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Investir no exterior: momento é oportuno, com destaque para Renda Fixa, diz especialista

Investir no exterior: momento é oportuno, com destaque para Renda Fixa, diz especialista

Há uma máxima no mundo dos investimentos de que a diversificação é o único “almoço grátis” deste universo. Diante disso, investir no exterior pode ser a estratégia ideal de proteção do patrimônio. 

Segundo Carolina Okamura, portfolio manager internacional e RI de Portfólio Solutions do BTG, o momento é oportuno para iniciar esta jornada no exterior, com o início do mês mais positivo após um posicionamento mais brando pelo banco central norte-americano, Federal Reserve, e a economia dos EUA se mostrando cada vez mais resiliente apesar do aperto monetário. 

O final do mês de outubro mostrou um desempenho muito negativo ao longo dos últimos 30 dias, com abertura da curva de juros de longo prazo em 5%, o que impactou bastante a renda variável. Já no início de novembro, logo na primeira semana, vimos um tom mais ‘dovish’ do Fed, que não deve mais subir juros”, disse Okamura na live “Panorama do Cenário Global”, promovida pela EQI Investimentos na terça-feira (7). Acompanhe!

Investir no exterior: Renda Fixa em alta

Nos Estados Unidos, é consenso de que os juros devem permanecer em alta por mais tempo, no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano. O nível é considerado o mais alto nos últimos 22 anos. 

O Federal Reserve manteve os juros inalterados na reunião da última quarta-feira (1), pela segunda vez consecutiva, a fim de levar a inflação à meta de 2% ao ano. A autoridade monetária observou que o mercado de trabalho do país vem desacelerando aos poucos, mas a atividade se mantém aquecida. 

O mercado esperava uma recessão, mas a economia americana se mostra resiliente, apesar de todo o aperto monetário consistente desde o último ano”, comenta Okamura. A primeira leitura do PIB do 3° trimestre de 2023 da maior economia do mundo acelerou 4,9% na base anual ajustada, acima do esperado pelo mercado. 

Esse movimento é explicado por um mercado que sempre viveu muito alavancado, segundo a especialista: os juros sempre foram muito baixos, em níveis negativos, o que facilitava a concessão de crédito à população e hipotecas. O cidadão norte-americano tinha muitas dívidas, mas também era bom pagador.

Com a pandemia, as famílias receberam auxílios do governo e, as mais poupadoras, não voltaram a seus empregos, conseguiram viver com o dinheiro economizado e voltaram a gastar mais agora. A economia segue pujante, com o mercado imobiliário reaquecendo e e os ativos sem perder valor”, avalia.

Diante disso, o aperto monetário trouxe uma oportunidade na Renda Fixa durante o ciclo de juros mais altos, e também trará no momento do fim. 

volatilidade das expectativas de juros nos EUA

Há muitos anos não vemos a Renda Fixa com instrumentos tão atrativos como agora. Muitos investidores estão entrando neste mercado, que tem mostrado juros fortes e atrativos. Os Treasuries de longo prazo, de 2031, chegaram a ter rendimento de 5% nas últimas semanas”, observa Carolina.

Outro ponto de atenção é a força do dólar diante das outras moedas. O Índice do Dólar, o DXY, mostra a variação do câmbio dos Estados Unidos em relação a uma cesta de moedas estrangeiras. Nas últimas 52 semanas, a variação foi entre US$ 99,58 e US$ 110,99.

A Renda Fixa, neste momento, permite uma dolarização do patrimônio com mais segurança, apesar da volatilidade das economias. Vemos uma oportunidade muito atrativa neste momento, e estamos com portfólios de 5 a 6 anos de duração.

Por que investir no exterior?

A bolsa brasileira representa cerca de 1% a 2% da capitalização de mercado global, ao passo que o mercado dos EUA representa em torno de 55%. 

Existe um slogan no mercado que diz que o Brasil é “3, 2, 1”: 3% do PIB mundial, 2% do mercado de Renda Fixa global e 1% do mercado de Renda Variável mundial. Ou seja, investir apenas no Brasil é como ir a um supermercado e ficar restrito a apenas um corredor. 

Tendo parte do patrimônio no exterior, em outras moedas que não o Real, exposto a outros fatores que não aqueles que influenciam a economia brasileira, o investidor consegue a diversificação da sua carteira e mantém o poder de compra internacional. 

A recomendação dos especialistas é que todo investidor tenha de 5% a 30% de seu patrimônio investido no exterior para uma alocação correta e diversificada regionalmente. 

“São economias, investimentos e instrumentos diferentes. Diversificar o portfólio globalmente faz muito sentido para diminuir o risco. Fica ainda mais simples para quem conta com especialistas para direcionar o caminho”, diz Okamura.

No entanto, 92% do patrimônio dos brasileiros ainda está investido em reais.

O fato de os brasileiros estarem tão pouco expostos aos mercados externos se deve a uma conjunção de três fatores:

  • realidade que parece distante e complexa;
  • dúvidas quanto à tributação e pagamento de impostos; 
  • e falsa ideia de que investir no exterior é algo apenas para quem tem muitos recursos.

Bolsa de valores: quais os destaques

Apesar da atratividade da Renda Fixa neste momento, a diversificação e o pensamento de longo prazo devem sempre andar ao lado do investidor.

Carolina Okamura destaca o boom da inteligência artificial (IA) desde junho no mercado de capitais dos EUA.

Além disso, o índice S&P 500 não tem sido considerado “tão caro” como era há meses. Para investir neste momento, é preciso buscar empresas de qualidade, que gerem caixa, sólidas no mercado. “Essas companhias tendem a sofrer menos volatilidade em momentos de crise ou no caso de uma recessão que podemos não estar enxergando”, pondera Okamura.

Outra solução é terceirizar as decisões de investimentos neste momento de maior cautela na renda variável, como investir por meio de fundos de gestão ativa.