Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Copom: desinflação pode viabilizar queda da Selic em agosto

Copom: desinflação pode viabilizar queda da Selic em agosto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira (27) a ata de sua última reunião, quando optou, por unanimidade, por manter a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% – pela sétima vez consecutiva.

No documento divulgado esta manhã, o comitê admite que o “processo desinflacionário em curso pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.

“Observou-se divergência no Comitê em torno do grau de sinalização em relação aos próximos passos. A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”, afirma.

“Outro grupo mostrou-se mais cauteloso, enfatizando que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário até então implementado”, diz o documento.

“Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo”, complementa.

Publicidade
Publicidade

Entretanto, os membros do Comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia. O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação”, voltou a afirmar, em linha com o comunicado divulgado após a decisão de manutenção da Selic. 

Vale lembrar que, na quinta-feira (29), o Conselho Monetário Nacional (CMN), formado por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Simone Tebet, ministra do Orçamento e Planejamento, se reúne para debater a meta da inflação. Havendo alterações nos números, isso mexerá com as apostas quanto à Selic.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

A ata trouxe uma grande surpresa em relação ao comunicado, com comunicação clara de corte em agosto, segundo Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.

“Hoje veio mensagem diferente da ‘parcimônia’ falada no comunicado. Praticamente está decidido um corte de juros na decisão de agosto, porque existe uma maioria dentro do comitê favorável ao corte na próxima reunião”, diz.

O corte, “parcimonioso” na linguagem do Copom, explica Kautz, indica um provável corte de 0,25 ponto porcentual.

A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) não deve fazer nenhuma alteração nas metas de inflação, afirma Kautz, porque a sinalização do Copom já apontou o corte em agosto. “Isso acalmaria o governo, que entregaria uma meta de inflação igual a de hoje”, avalia.   “Em geral, é uma ata diferente, com mudança na probabilidade de corte em agosto. A gente só espera a reunião do CMN e o Relatório Trimestral de Inflação, que também sai na quinta-feira (29), para referendar esse cenário”, aponta.

Ouça o comentário na íntegra:

Cenário no Brasil

No âmbito doméstico, o Copom destaca o bom resultado do PIB.

“A divulgação do PIB referente ao primeiro trimestre de 2023 surpreendeu positivamente, com grande parte da contribuição de tal surpresa no desempenho da agropecuária, porém com menor dinamismo nos setores mais cíclicos da economia”.

O mercado de trabalho, diz o comitê, também surpreende positivamente: “Tem apresentado certa resiliência, com aumento líquido nos postos de trabalho e relativa estabilidade na taxa de desemprego. Observou-se, entretanto, redução na taxa de participação”.

A inflação ao consumidor se reduziu no período recente, com destaque para as dinâmicas em bens industriais e alimentos. Os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária, apresentaram uma incipiente melhora, mas mantêm-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.

As expectativas de inflação para 2023 e 2024 recuaram e encontram-se em torno de 5,1% e 4%, respectivamente.

Cenário externo

O Comitê avalia que a conjuntura internacional se mostra um pouco mais benigna para o processo inflacionário no Brasil, mas o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias e a inflação corrente persistentemente elevada e disseminada no setor de serviços sugerem que pressões inflacionárias devem demorar a se dissipar, afirmou a ata da reunião do Copom

INVISTA LÁ FORA: DESCUBRA O CAMINHO MAIS FÁCIL, RÁPIDO E SEGURO PARA DOLARIZAR SUA CARTEIRA