O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, indicou que há margem para adiar a entrada em vigor da nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA.
A informação foi revelada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, com base em reunião realizada nesta semana entre Escobar e o senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso.
Segundo Jardim, durante o encontro, que durou cerca de 40 minutos, Randolfe deixou claro que o deputado federal Eduardo Bolsonaro não representa o Parlamento brasileiro nas suas declarações, feitas enquanto está nos Estados Unidos. O senador também afirmou que os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre desaprovam os ataques promovidos por Eduardo aos poderes do Brasil.
Escobar teria demonstrado receptividade às colocações e, segundo o colunista do O Globo, deixou aberta a possibilidade de adiar a imposição da tarifa, prevista para começar em 1º de agosto por decisão do presidente norte-americano Donald Trump.
Trump eleva tarifa sobre produtos brasileiros para 50% em retaliação política
No dia 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as importações provenientes do Brasil, em vigor a partir de 1º de agosto. A medida amplia a taxa de 10% aplicada anteriormente em abril e representa uma escalada nas tensões diplomáticas entre os dois países.
Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump justificou a decisão como uma resposta à “relação comercial muito injusta” com o Brasil e como retaliação direta ao processo judicial em andamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump classificou o julgamento como uma “vergonha internacional” e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de censurar plataformas norte-americanas de redes sociais. Segundo ele, o tribunal teria emitido “centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS”, o que, segundo o republicano, configuraria um ataque à liberdade de expressão dos norte-americanos.
“O tratamento dado a Bolsonaro é uma Caça às Bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE”, escreveu Trump na carta, publicada oficialmente pela Casa Branca. Ele também apontou que a relação comercial entre os dois países está “longe de ser recíproca” e sugeriu que empresas brasileiras poderiam evitar a tarifa transferindo suas operações para os Estados Unidos.
A nova alíquota será aplicada a todos os produtos brasileiros e poderá ser ampliada, caso o Brasil responda com medidas de retaliação. Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre a carta nem sobre o tarifaço.
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