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Alta renda tem baixo nível de planejamento financeiro, aponta pesquisa

Alta renda tem baixo nível de planejamento financeiro, aponta pesquisa

Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Locomotiva e o Itaú Personnalité trouxe à tona uma série de insights sobre a relação dos brasileiros de alta renda com suas finanças. O estudo, intitulado “Itaú Personnalité Brasileiros e a alta renda“, revelou um quadro complexo e, por vezes, contraditório, sobre como esse segmento da população lida com o dinheiro e o planejamento financeiro para o futuro.

De acordo com os dados coletados, a maioria esmagadora dos brasileiros de alta renda (89%) acredita estar se preparando adequadamente para o futuro, mantendo objetivos financeiros de curto, médio e longo prazos. Esses objetivos incluem desde a realização de viagens até a construção de patrimônio e a formação de reservas para aposentadoria e reserva de emergência, entre outras prioridades.

Foram consideradas alta renda pessoas com renda individual mensal de mais de R$ 10 mil.

No entanto, apesar dessa percepção positiva sobre seu planejamento financeiro, poucos efetivamente se organizam para alcançar tais metas. Apenas 20% estão classificados como tendo um alto nível de planejamento financeiro, e surpreendentemente, entre aqueles que se consideram especialistas ou possuem conhecimento avançado em finanças, 41% ainda mantêm parte de seus investimentos na poupança.

Planejamento financeiro da alta renda: opções conservadoras de investimento, mesmo com alto conhecimento

Esse cenário de contradições é ainda mais evidente quando se observa o nível de conhecimento e a prática financeira desse grupo.

Apesar de 77% afirmarem ter conhecimento suficiente para tomar decisões sobre o futuro financeiro, muitos ainda recorrem a opções conservadoras de investimento, como a poupança.

Além disso, o medo de perder renda ou patrimônio é uma preocupação constante, com destaque para receios relacionados a crises econômicas, golpes na internet e investimentos equivocados.

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, aponta para uma lacuna significativa entre conhecimento e prática financeira. Ele ressalta que, embora haja um interesse crescente no tema e uma busca ativa por informações, há uma clara insegurança em relação à tomada de decisão. Esse fenômeno, segundo Meirelles, pode ser atribuído ao histórico de baixo índice de educação financeira no Brasil.

Qualidade de vida ganha mais atenção

Outro aspecto abordado pela pesquisa é a mudança na relação com o trabalho, o tempo e o dinheiro, especialmente após a pandemia de Covid-19. Mais de dois terços dos entrevistados afirmam valorizar muito mais a qualidade de vida após o advento da pandemia, demonstrando uma busca por um equilíbrio entre trabalho, tempo e bem-estar.

Planejamento financeiro da alta renda: Principais resultados da pesquisa

Veja a seguir os principais insights da pesquisa.

Objetivos financeiros

93% do público entrevistado diz ter planos e objetivos financeiros, sendo os mais citados no curto, médio e longo prazo:

  • 49% querem viajar
  • 44% querem formar reserva de emergência
  • 41% buscam aposentadoria

Ao aprofundar em detalhe os objetivos, as respostas foram as seguintes, para curto, médio e longo prazo:

Curto prazo (até 1 ano)

  • 37% querem viajar
  • 24% querem formar reserva de emergência
  • 15% querem comprar carro ou moto

Médio prazo (de 1 a 5 anos)

  • 16% querem formar reserva de emergência
  • 15% querem construir patrimônio
  • 13% buscam independência financeira

Longo prazo (mais de 5 anos)

  • 24% buscam formar reserva para a aposentadoria
  • 22% querem deixar patrimônio
  • 19% querem construir patrimônio

Patamar de planejamento financeiro

  • 20% consideram alto
  • 56% consideram médio
  • 24% consideram baixo

Sentimento em relação à situação financeira

  • 80% estão otimistas
  • 4% estão pessismistas
  • 16% não estão nem otimistas, nem pessimistas

Principais receios

  • 59% têm medo de perder patrimônio com investimentos mal feitos
  • 68% têm medo de perder dinheiro em crises econômicas
  • 71% têm medo de perder dinheiro em goles na internet

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