frente ainda este ano, chegando em dezembro a 11,75%. Para 2024, a expectativa é por 9% ao ano.
Fato é que o cenário continua construtivo para a economia, com o ciclo de queda de juros.
E com mais cortes projetados à frente, o investidor precisa ficar de olho na correta alocação de carteira, conforme aponta o estrategista da EQI Investimentos, Denys Wiese. Confira abaixo como ajustar sua carteira e saiba quais os melhores investimentos com Selic a 12,75%.
Melhores investimentos com Selic a 12,75%: reduzir exposição nos pós-fixados
Os títulos pós-fixados, que são aqueles com remuneração atrelada à Selic e ao CDI, vão passar a render menos com a queda dos juros.
O ideal, segundo Wiese, é reduzir posição nos títulos, mas não zerar. “Os pós-fixados continuam importantes, porque eles são a defesa da carteira. Eles são os zagueiros do nosso time, porque dão proteção e retiram a volatilidade”, aponta.
Com Selic a 12,75, onde investir?
A definição de quais os melhores investimentos do momento depende do perfil de risco do investidor, aponta Wiese. Confira.
Os melhores investimentos para os conservadores
Para os mais conservadores, que não desejam migrar parte do patrimônio para a renda variável, ele indica os títulos pré-fixados, que vão garantir uma taxa de retorno maior, mesmo que os juros venham a cair mais.
Outra opção são os títulos IPCA+, atrelados ao índice oficial de inflação. “Não é improvável que a inflação, que hoje está recuando, volte a subir daqui a 1 ou 2 anos, especialmente com o excesso de gastos do Governo. Para o investidor, é sempre bom ter essa classe de ativo para se proteger dos processos inflacionários”, aponta.
Os melhores investimentos para os moderados e sofisticados
Já para os investidores moderados e sofisticados, a classe dos Fundos Multimercados ganha relevância.
O Multimercado é um “meio do caminho” entre renda fixa e renda variável e compreende os fundos que compram tanto ativos de renda fixa quanto renda variável.
“Na EQI, fizemos um estudo comparando os últimos quatro ciclos de queda da Selic e observando como se comportou o índice que acompanha o desempenho dos fundos multimercados da Anbima, o IHFA, nesse período. O IHFA representa a média de retornos dos fundos multimercados da indústria. E ele teve retorno acima dos 150% do CDI nos últimos quatro ciclos de queda da Selic. Então, eles tendem, historicamente, a render bem depois do primeiro ano do corte de juros. Esta pode ser uma boa classe para prestar atenção”, diz.

Os Fundos Imobiliários (FIIs) também ganham relevância, com investidores saindo da renda fixa e indo para a renda variável.
E o mercado de ações também deve ganhar impulso, tanto Ibovespa (índice das ações mais relevantes da bolsa), quanto Small Caps (empresas de baixa capitalização e grande potencial de crescimento) e Dividendos (ações que são boas pagadoras de proventos), como aponta Wiese.
Vamos falar de cada um mais detalhadamente a seguir.
Fundos Multimercado
Para quem tem o perfil moderado ou sofisticado, alocar uma parte dos recursos em Fundos Multimercados faz bastante sentido, segundo Wiese, especialmente se a aplicação ocorrer em até 12 meses após o início da queda da Selic.
A justificativa, ele diz, é pelo histórico de remuneração dos fundos – conforme gráficos do IHFA apresentados.
Um fundo multimercado opera vários mercados: juros, moeda, ações, exterior, etc. Opera também diversas estratégias, seja na alta, na baixa e em pares. E através das boas decisões do gestor, trazem rendimentos mais altos que o CDI com boa liquidez no médio e longo prazo.
Uma oportunidade de fundo multimercado é o fundo Ibiuna Long Short, que rendeu 201% do CDI nos últimos 5 anos, diz Wiese. Esse fundo possui baixa correlação em relação ao Ibovespa e, por isso, é indicado para reduzir a volatilidade de uma carteira de renda variável.
Fundos Imobiliários: FIIs de tijolos são destaque
Carolina Borges, analista de FIIs da EQI Research, aponta que os ciclos de queda da Selic são sempre favoráveis ao IFIX, índice que abriga os Fundos Imobiliários mais relevantes listados na bolsa, e a expectativa de rentabilidade ultrapassa os 20%, dependendo do fundo escolhido.
“O mercado de Fundos Imobiliários estava cético nos últimos dias, esperando mesmo a definição do corte de juros. Mas existe uma relação negativa entre os FIIs, especialmente os de tijolo, e a taxa de juros. Sempre que há queda de juros, os Fundos tendem a ser valorizar. Assim, a gente espera que os FIIs continuem em tendência de alta”, aponta.
Para ajudar o investidor na escolha dos melhores FIIs, Carolina Borges publica, mensalmente, a Carteira Recomendada de FIIs da EQI Research.
Para o mês de setembro, os FIIs selecionados foram estes:

Outra opção do investidor é acessar a ferramenta gratuita Checklist de FIIs, de onde Carolina Borges tira suas próprias avaliações dos FIIs que compõem a carteira.
Com a ferramenta, o investidor indica qual FII quer avaliar e recebe uma nota de avaliação ao final, que indica se o negócio será ou não favorável.
São nove critérios para analisar fundos de tijolo e seis para analisar fiis de papel – clique aqui e entenda tudo sobre a ferramenta.
Clique aqui para ter acesso direto ao Checklist de FIIs.
Melhores ações para investir
Para quem quer migrar para a renda variável, mas não sabe nem por onde começar, existem duas boas opções: as Carteiras Recomendadas e as Carteiras Administradas.
Pelas Carteiras Recomendadas, o investidor recebe os apontamentos das casas de análise sobre os melhores ativos para investir. A EQI Research possui uma carteira mensal e a de setembro contempla as seguintes ações:

Ações que pagam dividendos
Para quem busca investir com foco em dividendos, buscando uma renda passiva, uma boa dica é acessar a relação das 10 ações que mais pagam dividendos na bolsa.
São elas:
- Grendene (GRND3)
- Metal Leve (LEVE3)
- CSN (CSNA3)
- Petrobras (PETR4)
- CSN Mineração (CMIN3)
- Petrobras (PETR3)
- Auren (AURE3)
- Taurus (TASA4)
- Irani (RANI3)
- Energias do Brasil (ENBR3)
Para saber em detalhes mais sobre a seleção e cada ativo, clique aqui.
Small Caps: Ações com grande potencial de valorização
Para Small Caps, que são ações de empresas de baixa capitalização, com alto potencial de valorização, o portal EuQueroInvestir e a EQI Research têm um relatório sobre as 3 top três ações de baixa capitalização. As selecionadas foram:
- Arezzo (ARZZ3)
- Direcional (DIRR3)
- Vamos (VAMO3)
Confira as análises de cada empresa aqui.
Você conferiu uma seleção dos melhores investimentos com Selic a 12.75%. Para mais notícias como esta, clique aqui.