O BTG Pactual (BPAC11) e a gestora Perfin anunciaram uma injeção conjunta de R$ 10 bilhões na Cosan (CSAN3), em uma operação que promete reequilibrar a estrutura de capital da holding de Rubens Ometto e cortar 57% de sua dívida corporativa. A transação, revelada neste domingo (21), foi antecipada pelo Brazil Journal.
Do montante, R$ 7,25 bilhões virão de um consórcio formado pelo family office de Ometto (Aguassanta), pelo BTG e pela Perfin. O banco liderado por André Esteves aportará R$ 4,5 bilhões — em grande parte com recursos da partnership —, enquanto a Perfin entrará com R$ 2 bilhões e a Aguassanta com R$ 750 milhões.
A operação ocorre no menor preço das ações da Cosan em dez anos e em um momento de máxima alavancagem da companhia e de sua controlada Raízen. Segundo o Brazil Journal, o aumento de capital reduzirá a dívida consolidada da Cosan, que encerrou o segundo trimestre em R$ 17,5 bilhões, além de diminuir em mais de R$ 1,5 bilhão suas despesas financeiras anuais.
O acordo prevê ainda a possibilidade de uma oferta adicional de R$ 1,8 bilhão, sujeita a lockup de dois anos para parte dos investidores, e uma posterior oferta de até R$ 2,75 bilhões destinada à base acionária existente.
BTG, Perfin e Aguassanta deterão 55% da Cosan
Após a transação, BTG, Perfin e Aguassanta deterão juntos 55% da Cosan. Apesar da diluição, Ometto manterá o controle da holding, com 50,01% das ações vinculadas ao bloco. O conselho será composto por nove membros: cinco indicados pela Aguassanta — incluindo um independente — e quatro pelos novos sócios, também com direito a um independente.
Em declaração ao Brazil Journal, Rubens Ometto destacou que a entrada dos novos parceiros “abre espaço para retomarmos o nosso crescimento com solidez e disciplina financeira”. Já André Esteves afirmou que é um “privilégio” se associar ao empresário e elogiou o portfólio de ativos “de classe mundial” construído pela Cosan.
O CEO Marcelo Martins e o CFO Rodrigo Araújo farão uma teleconferência com o mercado nesta segunda-feira (22), às 9h. O Itaú BBA assessorou a Cosan, enquanto o BTG e a Perfin trabalharam com os escritórios BMA e Tauil Chequer, respectivamente.
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