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Trump recua após sugerir demissão de Powell, mas incertezas persistem

Trump recua após sugerir demissão de Powell, mas incertezas persistem

A possibilidade de uma demissão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), voltou a agitar os bastidores políticos e econômicos dos Estados Unidos. Horas depois de sugerir a legisladores republicanos que poderia demitir o dirigente do Fed, o presidente Donald Trump negou publicamente qualquer plano imediato para removê-lo do cargo.

“Não estamos planejando fazer isso”, afirmou Trump na quarta-feira (16), durante uma coletiva na Casa Branca. “É altamente improvável.”

A declaração veio após uma reunião privada no Salão Oval, na noite anterior, em que Trump consultou membros republicanos da Câmara sobre a ideia de demitir Powell. Segundo um alto funcionário da Casa Branca, que falou sob condição de anonimato, os legisladores expressaram apoio à medida, e Trump indicou que poderia agir em breve.

Demissão de Powell: Trump chegou a redigir carta de demissão

O encontro, originalmente convocado para discutir projetos de regulamentação de criptomoedas, rapidamente se transformou em um debate sobre o futuro do presidente do Fed. O New York Times revelou que Trump chegou a redigir uma carta de demissão e a mostrou aos presentes.

Apesar da tensão, os mercados reagiram com relativa calma. As ações permaneceram estáveis, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro caíram levemente, especialmente nos papéis de curto prazo.

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Powell, por sua vez, tem reiterado que sua demissão não é permitida por lei. A Suprema Corte reforçou recentemente que o presidente não tem autoridade para remover membros do Fed à vontade, o que torna qualquer tentativa de destituição juridicamente controversa.

A pressão de Trump sobre Powell não é nova. Desde sua nomeação em 2018, o presidente tem criticado abertamente o chefe do banco central, especialmente em relação à política de juros. Trump acusa Powell de agir com motivação política, alegando que os cortes nas taxas em 2024 foram feitos para favorecer a então candidata democrata Kamala Harris.

A deputada republicana Anna Paulina Luna alimentou ainda mais os rumores ao afirmar na rede social X que a demissão de Powell é “iminente”, citando uma “fonte muito séria”.

Apesar das especulações, figuras-chave do governo e do Congresso tentam conter os ânimos. O deputado French Hill, presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, disse à CNBC que não vê Trump avançando com a demissão. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, também minimizou a possibilidade.

Enquanto isso, o Federal Reserve se prepara para sua próxima reunião no final de julho, com expectativa de novos cortes nos juros — embora em ritmo mais moderado do que o desejado por Trump, que defende uma redução de até 3 pontos percentuais.

A novela sobre a possível demissão de Powell continua, com implicações que vão além da política monetária, tocando diretamente na independência do banco central e na estabilidade institucional dos Estados Unidos.