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Ibovespa vai a 189 mil pontos mesmo, como prevê o Morgan Stanley?

Ibovespa vai a 189 mil pontos mesmo, como prevê o Morgan Stanley?

O Morgan Stanley elevou a sua projeção para o Ibovespa a 189 mil pontos, sinalizando forte otimismo com os ativos brasileiros. Mas, diante de um cenário ainda incerto e com a economia em desaceleração, será que essa alta é realista? 

Para Felipe Paletta, analista da EQI Research, o caminho até lá depende de uma série de fatores — mas o potencial existe.

Múltiplos descontados e reprecificação

Segundo Paletta, a avaliação da Bolsa costuma partir de um critério técnico: o múltiplo preço/lucro (P/L). Historicamente, o Ibovespa é negociado entre 11 e 12 vezes o lucro das empresas que o compõem. Hoje, porém, o índice está em torno de 8x, o que, na visão do analista, indica um “espaço de reprecificação” dos ativos.

“Isso significa que essa reprecificação acontece de imediato? Não”, pondera. “Existem muitas condições para que isso ocorra, e a principal delas é a expectativa de lucro futuro — que muda o tempo todo.”

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Lucros em revisão, mas com horizonte mais claro

Paletta explica que o mercado tem revisado para baixo as expectativas de lucro para 2025, refletindo um crescimento menor da economia no segundo semestre deste ano. Por outro lado, já há revisões para cima nos lucros esperados para 2026, impulsionadas pela possível entrada de capital estrangeiro em um ano eleitoral e pela estabilidade dos fundamentos.

“É a direção que importa”, destaca Paletta. “Hoje projetamos o Ibovespa a 155 mil pontos em 2024 e algo em torno de 170 a 171 mil pontos para 2025. Pode ser mais, pode ser menos, mas essa projeção serve como um farol para o investidor decidir se deve aumentar a exposição em Bolsa.”

Investir com foco no longo prazo

Para a EQI Research, a Bolsa segue sendo uma boa oportunidade, sobretudo com múltiplos ainda descontados e retorno esperado acima do prêmio de risco. 

A carteira “Buy and Hold” da casa, por exemplo, trabalha com uma expectativa de valorização combinada com dividendos entre 25% e 30% nos próximos 12 meses.

“Prefiro olhar pra esse tipo de investimento do que para alternativas que antes pareciam mais seguras”, diz o analista. “Se o cenário continuar melhorando, é natural que os bancos revisem suas projeções — e quem sabe a gente veja o Ibovespa realmente se aproximando dos 190 ou até 200 mil pontos.”

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Cautela e direção

Embora reconheça a importância das projeções como um guia, Paletta alerta que números exatos dificilmente se concretizam. 

“Não dá pra cravar os 155 mil, os 171 mil ou os 190 mil pontos. O que importa é a direção. E, hoje, ela continua sendo positiva.”

Com múltiplos ainda atrativos, expectativas de lucro em trajetória de recuperação e um ambiente externo mais favorável ao Brasil, a aposta em uma Bolsa mais robusta não parece despropositada. Mas, como sempre no mercado financeiro, é preciso acompanhar de perto os sinais — e manter os pés no chão.