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Como investir com Selic mantida em 10,50%?

Como investir com Selic mantida em 10,50%?

Nesta quarta-feira (19), foi anunciada a manutenção da taxa de juros, Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. Entenda agora como investir com a nova Selic.

A tendência de estacionar os juros já estava clara desde as últimas projeções do Boletim Focus. No relatório divulgado na última segunda-feira, a expectativa era de Selic a 10,5% em 2024 e a 9,50% em 2025.

No entanto, apesar da pausa, as projeções indicam que o ciclo de queda de juros deve prosseguir, com espaço para queda de mais de 1 ponto porcentual, mas possivelmente só a partir do ano que vem. Para 2026, a projeção da Selic é de 9%, ou seja, 1,5% abaixo do patamar atual.

Fora as expectativas do mercado, há uma sinalização de corte de juros iminente nos Estados Unidos, o que deve favorecer a política monetária também do Brasil, podendo inclusive, intensificar as projeções para queda de juros.

Para entender melhor como investir neste momento, o portal EuQueroInvestir, conversou com Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, e com Carolina Borges, analista de Fundos Imobiliários da EQI Research, que listaram as melhores opções de investimentos com a nova taxa Selic, confira.

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gráfico Selic mantida
Fonte: EQI Investimentos

Como investir com a nova taxa Selic na Renda Fixa?

De acordo com Wiese, o Copom não surpreendeu ao manter a taxa Selic e interromper o ciclo de queda de juros neste momento, já que ainda há uma previsão de diminuir a taxa para 2025. “Pode ser uma parada temporária, mas não dá para ter 100% de certeza”, comenta.

Neste cenário, a Renda Fixa segue como grande beneficiada. “Todos os títulos estão mais rentáveis nesse momento do que estavam 6 meses atrás”, ele diz.

  • Os pós-fixados estão com expectativa de retorno mais alto, porque o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) projetado para o futuro está mais alto;
  • Os prefixados estão pagando taxas mais altas, chegando a 14% e 15% ao ano;
  • E os IPCA+, atrelados à inflação, são precificados pelo juro real e também estão com boa remuneração.

Ao falar em juro real, Wiese pontua que o Brasil está indo na contramão dos Estados Unidos. Enquanto por lá o juro longo tem caído nas últimas semanas, “aqui tem subido em função dos nossos problemas internos”, comenta.

Vale lembrar, o novo cenário para a política monetária é de incerteza, em grande parte pela expectativa de início de corte de juros nos Estados Unidos – parte do mercado crê em 1 corte por lá ainda em 2024, e há quem veja espaço para 2 cortes.

Já no Brasil, foi ligado o alerta do risco fiscal. A divisão na decisão de juros da reunião anterior do Copom, entre diretores indicados pelo atual governo e os indicados pela gestão anterior, fez com que investidores questionassem se o Banco Central continuará firme na luta contra a inflação após a saída de Roberto Campos Neto da presidência da autarquia monetária – seu mandato acaba em 31 de dezembro.

Além disso, a mudança na meta de resultado primário, de superávit para déficit zero em 2025, trouxe dúvidas sobre a sustentabilidade do novo arcabouço fiscal. O foco do governo no aumento da arrecadação e não no corte de gastos para ajustar as contas públicas preocupa o mercado.

Como investir com a nova taxa Selic na Renda Variável?

De acordo com Carolina Borges, a Selic segue em valores elevados, maiores do que o mercado esperava no início do ano, o que acontece por um nível elevado de incertezas, tanto no âmbito fiscal quanto no âmbito político.

“Isso faz com que a curva de juros, que é o que realmente importa, siga pressionada, ou seja, em valores elevados. E essa curva funciona como um freio para valorização dos FIIs, que já registram no acumulado deste ano desempenho negativo”, comenta.

A analista aponta que, ao olhar para a taxa de juros real dos últimos meses, é possível ver nas NTNBs e no Tesouro IPCA+ uma redução, mas ainda quase que estacionada num patamar que costuma afastar muito os investidores de risco.

Já na Renda Variável, com a manutenção da taxa Selic e com essa interrupção momentânea ou não do ciclo de queda, os investimentos em Ações e em Fundos Imobiliários estão sem gatilho, mas seguem recomendados, afirma o estrategista da EQI Investimentos, Denys Wiese.

“Olhando para trás, podemos dizer que estamos no lado correto do ciclo econômico para ter esses ativos em carteira. Por exemplo, em 2021 quando o Banco Central começou a subir juros a inflação estava 6%, 7%, 8% e 9%, a gente estava claramente na parte ascendente do ciclo econômico, agora estamos do outro lado”, comenta.

De acordo com Wiese, com a inflação em cerca de 3,5% e 4% ao ano, atualmente, a margem está subindo um pouquinho, mas as expectativas são de juros para baixo e não para cima.

“Para a Renda Variável, em função das quedas recentes, existem boas oportunidades sem gatilhos de curto prazo. Mas, olhando no médio prazo, podem haver outros gatilhos, inclusive novas quedas da taxa de juros por aqui”, afirma.

Como investir com a nova taxa Selic nos Fundos Imobiliários?

Carolina Borges aponta que a Renda Variável como um todo, incluindo os Fundos Imobiliários, tem perspectivas positivas. E é bem possível que haja uma segunda rodada de valorização dos FIIs em breve.

“Como a gente viu até no primeiro trimestre deste ano, à medida que essas incertezas diminuam, a gente passa por um cenário em que os juros americanos começam a cair. Começamos a ver bons comportamentos dos indicadores macroeconômicos aqui no Brasil que passam invariavelmente pela agenda fiscal do Brasil o que pode levar o Banco Central a voltar a cortar juros com uma aceleração maior”, ressalta.

Em relação aos fundamentos para os investidores que buscam renda passiva mensal, e que têm um horizonte de investimento mais longo, tem sido visto um crescimento no resultado dos Fundos Imobiliários, especialmente no mercado de fundos de shopping e de logística.

Segundo Borges, esse crescimento setorial passa também por uma redução na vacância física das lajes corporativas, mesmo que ainda não tenha sido traduzido no aumento de receita, o que pode vir a médio prazo.

Fundos de papéis

Nesse tipo de FII, há bons portfólios disponíveis, ela recomenda, com risco de crédito moderado. “Se o investidor está buscando uma volatilidade menor, ele pode ter uma alternativa interessante ali nos fundos 100% indexados ao CDI. Eles oferecem essa característica de volatilidade menor e renda superior à taxa de juros, isenta de imposto de renda”, explica.

Fundos de tijolos

Já os Fundos de Tijolos estão com retorno de proventos, com patamares elevados na faixa de 8,5% e 9%. “Isso acontece porque houve uma compressão de preços de mercado, mas não houve uma redução significativa do resultado líquido desses Fundos Imobiliários, ou seja, a distribuição permanece a mesma, mas o valor de mercado caiu”, explica Carol Borges.

Basicamente, isso é um ajuste de risco, ela diz. Com uma redução dessa percepção de risco, a tendência é ver uma valorização desses ativos no mercado.

Lula na véspera do Copom

Com uma decisão cercada de suspense, uma parte do mercado especulava um novo corte de 0,25% e outra parte que o Copom mantivesse os juros em 10,50%.

Na véspera da decisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou novamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o que mexeu nas altas expectativas do mercado.

À rádio CBN, em entrevista, Lula disse que a atuação da autoridade monetária está “desajustada” e que RCN não demonstra capacidade de autonomia, mas sim um “lado político” e um esforço em “prejudicar o país”.

Sobre a taxa Selic

A Selic, taxa básica de juros brasileira, é definida a cada 45 dias pelo Banco Central. A taxa Selic é usada como referência para o mercado, seja para investimentos, bancos ou consumo do dia a dia.

Dentro da Renda Fixa, a Selic é um dos principais pilares para a rentabilidade dos investimentos, para produtos como CDBs, Tesouro Direto e Letras de Crédito. A tendência é de que esses juros subam quando a taxa de juros sobe, ou que caiam quando a Selic recua.

Quando acontece a próxima reunião para a nova taxa Selic?

A próxima reunião do Copom acontece entre os dias 30 e 31 de julho. O Banco Central conta com um calendário de planejamento para as datas das reuniões durante o ano. A última reunião de 2024 vai acontecer nos dias 12 e 13 de dezembro.

Calendário Copom 2024

  • 30 e 31 de janeiro;
  • 19 e 20 de março;
  • 7 e 8 de maio;
  • 18 e 19 de junho;
  • 30 e 31 de julho;
  • 17 e 18 de setembro;
  • 5 e 6 de novembro;
  • 10 e 11 de dezembro.

Saiba mais!

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