A disseminação de informações falsas sobre uma suposta taxação do Pix provocou uma queda de 10,9% no número de transações realizadas pelo serviço de pagamentos instantâneos entre os dias 4 e 10 de janeiro deste ano, em comparação ao mesmo período de dezembro de 2024.
Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados pelo jornal O Globo, foram registradas 1,250 bilhão de operações no período, configurando a maior queda mensal desde a implementação do sistema.
Essa redução supera a queda de 7,5% registrada em janeiro de 2022, quando também houve retração após o período de festas de fim de ano. O impacto, desta vez, foi diretamente associado à onda de desinformação nas redes sociais, onde circulam boatos de que o governo federal estaria implementando cobranças e impostos sobre o uso do Pix.
A origem dos boatos
Os rumores ganharam força com a circulação de mensagens que alegam que a Receita Federal começará a taxar transferências via Pix acima de R$ 2 mil. No entanto, a informação é falsa.
A nova regra da Receita, que entrou em vigor em 2024, não cria nenhuma taxa ou imposto sobre o Pix. O que foi estabelecido é a obrigatoriedade de comunicação ao Fisco de transações financeiras superiores a R$ 5 mil entre pessoas físicas e R$ 15 mil entre pessoas jurídicas, com o objetivo de combater fraudes e crimes financeiros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu os boatos, reforçando que o Pix não será taxado. Haddad também desqualificou outros rumores, como a falsa informação sobre a criação de um “imposto para animais de estimação”.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reforçou que o Pix continua sem cobranças para os usuários. Em nota, a entidade alertou que as mensagens que circulam nas redes sociais sobre tarifas ou impostos relacionados ao meio de pagamento são mentirosas e não têm fundamento.
O governo federal e especialistas destacam que as mudanças no monitoramento da Receita Federal visam combater irregularidades fiscais e não têm qualquer relação com a criação de um imposto sobre o Pix.
A medida, que exige a notificação de transações de maior valor, é semelhante às práticas de outros sistemas financeiros e não altera o funcionamento ou a gratuidade do Pix para os usuários.
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Vídeo viral de Nikolas Ferreira alimenta debate
A viralização de um vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) na última terça-feira (14) gerou debates nas redes sociais sobre o tema, ao apresentar o ponto de vista do parlamentar em relação às mudanças no monitoramento de transações pela Receita Federal.
Na gravação, o parlamentar reconhece que o Pix não será taxado, mas insinua que a medida poderia ser implementada no futuro pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não, o Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, afirmou Nikolas.
O vídeo rapidamente alcançou mais de 120 milhões de visualizações no Instagram em 24 horas e colocou o nome do deputado entre os assuntos mais comentados do X e do Google Trends.
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