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O que fazer com as ações da Americanas?

O que fazer com as ações da Americanas?

Após grandes quedas, prejuízo líquido, fraude financeira e recuperação judicial, o que fazer com as ações da Americanas (AMER3)? Seria este o momento ideal para aproveitar e comprar o ativo pensando em uma recuperação ou se manter longe?

Entre altos e baixos, a companhia se destaca por ter sido uma das maiores varejistas do país e também o nome por trás do maior escândalo contábil do país.

Apesar dos desafios, a Americanas vem tentando se recuperar, fechando suas subsidiárias como Shoptime e Submarino, e fazendo o grupamento de ações para tentar diminuir a volatilidade dos papéis.

Derrocada das ações de Americanas

A queda da Americanas começou em janeiro de 2023, quando o então CEO Sérgio Rial revelou problemas contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões. Essas inconsistências estavam relacionadas a operações de “risco sacado”, onde a empresa utilizava empréstimos bancários para pagar fornecedores, mas não registrava esses valores corretamente como dívidas financeiras.

A descoberta dessas incongruências teve um grande impacto no mercado financeiro. As ações da Americanas caíram cerca de 80% no dia seguinte ao anúncio.

Em meio a diversos processos, decisões judiciais, investigações, inquéritos e fraudes, a companhia foi investigada do zero até que as causas dos problemas e inconsistências numéricas fossem encontradas, inclusive para a declaração financeira em seus balanços.

A empresa entrou em recuperação judicial com dívidas que chegaram a R$ 43 bilhões. A crise levantou dúvidas sobre os mecanismos de controle e contabilidade utilizados pela varejista e gerou suspeitas de fraude, que estão sendo investigadas até hoje.

O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, e uma das ex-diretoras da companhia, Anna Christina Ramos Saicali, foram alvos de mandados de prisão na Operação Disclosure, no mês de junho. Eles chegaram a ser considerados foragidos da polícia. Gutierrez chegou a ser preso em Madri, mas já se encontra em liberdade.

Último balanço de 2023

No acumulado do primeiro semestre deste ano, a Americanas informou um prejuízo de R$ 1,412 bilhão, em comparação aos R$ 3,203 bilhões do mesmo período de 2023.

A receita líquida do ano passado foi de R$ 22,7 bilhões, uma queda de 45,9% em relação aos R$ 42,1 bilhões de 2022. No primeiro semestre de 2024, a receita teve o montante de R$ 10,060 bilhões, uma queda de 9% em comparação aos R$ 11,058 bilhões do primeiro semestre de 2023.

O EBITDA de 2023 foi negativo em R$ 2,804 bilhões. Entretanto, o número foi melhor em relação ao resultado negativo de R$ 6,500 bilhões de 2022. No primeiro semestre deste ano, o EBITDA foi positivo em R$ 1,340 bilhão, revertendo o resultado negativo de R$ 1,185 bilhão registrado nos primeiros seis meses de 2023.

Volume geral de vendas: queda de 45,9%

A Americanas finalizou o ano de 2023 com um volume geral de vendas (GMV) total de R$ 22,8 bilhões, uma queda expressiva de 45,9% em comparação com 2022. Segundo a companhia, o principal fator para essa queda foi a redução de 75,7% nas vendas da plataforma digital.

O desempenho negativo é um reflexo da estratégia da varejista de reduzir o volume de vendas próprias (1P) e transferir categorias importantes para o modelo de marketplace (3P), com o objetivo de aumentar a rentabilidade das operações.

Ainda que com desafios enfrentados no ambiente digital, a plataforma física da Americanas se mostrou resiliente, de acordo com a companhia. Em 2023, as vendas no varejo físico alcançaram R$ 14,1 bilhões, representando mais de 60% do GMV total da empresa. Embora tenha havido uma ligeira retração de 2,3% em relação ao ano anterior, a performance do varejo físico melhorou de forma sequencial a partir do segundo trimestre de 2023.

Pós-balanço: repercussão negativa

Repercutindo o balanço ruim, as ações de Americanas foram negociadas abaixo de R$ 1, ou seja, os ativos da companhia viraram penny stock.

Mas afinal, o que é penny stock? Nada mais é do que uma ação negociada a preços muito baixos, geralmente abaixo de R$ 1 no Brasil. Essas ações são emitidas por empresas com baixa capitalização de mercado, muitas vezes enfrentando dificuldades financeiras ou em processo de falência. Devido ao seu baixo valor, são altamente voláteis e arriscadas, mas podem oferecer grandes retornos para investidores dispostos a assumir riscos.

Deixando de ser uma penny stock

Na segunda-feira (26), o grupamento de ações da Americanas foi realizado. No mês de maio, a companhia havia feito a junção dos papéis na proporção de 100 para 1.

O grupamento permite que a Americanas deixe de ser uma penny stock, como é chamada uma ação negociada abaixo de R$ 1 na bolsa.

Um dia antes do início da negociação dos papéis grupados, a AMER3 finalizou o dia com queda de 16,66%, cotada a R$ 0,05, batendo a mínima histórica. 

Com esse valor de fechamento, a ação da varejista iniciou esta terça-feira (27) cotada a R$ 5. Até o fechamento desta matéria, na quinta (29), as ações da Americanas batem o valor de R$ 6,35, com queda de mais de 10% em um único dia. No mês, a queda é de 90%. E, no ano, de 97%.

gráfico AMER3 Ação Americanas
Fonte: Google Finance

Emissão de novas ações da Americanas

Para tentar se recuperar da forte queda, além de grupar os ativos, a Americanas resolveu emitir novas ações cotadas a R$ 0,01 antes do grupamento quando os papéis eram negociados na casa dos R$ 0,05.

A emissão de novas ações faz parte do processo de expansão de capital da companhia. A varejista homologou uma injeção de R$ 24 milhões, aprovou um grupamento de ações e emitiu bônus de subscrição.

Os bônus de subscrição foram oferecidos como benefício adicional aos subscritores das novas ações, garantido aos acionistas o direito de adquirir, com preferência, novas ações emitidas pela companhia na mesma proporção das que já possuem.

Vale destacar que o prazo para comprar os papéis foi até o dia 26 de agosto, a R$ 0,01.

Vale a pena comprar as ações da Americanas?

Em meados de 2020, quando a Americanas bateu seu pico, os ativos da companhia foram precificados por volta de R$ 122,88. A companhia chegou a bater tal patamar durante a pandemia da Covid-19. O questionamento que fica é: será que uma empresa tão grande consegue voltar a este patamar?

Pensando nisso, a Americanas está atualmente em seu menor patamar. Será que vale comprar ativos assim, como fez o empresário pernambucano Inácio Barros de Melo Neto, que comprou mais de 100 milhões de papéis da companhia?

Atualmente, o ativo segue na região dos R$ 6, após o grupamento. Apesar de a companhia seguir listada na Bolsa de Valores Brasileira, seus ativos já não constam mais no Índice do Ibovespa. Por isso, muitas casas de análises já não olham mais para o papel, não havendo, assim, recomendações de compra, venda ou neutralidade para o ativo.

Uma das poucas casas de análises que ainda faz análises do ativo é a Empiricus Research. Segundo a analista Larissa Quaresma, o indicado para o momento é fugir de Americanas! Entre os motivos é que grande parte das ações de Americanas estão em short, ou seja, operação vendida. Essa estratégia é utilizada entre os traders que apostam na desvalorização do ativo.

“É comum que os investidores façam essas operações com o aluguel de ações, que no caso de $AMER3, está com uma taxa de aluguel acima de 30% ao ano”, afirma a analista. Segundo ela, há grandes chances de haver uma pressão vendedora depois do aumento de capital da empresa.

Deste modo, é possível entender que os papéis da Americanas estão em um momento altamente especulativo.

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