O Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro (TRF-2) decidiu revogar a prisão preventiva de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3), que estava sendo acusado de envolvimento no escândalo contábil da empresa. O habeas corpus foi concedido na terça-feira (20), pelo desembargador Flavio Lucas. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Em junho, Gutierrez foi preso pela Interpol em Madrid, onde reside atualmente. No dia seguinte, ele foi liberado pelas autoridades espanholas, mas teve seu passaporte retido e concordou em se apresentar regularmente à Justiça.
Na mesma época, no Brasil, a Polícia Federal cumpriu 15 mandados de busca e apreensão contra ex-diretores da Americanas, também suspeitos de participação na fraude de 25,3 bilhões de reais.
Com a concessão unânime do habeas corpus, conforme informou a Folha, será enviado um ofício à representação regional da Interpol no Rio de Janeiro para que o nome de Gutierrez seja removido da lista da Interpol.
No pedido de prisão preventiva, a Polícia Federal alegou que o ex-CEO havia se desfeito de bens, incluindo imóveis e veículos, e transferido valores para fundos localizados em paraísos fiscais. Além disso, Gutierrez, que dirigiu a Americanas por 20 anos, também está sendo investigado por lavagem de dinheiro.
Quem é o ex-CEO da Americanas
O ex-executivo, nascido em 1961, é brasileiro com dupla cidadania espanhola. Gutierrez formou-se em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Além disso, completou um programa de formação de líderes nos Estados Unidos.
Iniciou sua carreira na Americanas em 1993, quando a empresa ainda era presidida por Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência e integrante do famoso trio de bilionários, ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles.
Gutierrez assumiu a presidência da Americanas 10 anos após entrar na empresa, permanecendo no cargo até dezembro de 2022, quando renunciou. Durante seus 20 anos de comando, fez poucas aparições públicas.
Sergio Rial, que tinha uma carreira consolidada no banco Santander, sucedeu Gutierrez. No entanto, Rial permaneceu no cargo por apenas nove dias, pedindo demissão após descobrir as fraudes contábeis nos balanços corporativos do grupo.
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