Em um cenário econômico em constante transformação, os investidores mais atentos sabem que tomar decisões estratégicas exige um entendimento profundo dos diferentes aspectos do mercado financeiro. Entre os fatores que exercem grande influência sobre os investimentos, a Política Monetária desponta como um tema essencial para ser compreendido.
Seja você um investidor em Renda Variável ou Renda Fixa, entender a Política Monetária e suas projeções futuras é fundamental para traçar estratégias de investimento bem-sucedidas.
Diante disso, este artigo propõe explicar o que é a Política Monetária e quais são os seus efeitos nos seus investimentos e na economia de um país.
Política Monetária: o que é?
A Política Monetária pode ser entendida como um conjunto de decisões tomadas pelos governos e instituições financeiras, principalmente os bancos centrais, que têm o objetivo de controlar a quantidade e o valor do dinheiro em circulação. Em outras palavras, a Política Monetária tem a função de regular a liquidez da economia.
O Banco Central do Brasil (BC) reforça que a Política Monetária se refere às ações da própria instituição que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade de dinheiro (condições de liquidez) na economia.
A Política Monetária influencia dois indicadores econômicos importantes para qualquer país: a inflação e o desemprego.
Com base nesses dados, o BC utiliza diferentes técnicas, como controlar as taxas de juros, regular transações no mercado financeiro ou exigir que os bancos mantenham uma reserva de dinheiro.
O BC usa a taxa básica de juros, a Selic, para gerenciar a Política Monetária e manter a inflação sob controle, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Manter a taxa de inflação baixa, estável e previsível proporciona um crescimento econômico sustentável e melhora as condições de vida da população. Por outro lado, a autarquia destaca que a inflação alta, instável e imprevisível prejudica o crescimento econômico.
“Com preços estáveis, todos podem se planejar melhor. Empresas têm melhores condições para realizar investimentos e as famílias para avaliar quanto vão gastar ao longo do mês. Nesse contexto, há condições mais propícias para que a economia cresça, favorecendo a criação de empregos e o aumento do bem-estar na sociedade“, escreve o BC.
Além disso, uma inflação alta prejudica principalmente as famílias de baixa renda, que têm mais dificuldade em proteger-se contra a perda do valor real da moeda.
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Os principais instrumentos da Política Monetária

A implementação eficaz da Política Monetária é fundamental para manter a estabilidade e o equilíbrio econômico de um país. Nesse contexto, o BC desempenha um papel importante ao utilizar uma variedade de instrumentos para controlar a oferta monetária e influenciar os principais indicadores econômicos.
Entre esses instrumentos, destacam-se o open market, o redesconto e o depósito compulsório.
Open market
O termo open market refere-se à compra e venda de títulos públicos e privados pelo BC no mercado financeiro.
No contexto da Política Monetária, quando o BC faz operações de open market, ele compra ou vende títulos como forma de influenciar a oferta monetária e as taxas de juros da economia.
Quando o BC compra títulos no mercado aberto, ele injeta dinheiro na economia, aumentando a oferta monetária e, potencialmente, diminuindo as taxas de juros. Por outro lado, quando o BC vende títulos, ele retira dinheiro de circulação, reduzindo a oferta monetária e, consequentemente, elevando as taxas de juros.
As operações de open market permitem ao BC ajustar a quantidade de dinheiro disponível no sistema financeiro, impactando diretamente a liquidez da economia. Essas transações têm o objetivo de controlar as condições financeiras, influenciar os investimentos, estimular o consumo e manter a estabilidade econômica do país.
Redesconto
O redesconto é a taxa de juros que o BC cobra das instituições financeiras quando estas necessitam obter empréstimos de curto prazo junto ao banco central.
Quando um banco comercial enfrenta dificuldades temporárias de liquidez e precisa de recursos adicionais, ele pode recorrer ao BC para obter esses empréstimos de curto prazo. Em resumo, o BC oferece empréstimos de redesconto aos bancos comerciais, cobrando uma taxa de juros conhecida como taxa de redesconto.
A taxa de redesconto geralmente é mais alta do que as taxas de juros de mercado, visando incentivar os bancos comerciais a buscar financiamento em fontes privadas antes de recorrerem ao BC.
Ela também pode ser usada como uma ferramenta para influenciar as condições de liquidez do sistema bancário e controlar a oferta monetária.
Ao ajustar a taxa de redesconto, o BC tem a capacidade de incentivar ou desencorajar os bancos comerciais a buscar empréstimos junto a ele. Se a taxa de redesconto for reduzida, os bancos comerciais ficam mais incentivados a obter empréstimos do banco central, o que aumenta a liquidez do sistema financeiro.
Por outro lado, se a taxa de redesconto for aumentada, os bancos comerciais tendem a buscar alternativas de financiamento, reduzindo a liquidez disponível.
Depósito Compulsório
O depósito compulsório consiste na exigência de que os bancos comerciais mantenham uma parcela dos depósitos de seus clientes sob a forma de reservas junto ao BC.
Essa reserva compulsória tem como objetivo regular a quantidade de dinheiro em circulação na economia e controlar a oferta monetária.
Ao exigir que os bancos mantenham uma porcentagem dos depósitos como reservas, o BC reduz a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e investimentos, o que pode ajudar a conter a inflação e garantir a estabilidade financeira.
Ao aumentar a taxa do depósito compulsório, o BC retira recursos disponíveis para empréstimos, o que tende a reduzir a quantidade de dinheiro em circulação. Por outro lado, ao reduzir a taxa do depósito compulsório, o BC permite que os bancos comerciais disponibilizem mais dinheiro para empréstimos, o que pode estimular o consumo e o investimento na economia.
O que é Política Monetária restritiva e expansionista?
Existem dois tipos principais de Política Monetária: a restritiva e a expansionista. Cada uma delas é adotada em diferentes momentos e tem efeitos distintos na economia.
Restritiva: estabilizando a economia
A Política Monetária restritiva é implementada quando o objetivo é conter o crescimento econômico excessivo e controlar a inflação. Nesse cenário, o BC adota medidas para reduzir a oferta monetária e aumentar as taxas de juros. Essas ações têm o propósito de desacelerar o consumo e os investimentos, buscando evitar pressões inflacionárias.
Os investimentos em Renda Fixa são beneficiados pela Política Monetária restritiva. A alta nas taxas de juros torna os títulos de renda fixa mais atrativos, pois oferecem uma maior rentabilidade.
Nesse contexto, os investidores tendem a migrar para ativos de menor risco e maior estabilidade, em busca de proteção contra a inflação e potenciais volatilidades do mercado de renda variável.
Expansionista: estimulando o crescimento econômico
Por outro lado, a Política Monetária expansionista é adotada para impulsionar o crescimento econômico e combater a recessão. Nessa abordagem, o BC busca aumentar a oferta monetária e reduzir as taxas de juros, tornando o crédito mais acessível e incentivando os investimentos e o consumo.
Os investimentos em Renda Variável são recomendados durante uma Política Monetária expansionista. Com taxas de juros mais baixas e uma tendência de alta na economia, os investidores tendem a buscar oportunidades de maior retorno, assumindo um maior risco.
O mercado de ações e outros ativos de Renda Variável podem apresentar um desempenho favorável nesse ambiente, impulsionados pelo otimismo econômico e maior liquidez disponível.
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