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Boletim Focus reduz projeção do IPCA e do PIB para 2025

Boletim Focus reduz projeção do IPCA e do PIB para 2025

O Boletim Focus desta segunda-feira (17) reduziu as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.

Em relação à inflação, o mercado reverteu a tendência de alta e reduziu a expectativa de 5,68% para 5,66%. Já para 2026 e 2027, houve movimentos distintos: a projeção para 2026 subiu de 4,40% para 4,48%, enquanto a de 2027 permaneceu em 4%.

Apesar dessa leve desaceleração nas expectativas, o IPCA de fevereiro registrou alta de 1,31%, marcando o maior índice para o mês desde 2003 (1,57%) e a maior taxa mensal desde março de 2022 (1,62%). No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,06%, acima dos 4,56% registrados no período anterior.

O principal fator de pressão sobre o índice foi o aumento expressivo de 16,80% na energia elétrica residencial, que, sozinha, contribuiu com 0,56 ponto percentual (p.p.) para o resultado geral.

Segundo Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o resultado do IPCA veio exatamente dentro do esperado pela gestora, revertendo a fraqueza observada em janeiro devido ao impacto temporário do bônus de Itaipu e à alta sazonal da educação.

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O destaque positivo foi o comportamento dos bens industriais, que subiram apenas 0,20%, indicando que a depreciação cambial observada no final de 2024 ainda não está sendo repassada de forma significativa“, explicou Kautz.

Por outro lado, os núcleos e os preços dos serviços seguem elevados, rodando na faixa de 0,60% ao mês, o que, segundo o economista, sinaliza uma inflação ainda persistente. “Isso não deve trazer muito alívio para o Banco Central. A inflação não está desacelerando, e os dados de hoje reforçam essa preocupação“, pontuou.

Boletim Focus: PIB desacelera, mas mantém crescimento

As projeções para o PIB também perderam força. Para 2025, o mercado reduziu a estimativa de crescimento de 2,01% para 1,99%. Para 2026, a revisão foi de 1,70% para 1,60%, enquanto a expectativa para 2027 seguiu em 2%.

A revisão para baixo acompanha o cenário macroeconômico. No início de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB do quarto trimestre de 2024 (4TRI24) cresceu 0,2%, abaixo da expectativa do mercado, que projetava 0,4%.

Apesar da desaceleração nos últimos meses do ano, o PIB brasileiro acumulou crescimento de 3,4% em 2024, totalizando R$ 11,7 trilhões. O setor de Serviços avançou 3,7%, enquanto a Indústria cresceu 3,3%, impulsionando o resultado anual. Já a Agropecuária recuou 3,2%, refletindo dificuldades climáticas e a queda na produção de soja (-4,6%) e milho (-12,5%).

Para Kautz, o resultado do PIB no quarto trimestre veio em linha com a projeção da EQI Asset, mas abaixo do consenso do mercado. “O número ficou exatamente dentro da nossa projeção, mas abaixo da expectativa geral, que era de 0,4%“, destacou.

O economista chamou atenção para a retração do consumo das famílias, que recuou 1% na comparação trimestral. “Essa contração sugere um viés de baixa para o crescimento econômico, tornando a composição do PIB ainda mais fraca do que esperávamos“, avaliou.

Apesar disso, Kautz não acredita que a economia esteja entrando em uma desaceleração agressiva. “Ainda vemos um processo gradual. Houve alguns fatores pontuais no quarto trimestre que não devem se repetir no início de 2025. Além disso, o agronegócio pode ajudar a impulsionar o PIB no primeiro trimestre deste ano“, afirmou.

Com isso, a EQI Asset mantém a projeção de crescimento positivo para o início do ano. “Esperamos um PIB próximo de 1% ou mais no primeiro trimestre, com desaceleração no segundo semestre“, projetou.

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Dólar e Selic seguem estáveis

As projeções para o câmbio e a taxa Selic apresentaram poucas alterações. A única mudança foi a leve revisão na expectativa para o dólar em 2025, que passou de R$ 5,99 para R$ 5,98.

Para 2026 e 2027, as projeções continuam em R$ 6,00 e R$ 5,90, respectivamente. 

Já as expectativas para a Selic seguem em 15% para 2025, 12,50% para 2026 e 10,50% para 2027.

Veja as principais expectativas do Boletim Focus:

Boletim Focus desta segunda-feira (17)
Banco Central (BC)

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