
Fraude no INSS expõe necessidade de construir a própria aposentadoria
02 Fev 2024 às 08:35 · Última atualização: 02 Fev 2024 · 3 min leitura
02 Fev 2024 às 08:35 · 3 min leitura
Última atualização: 02 Fev 2024
O bom jornalismo se faz com boas histórias e com tempo para que elas sejam devidamente investigadas e contadas, o que, diga-se de passagem, é cada vez mais raro. Para quem gosta de boas histórias e quer aprender mais sobre os atores da economia e também da política brasileira dos últimos anos, vale ler “Bilhões e Lágrimas”, da jornalista Consuelo Dieguez.
No livro, estão os perfis de Luiz Cezar Fernandes, ex-Pactual; Daniel Dantas, ex-Opportunity; Luciano Coutinho, ex-BNDES; e Luis Stuhlberger, do Fundo Verde; além de outros personagens cujas histórias ajudam a explicar o que foram os primeiros anos de Lula no governo, com o avanço crescente do Estado na economia. Uma oportunidade para revisitar o passado e entender o presente.
Spoiler: É a história de Stuhlberger que dá origem ao título do livro. “Um barril de risadas e um vale de lágrimas”, do cartunista e humorista americano Jules Feiffer, era um dos livros que o gestor exibia em sua biblioteca pessoal quando foi entrevistado pela jornalista.
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Em meados de 2006, Consuelo Dieguez se tornou colaboradora da revista Piauí, que seria lançada em outubro daquele ano.
A primeira reportagem que lhe foi encomendada, um perfil do banqueiro Luiz Cezar Fernandes, lhe pareceu inusitada. Afinal, a história do ex-dono do antigo banco Pactual, já era bastante conhecida. Junto com André Jakurski, Renato Bronfman e o hoje ministro da Economia, Paulo Guedes, Fernandes fundou o banco Pactual.
Mais adiante na história, com uma crise econômica e discordâncias internas, Jakurski e Guedes se afastam do Pactual. Luiz Cezar Fernandes segue à frente dos negócios, com foco em transformar o Pactual em um banco de varejo. No entanto, a estratégia não dá certo.
Diante das dificuldades financeiras pessoais de Fernandes, em negócios paralelos mal sucedidos, André Esteves, funcionário em ascensão que se torna sócio do banco, e mais três colegas se juntam e fazem uma proposta inusitada: eles pagam as dívidas do banqueiro, mas em troca querem sua participação total no banco.
Mas este é apenas um recorte simplificado da história toda que transforma “elefante em formiga”, nas palavras do próprio ex-banqueiro.
Depois de acompanhar o dia a dia de Fernandes, Dieguez conta que entendeu ali que o melhor jornalismo é feito de histórias não contadas, detalhes ignorados, frases despretensiosas. “O melhor perfil conta o avesso dos perfilados”.
A partir daí, a jornalista concentrou-se em desvendar figuras centrais da história recente do país. E, em uma entrevista, acabava descobrindo novos nomes que também valiam ter seu perfil explorado a fundo.
“Pode parecer que tínhamos, desde o início, nos planejado para contar a história do capitalismo brasileiro a partir do governo Lula, dado o encadeamento de todas as reportagens que vínhamos fazendo. No entanto, não houve nenhuma estratégia nesse sentido. Foi só olhando para trás que tomamos consciência de eu havíamos revelado como se dera o expressivo aumento da participação do Estado na economia”, ela conta.
Até mesmo a história da Varig, empresa aérea que se tornou o maior caso de falência no país, está presente em “Bilhões e Lágrimas“. E, vale dizer, esta história ajuda a entender boa parte do caso Gol (GOLL4), empresa que herdou parte da antiga companhia e que, hoje, enfrenta uma recuperação judicial nos Estados Unidos.
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