Roberto Chagas, head de gestão de renda variável da EQI Asset, participou do jornal BM&C Market, da BM&C News, nesta quarta-feira (12), e falou sobre as oportunidades atuais do mercado, com queda de juros logo à frente já contratada.
Confira os principais insights da entrevista e o que Chagas falou sobre como escolher as melhores ações
Para agosto, o mercado espera uma queda de 25 pontos-base nos juros brasileiros. Já para a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), banco central americano, no final de julho, é esperado um último aumento de juros de 25 pontos-base, para posterior manutenção em juros entre 5,25% e 5,50% até o próximo ano.
“O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA desta quarta (12) veio muito bom, dando quase um sinal verde para o mercado andar um pouco mais”, afirma. O indicador ficou em 0,2%, quando a expectativa era por 0,3%.
“Acreditamos que vamos ter um pouso suave nos EUA. Não deixa de ser uma recessão leve, mas, olhando em retrospectiva a escalada de juros promovida pelo Fed, pode ser chamada de pouso suave”, ele diz.
Nesse cenário, ele avalia, a América Latina sairá beneficiada, até porque outros países emergentes, que poderiam ser destino dos investimentos estrangeiros, não têm condições de atrair capital devido às instabilidades políticas, caso de Turquia e China.
“A América Latina se destaca e o Brasil, por ser o maior país também”, ele aponta. Outro país em foco é o Chile. E México também deve se aproveitar do cenário, com queda de juros prevista para o final do ano.
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Como escolher as melhores ações
Diante disso, afirma, os investidores, locais e estrangeiros, já estão se reposicionando, com mais exposição em renda variável.
Para ele, o momento é realmente muito bom, mas é preciso prestar atenção aos ativos que vão compor a carteira.
Chagas afirma enxergar que existe um espaço de valorização para a bolsa brasileira de 20% a 30%. Mas ressalta que alguns setores vão se beneficiar mais que outros e é relevante que o investidor esteja atento a este ponto.
“O setor doméstico vai se beneficiar, e varejo vai se beneficiar. Mas, então, eu compro qualquer coisa? Não, porque dentro do mesmo setor as empresas vão se comportar de maneira diferente diante da queda dos juros”, alerta.

Na sua escolha, Chagas prefere empresas líderes de setores, com vantagem competitiva, bem geridas, com crescimento constante e boas perspectivas para os próximos anos.
Perguntado se tem exposição a estatais, como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), Chagas afirma que enxerga pontos positivos nessas empresas, mas que prefere sempre companhias sem risco político e amigáveis aos stakeholders.
“Em estatais eu prefiro não entrar. Eu já vi como acontece a interferência e tem muita empresa boa no mercado, nos mesmos setores, sem esse risco”, aponta.
Já dentre suas ações favoritas de América Latina, ele cita Arcos Dorados (ARCO) e Mercado Livre (MELI; MELI34).
Para o investidor que fica em dúvida quanto ao melhor ativo, ele recomenda a alocação em fundos de investimento. “Os gestores são profissionais qualificados que estão exatamente olhando para estes pontos, 24 horas por dia, 7 dias por semana”, diz.
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