Imagine guardar R$ 100 hoje e, ao utilizá-los no futuro, perceber que esse valor só compra o equivalente a R$ 12 em produtos. Parece exagero? Mas é exatamente o que aconteceu com o poder de compra dos brasileiros nas últimas três décadas graças à inflação. Desde o Plano Real, nossa moeda já perdeu cerca de 87% de seu valor.
A boa notícia é que há maneiras de se proteger desse cenário — e até de ganhar com ele. Esse foi o tema da última edição da live After Market, realizada na terça-feira (25) pela EQI Investimentos, com o título “Inflação: por que o real está perdendo valor”.
O encontro foi conduzido por Matheus Becker Szabileski, assessor de investimentos da EQI, que explicou de forma clara os fatores que estão por trás da perda do poder de compra da moeda brasileira — e, mais importante, como o investidor pode proteger e valorizar seu patrimônio mesmo em tempos de inflação alta.
O que é inflação e por que ela importa?
Inflação é o aumento generalizado dos preços ao longo do tempo. Em termos simples: quando a inflação sobe, seu dinheiro vale menos. Se um produto custava R$ 100 no ano passado e agora custa R$ 110, houve uma inflação de 10%.
No Brasil, o principal indicador de inflação é o IPCA, que mede a variação de preços para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Outros índices também ajudam a compor o cenário, como o INPC, voltado à baixa renda, e o IGP-M, muito usado em contratos de aluguel.
Hoje, os maiores vilões da inflação são itens essenciais: alimentos, energia elétrica e combustíveis — ou seja, mercado, luz e gasolina.
Por que o real está se desvalorizando?
Segundo Szabileski, diversos fatores explicam a fragilidade atual da moeda brasileira:
- Ruído político e fiscal: a desconfiança do mercado quanto ao cumprimento da meta fiscal tem pressionado a moeda. O recente bloqueio de R$ 30 bilhões no orçamento foi bem recebido, mas a incerteza persiste.
- Cenário externo desfavorável: o dólar segue forte globalmente, com os Estados Unidos crescendo 1,88% e a inflação por lá ainda acima da meta.
- Saída de capital estrangeiro: investidores internacionais têm reduzido sua exposição à bolsa e aos títulos de renda fixa.
- Crédito abundante e consumo aquecido: esses fatores mantêm a demanda alta, pressionando ainda mais os preços.
Em resumo: tudo está mais caro, e manter dinheiro parado na conta é garantir perda de valor.
O que o governo faz — e o que você pode fazer
Para combater a inflação, o governo eleva a taxa Selic, tornando o crédito mais caro e tentando desacelerar a economia. Mas para o investidor comum, a saída está em investimentos que protegem contra a inflação.
Algumas das principais alternativas citadas na live foram:
- Títulos públicos atrelados ao IPCA (Tesouro IPCA+)
- Fundos de investimento com foco em inflação
- Ações de setores defensivos, como energia e saúde
- Dólar como reserva de valor
- Contar com um assessor de investimentos qualificado
“O segredo é ter parte do seu dinheiro em ativos que acompanham ou superam a inflação. Assim, você não apenas protege, mas valoriza seu patrimônio”, reforçou Szabileski.
After Market: educação financeira ao vivo e com especialistas
A série de lives After Market, promovida pela EQI Investimentos, acontece todas as terças-feiras, às 19h30. Com uma linguagem acessível e espaço aberto para perguntas, os encontros buscam traduzir o noticiário econômico em ações práticas para o investidor.
Próximos temas confirmados:
- 01/07 – Imóveis físicos ou renda fixa: como comparar o melhor investimento?
- 08/07 – O que você precisa saber para fazer uma boa gestão de patrimônio?
- 15/07 – Por que investir em dólar é uma necessidade para o investidor brasileiro?
- 22/07 – O que é indispensável saber antes de investir?
- 29/07 – Quais as vantagens de investir em uma corretora?
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Já conferiu os temas anteriores?
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