Michel Temer, ex-presidente do Brasil, é um dos grandes nomes confirmados na 11ª edição da Money Week, evento promovido pela EQI Investimentos em Balneário Camboriú, Santa Catarina, no dia 1º de agosto. O renomado político e jurista trará sua visão sobre os cenários econômicos e políticos brasileiros.
Para participar, clique aqui e garanta seu ingresso!
Michel Temer: trajetória do político e jurista
Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em 1940, na cidade de Tietê, em São Paulo. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1959 e, em 1974, concluiu o doutorado em Direito Público na PUC-SP. Antes de ingressar na carreira política, Michel Temer exerceu a advocacia por sete anos.
A partir de 1970, começou a atuar como procurador do Estado de São Paulo, tendo sido indicado para a Procuradoria Geral do Estado em 1983 pelo então governador Franco Montoro. No ano seguinte, foi nomeado secretário de Segurança Pública.
Inovações na Segurança Pública
Durante sua gestão na Secretaria de Segurança Pública, Michel Temer implementou diversas melhorias. Entre suas principais realizações destacam-se o aumento do efetivo da Polícia Militar e o incentivo a sistemas privados de segurança como forma de auxílio ao Estado.
Além disso, reestruturou a polícia estadual por meio de lei que definia a aposentadoria compulsória para delegados de polícia. A referida lei era aplicada àqueles que chegassem a 30 anos de serviço público – sendo 25 anos, no mínimo, dedicados à polícia – e que estivessem há pelo menos cinco anos no nível mais alto da carreira.
Michel Temer também criou marcos importantes na segurança pública paulista: a primeira Delegacia da Mulher em 1985, a Delegacia de Proteção aos Direitos Autorais e a Delegacia de Apuração de Crimes Raciais.
Carreira política de Michel Temer
Michel Temer exonerou-se da Segurança Pública em 1986 para se candidatar a deputado federal constituinte naquele ano. Concorreu pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), tendo sido eleito como suplente. Após a Constituinte, foi reconduzido ao cargo de deputado federal por cinco vezes consecutivas.
Chegou a se licenciar em 1992 para reassumir a Secretaria da Segurança Pública, mas retornou à Câmara dos Deputados, tendo presidido a Casa em 1997, 1999 e 2009. Em 2001, o político foi eleito presidente nacional do PMDB.
Michel Temer no Governo Dilma Rousseff
Na eleição presidencial de 2010, Michel Temer foi eleito vice-presidente na chapa da então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, ele também assumiu a responsabilidade pela articulação política do governo. Em uma disputa acirrada, Dilma e Temer conquistaram o segundo mandato em 2014.
Um ano depois, as funções da Secretaria de Relações Institucionais, que foi extinta, foram transferidas para o vice-presidente. Já no primeiro ano do novo mandato do governo Dilma, instalou-se no país uma crise econômica e de confiança, com denúncias generalizadas de corrupção.
Após as denúncias da “Operação Lava-Jato”, Michel Temer se afastou oficialmente da articulação política do governo. Um ano depois, em março de 2016, o partido de Temer deixou a base do governo para dar apoio ao impeachment da presidente Dilma, que já tramitava na Câmara dos Deputados.
A presidência de Michel Temer
O impeachment foi aprovado pela Câmara em abril de 2016. A partir daí, o Senado foi autorizado a julgar Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Michel Temer assumiu interinamente a Presidência da República em 12 de maio de 2016, tornando-se o 37º presidente do Brasil e permanecendo no cargo até 31 de dezembro de 2018.
Em seu governo, destacam-se as seguintes medidas: controle dos gastos públicos via PEC 95 (PEC do Teto de Gastos), reforma trabalhista de 2017 e Lei da Terceirização.
Michel Temer mediou crise entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes
Em setembro de 2021, durante uma crise institucional entre o então presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Michel Temer desempenhou papel importante como mediador.
A tensão havia escalado após os discursos inflamados de Bolsonaro durante os atos de 7 de setembro, nos quais atacou diretamente o STF e, especialmente, Moraes.
Para conter a crise, Temer intermediou uma conversa telefônica entre Bolsonaro e Moraes. Segundo relatos, a conversa foi amigável e durou cerca de 15 minutos. Bolsonaro afirmou que não tinha nada pessoal contra o ministro, embora discordasse de algumas de suas decisões jurídicas.
Após essa conversa, Bolsonaro divulgou uma “Declaração à Nação”, redigida com a ajuda de Temer, na qual recuava de suas declarações anteriores e expressava respeito pelas instituições brasileiras.
No entanto, em junho de 2022, Bolsonaro afirmou em entrevista que Moraes não teria cumprido “certas coisas combinadas” durante a conversa intermediada por Temer. O ex-presidente, por sua vez, negou que houvesse qualquer tipo de acordo ou condicionantes na conversa, enfatizando que o objetivo era apenas pacificar o país e restabelecer a harmonia entre os Poderes.
Bastidores para 2026: Michel Temer questiona candidatura de Lula
Michel Temer avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode enfrentar dificuldades para buscar um quarto mandato em 2026. Entre os fatores que podem pesar nessa decisão, Temer destaca a queda de popularidade do atual governo e a ausência de um diálogo mais sólido com o Congresso Nacional.
“Lula não tem mantido o mesmo nível de interlocução com o Congresso que teve nos dois primeiros mandatos. Naquela época, ele promovia reuniões regulares com presidentes de partidos e líderes partidários. Isso parece ter se perdido“, afirmou Temer em entrevista ao programa Canal Livre, da BandNews.
A aprovação popular de Lula, segundo Temer, também entrou em declínio: “Sem dúvida, a popularidade dele caiu. Acredito que isso o fará refletir duas, três, até dez vezes antes de decidir se concorrerá novamente à Presidência.“
Articulação para 2026: Movimento Brasil
Em paralelo às críticas ao governo atual, Michel Temer intensificou os esforços para viabilizar uma candidatura única da centro-direita nas eleições de 2026.
Segundo a Coluna do Estadão, ele recebeu o ex-presidente José Sarney em sua casa em São Paulo, para uma reunião que durou mais de duas horas. Na pauta, a construção de um projeto político batizado de Movimento Brasil.
A articulação visa reunir lideranças e fortalecer uma alternativa ao atual governo, diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Entre os nomes cotados estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Junior (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Eduardo Leite (PSD).
“Tenho conversado com alguns governadores e percebo uma forte disposição para a união. Não faz sentido termos cinco candidatos da direita competindo entre si enquanto apenas um nome representa a esquerda. O ideal seria termos dois ou três candidatos com propostas bem definidas“, defendeu Temer.
Michel Temer na Money Week: experiência anterior e expectativas
Esta não será a primeira participação de Michel Temer na Money Week. Em 2022, ele foi um dos principais convidados da 6ª Money Week no painel Cenários 2022.
Na época, defendeu que as várias medidas tomadas em seu governo, incluindo o polêmico teto para os gastos públicos, foram favoráveis para o PIB brasileiro.
“O teto de gastos foi um dos primeiros passos. Depois, encaminhamos reformas fundamentais para a economia brasileira, entre elas a trabalhista. Isso diminuiu sensivelmente a litigiosidade entre empregados e empregadores“, explica Michel Temer.
O ex-presidente esclarece que o teto de gastos parte de uma lógica elementar: ninguém pode gastar mais do que ganha. “Com o Estado é a mesma coisa, pois, se isso acontece, gera-se um problema a cada exercício financeiro. Isso porque aumenta a dívida pública, o que prejudica brutalmente a economia do país“, afirma.
Em relação ao seu governo, Temer utilizou duas espécies de responsabilidades: a fiscal e a social. Estabeleceu que, a cada novo orçamento, só se podia acrescentar a inflação anterior, evitando assim as chamadas “medidas populistas”.
Na opinião de Michel Temer, o teto dos gastos conferiu muita credibilidade fiscal ao Brasil, tanto no cenário interno quanto externo. “A credibilidade fiscal é algo importantíssimo para quem deseja investir, pois é ela que traz a segurança jurídica“, afirma.
Quanto à responsabilidade social, Temer explica que seu governo previu a hipótese de comoção interna ou calamidade pública. Nesses casos, há uma emenda constitucional que permite utilizar os chamados créditos extraordinários – valores fora do teto de gastos.
Segundo Michel Temer, o governo ainda poderia utilizar os créditos extraordinários devido aos efeitos da pandemia, mantendo intocada a tese de responsabilidade fiscal. “Se o governo atual aplicasse essa legislação, muitas medidas poderiam ter sido tomadas de forma mais rápida e eficiente“, avalia.
Money Week: participe do evento!
A Money Week da EQI Investimentos tem como objetivo aproximar o investidor comum dos maiores nomes do mercado, em trilhas de aprendizagem didáticas e sem uso do “economês”, fornecendo aos participantes todas as informações necessárias para crescerem como investidores, independentemente do nível de conhecimento.
Quem mais vai estar na Money Week
Com diferentes tipos de ingresso, do acesso geral ao backstage exclusivo, a Money Week entrega muito mais do que palestras. É uma experiência pensada para quem quer se atualizar, ampliar sua rede e tomar decisões de investimento com mais segurança.
Confira a lista de convidados já confirmados no evento:
- André Esteves, chairman do BTG Pactual
- Paulo Guedes, ex-ministro da Economia e gestor na Yvy Capital
- David Richman, gestor da Morgan Stanley Investment Management
- Juliano Custodio, CEO da EQI Investimentos
- Ilana Bobrow, da Vectis Partners
- Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset
- Ettore Marchetti, CEO da EQI Asset
- William Waack, jornalista e analista político
- Carlos Galvão, fundador da Unlimited Sports
- Cintia Hachiya, Chief Marketing Officer do PicPay
- Fernando Meligeni, ex-tenista
- Isabela Massola, diretora global de marca da Natura
- William Waack, jornalista