Cinco empresas brasileiras acumularam valorização conjunta de mais de 7.000% nas últimas duas décadas. O segredo? Elas seguem a ‘receita da longevidade’ do mercado.
Empresas resilientes, que enfrentaram crises econômicas e mudanças estruturais sem perder o rumo. Esse é o perfil das chamadas Blue Stocks da Bolsa, como explica o analista João Pedro Zanott, da EQI Research, em relatório exclusivo disponível no EQI+.
A seleção reúne cinco companhias brasileiras que, ao longo dos anos, entregaram retornos impressionantes. Juntas, acumulam uma valorização de até 7.216%.
O que são as Blue Stocks?
Zanott compara as Blue Stocks às “zonas azuis” do mundo, regiões famosas pela longevidade e vitalidade de seus habitantes.
“Blue Stocks deriva do termo ‘blue zone’ (zona azul, em português), que caracteriza cinco regiões em que a longevidade não é exceção, e sim a regra: Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Icária (Grécia), Loma Linda (EUA) e Nicoya (Costa Rica)”, explica o analista.
“Nesses locais, as pessoas vivem mais de 100 anos com vitalidade, equilíbrio e saúde”, complementa.
Da mesma forma, as ações classificadas como Blue Stocks mostram características que garantem longevidade e consistência de resultados. Mas o que exatamente as diferencia das demais?
Elas reinvestem lucros com eficiência, possuem governança sólida, adaptam-se bem às mudanças e cultivam uma cultura meritocrática.
5 ações que resistem ao tempo
O relatório destaca cinco empresas que atravessaram décadas entregando valor ao acionista. São companhias que prosperaram mesmo em cenários desafiadores, com estratégias focadas no longo prazo.
1. Equatorial Energia (EQTL3)
Com um retorno acumulado de 3.165% desde 2007, a Equatorial ($EQTL3) é um dos maiores cases de valorização da Bolsa. Como chegou a esse patamar?
A empresa se destacou por sua gestão baseada em meritocracia, uso disciplinado da alavancagem e aquisições transformadoras. Segundo Zanott, trata-se de um exemplo de excelência operacional e execução de projetos de turnaround com alto retorno sobre o capital investido.
2. WEG (WEGE3)
A WEG ($WEGE3) é um fenômeno à parte. Desde 2004, entregou impressionantes 7.216% de valorização.
O segredo? Uma combinação rara de governança familiar sólida, cultura de inovação e forte capacidade de expansão internacional.
“Diferentemente de muitas empresas, a WEG demonstra que uma gestão familiar bem estruturada e focada em inovação pode gerar retornos superiores e duradouros para o acionista”, destaca Zanott.
3. Itaú Unibanco (ITUB4)
Com mais de 456% de retorno desde 2014, o banco é um exemplo clássico de uma Blue Stock. Mas o que o torna tão especial no competitivo setor bancário?
A instituição alia escala, diversificação, governança eficiente e um retorno sobre o capital (ROE) consistentemente acima de 18%. Para Zanott, o Itaú ($ITUB4) simboliza geração de valor com consistência, mesmo em ambientes adversos.
4. Porto (PSSA3)
Conhecida pela atuação no setor de seguros, a Porto entregou cerca de 468% no mesmo período. Porém, sua estratégia vai além do core business tradicional.
A companhia expandiu para novas áreas como saúde e serviços residenciais, sem comprometer a rentabilidade.
“Sua habilidade de diversificar com cautela, preservar margens e manter o foco em governança e gestão de riscos a tornam um exemplo de resiliência”, aponta o analista.
5. TOTVS (TOTS3)
Representando o setor de tecnologia, a TOTVS acumula 326% de valorização desde 2014. Em um mercado tão dinâmico, como mantém essa consistência?
Seu modelo de receita recorrente, via assinaturas (SaaS), governança profissional e foco em inovação garantem à companhia um lugar entre as ações mais resilientes da Bolsa.
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Longevidade não é sorte
Ao longo do relatório, Zanott destaca que poucas empresas listadas sobrevivem por décadas. E menos ainda geram valor real nesse período.
“A maioria das empresas listadas na Bolsa acaba ficando pelo caminho — seja por falência, reestruturações ou por simplesmente não entregar valor aos seus acionistas”, reforça o analista.
As chamadas Blue Stocks são exceções raras. E justamente por isso, merecem grande atenção.
Além disso, ele alerta para o viés de sobrevivência: analisar apenas as empresas que resistiram ao tempo sem considerar as que fracassaram pode levar a conclusões enganosas. Entender esse filtro é essencial para montar uma carteira sólida com foco no longo prazo.
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