A polêmica do Pix ganhou força nos últimos dias e deixou um saldo negativo para o governo federal, conforme apontou uma pesquisa da Quaest. O debate, impulsionado por boatos sobre a possível taxação do Pix, gerou amplo engajamento nas redes sociais e causou desgaste na imagem do governo.
De acordo com o levantamento, que analisou dados de monitoramento digital e realizou entrevistas com 1.200 pessoas entre 15 e 17 de janeiro, a condução do governo em relação ao tema foi considerada um erro estratégico. Felipe Nunes, CEO da Quaest, atribuiu a má repercussão a três fatores principais: “timing errado, diagnóstico errado e tática errada”.
A crise ganhou força após um vídeo publicado em 6 de janeiro pelo senador Cleitinho (Republicanos-MG), que deu início à narrativa contrária ao governo. Em resposta, o governo federal revogou a medida de fiscalização do Pix no dia 15 de janeiro, mas, segundo Nunes, a decisão de recuar apenas intensificou o debate negativo nas redes sociais.
O impacto nas redes sociais
O tema gerou mais de 5 milhões de menções no dia 10 de janeiro, com destaque para publicações do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad, que buscaram desmentir as acusações de taxação do Pix. Ainda assim, vídeos críticos, como os do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), alcançaram ampla visibilidade, com mais de 300 milhões de visualizações.
A pesquisa revelou que 88% dos entrevistados tomaram conhecimento das notícias relacionadas ao Pix e 67% acreditam que o governo possa, no futuro, começar a cobrar impostos sobre o sistema de pagamento. Além disso, a proporção de menções anti-governo subiu de 54% para 86% após a revogação da norma, evidenciando o desgaste.
Polêmica do Pix e aprendizados
Apesar de o governo desmentir a notícia sobre a taxação, apenas 68% das pessoas ouvidas declararam estar cientes da retratação. Felipe Nunes apontou que o atraso na resposta do governo comprometeu sua capacidade de controlar a narrativa digital, destacando a importância do timing em debates nas redes sociais.
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