Como amplamente aguardado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, taxa básica de juros da economia, em 50 pontos-base, de 12,25% para 11,75%. Neste texto, você entende quais são os melhores investimentos com Selic a 11,75%. Acompanhe!
Onde investir com Selic a 11,75%: histórico até aqui
Este é o quarto corte consecutivo, de mesma magnitude, da Selic, promovido pelo Banco Central.
Lembrando que, até aqui, a Selic ficou por cerca de um ano fixada em 13,75%. A paralisação dos juros por tempo prolongado veio após um ciclo de 12 altas, subsequentes ao piso histórico da taxa (2%), ao longo da pandemia.
A expectativa é que os juros sigam em trajetória de queda pelas próximas decisões do Copom, com Selic alcançando o piso de 9,25% no próximo ano.

Diante do novo cenário, fica a pergunta: como investir com Selic a 11,75%? Confira a seguir as recomendações de Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, e de Carolina Borges, analista de Fundos Imobiliários (FIIs) da EQI Research.
Melhores investimentos com Selic a 11,75%: Renda Fixa
Hora de reduzir posição nos pós-fixados
Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, aponta que os ativos pós-fixados (sejam Tesouro Direto, Fundos DI, CDBs, LCIs etc) vão passar a render cada vez menos, à medida que o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, atrelado à Selic) caia – o que não significa rentabilidade negativa, mas menor rentabilidade.
“Há um longo caminho de perda de atratividade para estes investimentos pós-fixados, porque a Selic deve chegar a um patamar entre 9% e 9,5% no próximo ano. Se você estiver muito posicionado em pós-fixados, é melhor reavaliar, sempre ponderando o seu perfil de investidor e seus objetivos com o investimento”, aponta.
Lembrando que, para fazer uma análise minuciosa de seu perfil de investidor, definir objetivos e prazos de investimentos e fazer uma correta alocação dos recursos, é sempre recomendável contar com assessoria profissional – clique aqui para falar com a EQI Investimentos.
Pré-fixados e IPCA+ em alta
Os pré-fixados, por sua vez, continuam atrativos porque garantem uma taxa de retorno fixo, independentemente do que venha a acontecer com a Selic e o CDI.
Também os IPCA+, atrelados à inflação, seguem atrativos. Isso porque eles garantem um juro real ainda alto, independentemente da decisão de juros.
Chance de ganhar dinheiro com a marcação a mercado
Além disso, com a queda dos juros, os dois tipos de ativos citados (pré-fixados e IPCA+) podem ter marcação a mercado positiva para quem quer vender os títulos antes do vencimento.
“Logicamente, a marcação a mercado é uma operação que envolve mais risco, porque depende de timing, mas a tendência é de valorização”, diz Wiese.
A marcação a mercado é um método utilizado para avaliar o valor atual de um ativo financeiro, como títulos de Renda Fixa, com base nos preços de mercado correntes. Essa prática tem o objetivo de refletir o valor real do ativo em um determinado momento, proporcionando uma avaliação mais precisa em comparação com o valor nominal.
Em outras palavras, todo título de renda fixa possui um valor nominal, que é o valor original do título. Por exemplo, se você compra um título com valor nominal de R$ 1 mil, esse é o valor que será resgatado no vencimento, independentemente das variações de mercado.
Já o preço de mercado de um título é determinado pela oferta e demanda no mercado financeiro. Esse preço pode variar de acordo com fatores como taxas de juros, condições econômicas e percepções de risco.
Para realizar uma operação de venda antecipada de títulos com lucro, a recomendação é também contar com ajuda profissional.
Como investir com Selic a 11,75%: Renda Variável
Ações e FIIs em alta
Com a queda da Selic, a Renda Variável ganha destaque.
Para Ações e Fundos Imobiliários, a queda é favorável porque, com ela, as empresas e fundos passam a ter menos despesas financeiras com juros, especialmente aqueles que estão muito alavancados. Assim, os resultados devem melhorar, com consequente valorização das ações.
Com a queda dos juros, há também uma tendência de retorno da atividade econômica e o país pode crescer mais com juros menores, aponta Wiese.
FIIs: 2024 tão positivo quanto 2023
Carolina Borges, analista de Fundos Imobiliários da EQI Research, aponta que o ciclo de queda da Selic, que ainda pode ser acelerado, traz confiança em um 2024 tão positivo quanto foi 2023 para os FIIs.
“O IPCA deve finalizar o ano abaixo do teto da meta de inflação. E quando a gente analisa os juros longos, que influenciam bastante o comportamento do mercado, eles vêm caindo, o que indica que o mercado está confiante em Selic mais baixa em 2024”, aponta.
Ela pondera que o cenário otimista ainda depende de variáveis do cenário externo, mas que, em geral, o ambiente é favorável aos FIIs por quatro razões:
- Diminuição do custo da dívida para os FIIs alavancados que tem dívidas atreladas ao CDI – “Isso deve reduzir custos e aumentar a receita recorrente dos fundos”, ela aponta.
- Valorização patrimonial dos fundos de tijolo – “Com Selic mais baixa, a taxa de desconto fica mais baixa, o que leva à valorização patrimonial de modo generalizado nos fundos de tijolo”.
- Aceleração da atividade – “Com mais vendas e mais demanda, por conta da queda dos juros, todos os segmentos de FIIs são beneficiados, mas em especial shoppings, galpões logísticos e lajes corporativas”.
- Migração cada vez mais consistente dos investidores para a Renda Variável – “A atratividade da Renda Fixa diminui com a queda da Selic e retornos menores; e a Renda Variável passa a compor parte relevante do portfólio dos investidores, o que beneficia o valor de mercado das cotas dos fundos”.
>> Aproveite e confira aqui a seleção de Fundos Imobiliários recomendados para investir em dezembro da EQI Research.
Fundos Multimercado
Outra classe que vem sendo esquecida pelos investidores é a dos Fundos Multimercados, aponta o estrategista da EQI.
“Esses Fundos são um mix entre a Renda Fixa e a Renda Variável, são híbridos e apresentam um histórico muito bom em ambiente de queda de juros”, afirma.
Wiese realizou um levantamento que aponta que, nos últimos quatro ciclos de corte de juros no Brasil, os Fundos Multimercado obtiveram retornos bem acima do CDI. “É uma boa aposta”, ele recomenda.
Como investir com Selic a 11,75%: Investimentos no exterior
Uma estratégia que não pode faltar na carteira dos investidores, alerta Wiese, é a internacionalização dos investimentos.
“É importante dolarizar a carteira pela descorrelação com o mercado brasileiro. Isso traz uma correta diversificação e eficiência ao portfólio”, indica.
A bolsa brasileira representa aproximadamente 1% da capitalização de mercado global, ao passo que o mercado dos EUA representa em torno de 55%.
Existe um slogan no mercado que diz que o Brasil é “3, 2, 1”: 3% do PIB mundial, 2% do mercado de Renda Fixa global e 1% do mercado de Renda Variável mundial. Ou seja, investir apenas no Brasil é como ir a um supermercado e ficar restrito a apenas um corredor.
Tendo parte do patrimônio investida no exterior, em outras moedas que não o Real, exposto à outros fatores que não aqueles que influenciam a economia brasileira, o investidor consegue a diversificação ótima da sua carteira e mantém o poder de compra internacional.
A recomendação dos especialistas é que todo investidor tenha de 5% a 30% de seu patrimônio investido no exterior para uma alocação correta e diversificada regionalmente.
No atual cenário de juros nos Estados Unidos, a Renda Fixa americana desponta como principal destino de investimentos de brasileiros no exterior, mas há também oportunidades na Renda Variável, desde que a exposição seja feita de maneira conservadora.
Selic: como ela impacta a sua vida?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a cada 45 dias, e serve de referência para todo o mercado financeiro.
A taxa Selic é utilizada como instrumento de controle da inflação e também como referência para diversas operações financeiras no país. Assim, ela é um indicador-chave que afeta as decisões de investimento, sendo particularmente relevante na escolha de ativos em uma carteira de investimentos.
Quando a taxa Selic está em alta, isto é, em um cenário de juros elevados, os investidores têm maior incentivo para alocar seus recursos em ativos de Renda Fixa. Isso ocorre porque esses ativos costumam oferecer rendimentos mais atrativos em momentos de taxas de juros elevadas. Títulos públicos, CDBs, LCIs e outros instrumentos de renda fixa se tornam opções mais interessantes, proporcionando retornos competitivos em relação ao custo de oportunidade associado ao rendimento básico da economia.
Por outro lado, em períodos de queda da taxa Selic, os investidores podem buscar alternativas mais rentáveis para maximizar seus ganhos. Nesse contexto, ativos de Renda Variável, como Ações e Fundos Imobiliários, tornam-se mais atrativos, uma vez que o custo de oportunidade para investir nesses instrumentos diminui. Ações de empresas com bom desempenho e potencial de valorização passam a ser consideradas como parte integrante de uma carteira diversificada.
Além disso, a taxa Selic influencia diretamente o custo do crédito no país. Em momentos de juros mais baixos, as condições de financiamento tendem a se tornar mais favoráveis, impactando setores como o imobiliário e o empresarial. Investidores podem, então, considerar alocações em setores específicos que se beneficiam desse ambiente econômico.
É fundamental que os investidores compreendam o papel da taxa Selic e monitorem seu comportamento para tomar decisões informadas sobre suas carteiras de investimentos. O cenário macroeconômico, as expectativas de inflação e as projeções para a taxa de juros são variáveis que devem ser cuidadosamente consideradas ao definir estratégias de investimento.
A compreensão do ciclo econômico e a adaptação da carteira às condições do mercado são aspectos essenciais para otimizar os resultados dos investimentos em um ambiente dinâmico e sujeito a mudanças.
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