O mercado de trabalho formal brasileiro registrou saldo positivo em novembro, segundo dados do caged, com a abertura de 85.864 vagas com carteira assinada. O número ficou acima da projeção de 75 mil postos estimada por analistas, mostrando um desempenho melhor do que o esperado para o período, tradicionalmente marcado por ajustes sazonais.
O resultado divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego é fruto de 1.979.902 admissões e 1.894.038 desligamentos ao longo do mês. Apesar da surpresa positiva frente às expectativas, o dado também revela um ritmo mais moderado de geração de empregos quando comparado a outros momentos do ano.
Comparação anual e sinais de desaceleração
Mesmo com o saldo positivo em novembro, o caged aponta uma queda de cerca de 19% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando mais de 106 mil vagas haviam sido criadas. Esse desempenho faz deste o pior novembro desde o início da série do novo Caged, implementada em 2020 com mudanças na metodologia de coleta de dados.
Especialistas avaliam que o resultado reflete um cenário de desaquecimento gradual do mercado de trabalho. A manutenção da taxa básica de juros em patamar elevado ao longo do ano tem impacto direto sobre investimentos, consumo e, consequentemente, sobre a capacidade das empresas de contratar novos funcionários.
Setores que puxaram o resultado do Caged
Entre os setores econômicos, comércio e serviços foram os principais responsáveis pelo saldo positivo registrado em novembro, segundo o caged. O comércio abriu cerca de 78 mil vagas, enquanto o setor de serviços respondeu por aproximadamente 75,1 mil novos postos formais, impulsionado por atividades ligadas ao consumo e ao fim de ano.
Por outro lado, agropecuária, indústria e construção civil apresentaram saldos negativos no mês. As demissões no campo estiveram concentradas em culturas como soja e cana-de-açúcar, enquanto a indústria foi impactada pela queda na fabricação de açúcar bruto. Já a construção sentiu recuos em obras de infraestrutura e edificações.
Distribuição regional e perfil das vagas
O levantamento do caged mostra que, em novembro, 20 das 27 unidades da federação tiveram saldo positivo de empregos formais. São Paulo liderou a criação de vagas, seguido por Rio de Janeiro e Pernambuco, reforçando a concentração regional da atividade econômica.
No perfil das vagas, o salário médio de admissão ficou em R$ 2.310,78. A maior parte dos postos criados é considerada típica, com contratos tradicionais, enquanto pouco mais de 30% se enquadram em modalidades não típicas, refletindo mudanças graduais na dinâmica do mercado de trabalho brasileiro.






