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Quem é Eike Batista? Ascensão e queda de quem já foi o mais rico do país

Quem é Eike Batista? Ascensão e queda de quem já foi o mais rico do país

Quem é Eike Batista, que foi de brasileiro mais rico do mundo a falido em questão de anos?

A biografa do empresário virou tema de filme, que estreia dia 22 de setembro. O longa “Eike – Tudo ou Nada” é baseado no livro homônimo da jornalista Malu Gaspar, e foi dirigido e roteirizado por Andradina Azevedo e Dida Andrade.

Com sua história baseada em prestígio social e muito marketing, Eike é um personagem relevante do mundo dos negócios brasileiro. Continue a leitura e saiba mais sobre ele.

Qual a naturalidade de Eike Batista?

Eike Fuhrken Batista nasceu em 3 de novembro de 1956, em Governador Valadares, no estado de Minas Gerais, mas cresceu no Rio de Janeiro.

Aos 12 anos, foi viver com a família em Frankfurt, Alemanha, terra natal de sua mãe. Seu pai, Eliezer Batista, que já foi presidente da então Companhia Vale do Rio Doce, hoje Vale (VALE3), recebeu a missão de desenvolver uma divisão da empresa na Europa. Eliezer também chegou a ocupar o posto de ministro de Minas e Energia, durante os governos militares.

Eike é formado em engenharia metalúrgica pela Universidade de Aachen. E na época da faculdade, trabalhava como corretor de seguros, vendendo apólices de porta em porta.

Em 1980, ele retorna ao Brasil e, com 23 anos de idade, decide atuar no comércio de ouro, atuando como intermediário entre garimpeiros e comerciantes. Aos 24 anos, compra sua primeira mina. Um ano depois, já tinha um patrimônio de US$ 6 milhões.

Sua estratégia, a partir daí, era achar bons ativos de minérios abandonados por falta de recursos, atrair sócios para a exploração, iniciar o negócio e depois vendê-lo.

Com isso, ele chamou a atenção da Treasure Valley, uma mineradora do Canadá, da qual chegou a ser sócio. Nascia assim a TVX – o início de uma série de empresas que teriam, em comum, além da figura de Eike, a letra X no nome, o que é uma superstição do empresário e seria o símbolo da multiplicação da riqueza.

Em 1998, ele se desentende com os sócios e sai da empresa, já tendo acumulado, no entanto, um patrimônio de US$ 1 bilhão.

Na sequência, abre uma série de empresas sem grande sucesso: a fábrica de jipes JPX, a franquia de cosméticos Luma de Oliveira (então sua esposa) e a EBX Express. Até chegar no Grupo X.

Cartaz do filme "Eike Tudo ou Nada". Crédito: Paris Filmes
Cartaz do filme “Eike Tudo ou Nada”. Crédito: Paris Filmes

Eike Batista e o Grupo X

A MPX foi a primeira empresa da holding EBX (iniciais de Eike Batista + X) a ser criada, com uma usina termelétrica no Ceará, projeto de US$ 150 milhões. A usina começou a operar em 2002 e foi comprada pela Petrobras (PETR3, PETR4).

Depois veio a MMX, em 2005, voltada à mineração. A empresa realizou o maior IPO (oferta inicial de ações) de 2008 na bolsa, captando R$ 1,18 bilhão.

Eike vendeu parte da mineradora para a multinacional Anglo American, por US$ 5,5 bilhões. Sendo que, desse total, cerca de 3 bilhões de dólares foram para a sua conta.

Na sequência vieram as empresas OGX (petróleo e gás), MPX (geração de energia), LLX (naval), OSX (naval), CCX (mineração), SIX (tecnologia), REX (imóveis) e IMX (esportes).

A partir de 2006, Eike surfaria a onda expansionista do pré-sal, despontando como exemplo de empreendedorismo para os mais jovens.

Em 2012, ele foi eleito pela revista Forbes o brasileiro mais rico (posto ocupado hoje por Jorge Paulo Lemann) e o sétimo mais rico do mundo (título hoje de Elon Musk), com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões.

Derrocada de Eike Batista

O império X começou a desmoronar em 2013, depois de atrair os olhares do mundo todo para suas empresas, prometendo ganhos estratosféricos, mas apresentando resultados muito aquém do esperado. Por exemplo, ficou comprovado que seus poços de petróleo estavam secos, o que gerou uma grave crise de confiança no mercado.

Eike renunciou ao conselho da MPX e deu um calote de 45 milhões de dólares aos credores.

Em 2015, a empresa OGX passou a ser investigada pela CPI da Petrobras e, em 2017, Eike Batista foi condenado a 30 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de fazer parte de um esquema de corrupção do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, também preso desde 2016.

Qual a situação do Eike Batista hoje?

Aos 65 anos, Eike Batista vive, atualmente, em prisão domiciliar, em uma mansão no Jardim Botânico, Rio de Janeiro.

Sua condenação já ultrapassa 28 anos em penas, com recursos ainda tramitando na Justiça.

Na sentença, a juíza alegou “fascínio incontrolável por riquezas e ambição sem limites que o levou a atuar de maneira delituosa”. Ela apontou “lucro fácil em prejuízo da coletividade, acreditando em seu poder econômico e na impunidade que grande mal tem causada à sociedade brasileira”.

Foi ainda acusado de manipulação de bolsas de valores no Brasil, Canadá, Estados Unidos e Irlanda, além de uso de informação privilegiada para fraudar o mercado de capitais.

Ele ainda está à frente de dois negócios: MMX e OSX. Mas está impedido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de assumir cargos de administração em companhias abertas até 2026.

O que aconteceu com as empresas do Grupo X?

A maioria das empresas foi vendida para outros grupos empresariais ou definitivamente fechadas.

A OGX, após recuperação judicial, tornou-se Dommo Energia.

A MPX Energia, também após recuperação judicial, teve seu controle vendido para um grupo alemão e mudou seu nome para Eneva (ENEV3). 

A LLX, de logística, mudou de nome para Prumo.

A MMX teve falência decretada, mas mantém-se em operação, por meio de liminar. Eike detém 49,7% da empresa.

OSX saiu de recuperação judicial e Eike ainda detém 49,4% de participação.