Com um patrimônio estimado em US$ 9,5 bilhões, André Esteves desponta como um dos principais bilionários brasileiros.
Por trás da cifra, está a história de um jovem carioca de classe média que se tornou um dos maiores banqueiros do País.
Esteves é mais um dos convidados da Money Week 2025, maior evento sobre investimentos do Sul do país, que acontece dia 1 de agosto, em Balneário Camboriú. Para participar, clique aqui!
Quem é André Esteves?
Criado pela mãe e pela avó, André Esteves tinha um objetivo de vida quando começou a cursar sua faculdade: conseguir um emprego.
“Era um ambiente econômico horroroso”, lembrou durante evento da Fiesp. “Ter um emprego era o mais importante, era o que todo mundo queria. Empreender era um delírio na época.”
Ele contou que tinha muitos interesses, mas, pelas dificuldades financeiras que sua família enfrentava, era preciso ser muito prático: entrar em uma faculdade pública e em um curso que fosse passaporte para uma vaga de trabalho.
“Eu era bom aluno e gostava de muita coisa. Mas fui fazer matemática porque tinha emprego. Eu tinha que entrar em uma faculdade que não precisasse pagar e ela tinha que ser boa”, complementou.
Foi, então, que ele começou a cursar matemática com ênfase em informática na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Informática, na época, era considerado um campo bastante promissor.
Esteves começou a trabalhar na própria faculdade, mas sabia que precisava expandir horizontes. Até que, lendo jornal, descobriu que um banco de investimentos estava recrutando jovens talentos.
“Eu não fazia ideia do que era um banco de investimentos, mas coloquei minha melhor roupa e fui.”
Reprodução
Trabalho duro, mas com meritocracia
O banco em questão era o Pactual, fundado por André Jakurski, Luiz Cezar Fernandes, Renato Bronfman e o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes (inclusive, outro nome confirmado na Money Week).
Ali, um time jovem e ambicioso estava ganhando destaque no mercado financeiro, com uma proposta de trabalho que soou a Esteves como o ambiente perfeito para se desenvolver.
Trabalhava-se duro, mas com bonificações que recompensavam e estimulavam a dedicação.
“A palavra meritocracia nem era falada na época, mas era isso. Esse discurso me seduziu”, afirmou.
Esteves conta que, chegando em casa, contou para a mãe que iria trabalhar em banco, ganhando metade do que recebia no estágio da faculdade, mas que acreditava fortemente nas bonificações. A mãe, professora universitária, duvidou:
“Mas você vai acreditar em banqueiro?”, ela disse. Não só acreditou, como se tornou um.
Carro roubado no primeiro dia
Logo no primeiro dia do trabalho, porém, ele teve um revés. Seu carro, um Gol ainda não quitado, foi roubado na porta do escritório.
“O Gol representava uns 150% do meu patrimônio. Não tinha seguro e eu ainda tinha uma dívida a pagar. E eu ganhava, então, uns R$ 400 de salário”, recordou, rindo da própria má sorte.
Resiliente e endividado, ele seguiu no banco e, com a formação que possuía, acabou virando o faz tudo que consertava os computadores. Mas sua dedicação era grande e logo ele foi notado. Virou operador de mesa de renda fixa.
Neste outro começo, mais uma surpresa desagradável: logo que assumiu a renda fixa, veio o Plano Collor, com forte impacto nesta modalidade de investimento.
Os executivos do banco se desdobravam para encontrar saídas ao plano, quando Esteves sugeriu elaborar um fundo de aplicação em fundos de aplicação financeira (FAFs). O plano deu certo e ele ganhou nova promoção: virou chefe da equipe de renda fixa.
As bonificações cresceram e veio, então, o convite para se tornar sócio, mediante a aquisição de ações.
A crise econômica que se seguiu e discordâncias internas fizeram com que Jakurski e Guedes se afastassem do Pactual.
Luiz Cezar Fernandes seguiu à frente dos negócios, com foco em transformar o Pactual em um banco de varejo. No entanto, a estratégia não deu certo.
Diante das dificuldades financeiras de Fernandes, Esteves e mais três colegas se juntaram e fizeram uma proposta: eles pagariam as dívidas do banqueiro, mas em troca queriam sua participação total no banco.
O Pactual seguiu só como banco de investimentos e Esteves se tornou sócio-gerente. Em 2006, o banco UBS comprou o Pactual por US$ 3,1 bilhões, mas Esteves e os sócios continuaram no negócio.
Bilionário aos 37 anos
Aos 37 anos, ele já tinha um patrimônio pessoal de US$ 1 bilhão e era chefe global da área de renda fixa do UBS Pactual. Ficou no cargo por mais dois anos.
Depois, se afastou e, junto a nove sócios minoritários, começou do zero com o BTG Investments. Em 2008, em plena crise mundial, o novo banco já se destacava pelos resultados.
Back to the game
Enxergando na crise uma oportunidade, Esteves realizou o que possivelmente tenha sido sua maior sacada: com o UBS endividado, ele recomprou o Pactual por US$ 2,5 bilhões – ou seja, valor inferior ao que recebeu pela venda três anos antes.
Esteves tornou-se, então, CEO e chairman do novo BTG Pactual, levando a instituição a figurar como o maior banco de investimentos da América Latina. O Financial Times já chegou a chamar o BTG Pactual de “Goldman Sachs Tropical”, tamanha sua relevância.
Durante a jornada de sucesso, o banco se envolveu em atuações bastante complexas. Como a compra do Panamericano, o banco falido de Silvio Santos; a participação na Sete Brasil, criada para operar sondas da Petrobras; além da reestruturação das empresas de Eike Batista.
Reconhecimentos e ações filantrópicas
Esteves foi eleito banqueiro do ano pela World Finance em 2015. Também pessoa do ano pela Câmara de Comércio Brasileira do Reino Unido em 2014; e pessoa do ano pela Câmara de Comércio EUA-Brasil em 2012. Ainda, uma das 50 pessoas mais influentes do mundo pela Bloomberg em 2012.
Além da atuação no mercado financeiro, ele também se envolve em diversas causas filantrópicas e humanitárias. Esteves é membro do Conselho da Conservation International (CI), uma das mais importantes instituições do mundo na preservação do meio ambiente. Dedica-se ainda a projetos e instituições que ajudam a melhorar a educação, o meio ambiente e a saúde.
Visão de Esteves sobre o cenário atual
Em participações recentes em eventos sobre economia e finanças, Esteves opinou sobre os cenários para Brasil e Estados Unidos.
André Esteves acredita que uma eventual vitória de Tarcísio de Freitas nas eleições presidenciais de 2026 no Brasil poderia provocar um “rali histórico” no mercado financeiro brasileiro, impulsionando fortemente os ativos nacionais.
Ele vê Tarcísio como um nome com forte apoio do setor produtivo e empresarial (“unanimidade do PIB”), o que animaria especialmente os investidores estrangeiros. Embora reconheça que o cenário eleitoral ainda está indefinido, Esteves considera que a candidatura de Tarcísio é quase certa e representa políticas mais favoráveis ao setor privado, algo valorizado pelo mercado.
Sobre as eleições municipais recentes, Esteves interpretou o resultado como uma derrota tanto da esquerda quanto da “direita maluca”, sugerindo que a esquerda precisa se reconectar com o centro político para continuar relevante.
Já sobre os EUA, Esteves vê Donald Trump como uma figura complexa, reconhecendo seus defeitos e riscos ao multilateralismo, mas também admitindo que o ex-presidente americano traz à tona “verdades duras” que merecem ser consideradas.
Ele considera o estilo de Trump não convencional e por vezes deselegante, mas não necessariamente ineficaz. Para Esteves, o impacto de Trump no cenário global durante seu primeiro mandato foi limitado: apesar das palavras fortes, seu governo não trouxe mudanças profundas à ordem mundial. Ele alerta, contudo, que o abandono do multilateralismo pode prejudicar os próprios Estados Unidos.
André Esteves na Money Week: o que é o evento?
A Money Week é um evento sobre educação financeira e investimentos, promovido pela EQI Investimentos, corretora com mais de R$ 40 bilhões sob custódia.
Em sua 11a edição, a Money Week é fundamental para todos os tipos de investidores.
Não importa se você nunca investiu ou se você é um investidor com ótimos resultados, que está buscando formas para ir além.
A proposta é ajudar você a entender o mercado financeiro e a evoluir nos investimentos, sem jargões ou “economês”.
O evento é composto por painéis ministrados por autoridades em finanças, investimentos e economia, que formam uma verdadeira trilha de conhecimento.
Na Money Week, você compreende tudo tudo sobre investimentos, de forma clara.
Do zero ao absoluto em investimentos: esse é o objetivo do evento.
Money Week: confira outros nomes já confirmados no evento
Confira a lista de convidados já confirmados no evento: