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Raízen (RAIZ4) vê alavancagem disparar no 1TRI25/26, mas EQI Research descarta risco grave de solvência
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Raízen (RAIZ4) vê alavancagem disparar no 1TRI25/26, mas EQI Research descarta risco grave de solvência

A Raízen (RAIZ4) encerrou o primeiro trimestre do ano-safra 2025/26 com forte aumento da alavancagem financeira, que passou de 2,23 vezes para 4,5 vezes a relação Dívida Líquida/EBITDA. 

De acordo com João Neves, analista da EQI Research, esse movimento foi resultado de dois fatores: 

  1. a menor geração de caixa e EBITDA, decorrente da sazonalidade típica do início do ano-safra;
  2. o reperfilamento do passivo, com substituição de R$ 8,9 bilhões em linhas de capital de giro de curto prazo por dívida de longo prazo, mais eficiente e com custo menor.

O especialista avalia que a decisão de alongar os prazos de endividamento é uma mudança estratégica, e não um sinal de deterioração estrutural do risco de crédito. Ele acrescenta que a companhia está avaliando diversas alternativas para melhorar a estrutura de capital, incluindo um possível aumento de capital.

No campo operacional, Neves destaca que a Raízen apresentou melhoras marginais, com preços mais altos para o açúcar, margens elevadas e ganho de participação no segmento de distribuição de combustíveis. Também houve avanços no controle de despesas operacionais e redução do CAPEX, confirmando a execução da estratégia de simplificação do portfólio, foco no core business e aumento de eficiência.

O consumo de capital de giro ficou inferior ao padrão histórico para o trimestre. Segundo o analista, esse desempenho reflete tanto a troca de dívida de curto prazo por compromissos de longo prazo com custos mais favoráveis quanto a redução do negócio de trading.

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Para os próximos trimestres, a EQI Research projeta continuidade das melhorias operacionais, com ganhos de eficiência começando a refletir de forma mais relevante nos resultados. No entanto, Neves alerta que não há expectativa de avanço significativo das métricas de crédito no curto prazo, dado que os preços de etanol e açúcar permanecem em níveis desfavoráveis.

Mesmo diante desse cenário, a visão da casa para os títulos de dívida da companhia segue positiva. O analista afirma que a Raízen mantém geração de caixa operacional positiva e vem adotando medidas para acelerar o ajuste de sua estrutura de capital, como a venda de ativos não core, a melhora de margens por meio de controle de despesas e o aumento de eficiência operacional.

Ele também aponta que a posição de liquidez e o perfil de vencimentos são fatores que reduzem o risco de insolvência, já que a companhia mantém um cronograma concentrado no longo prazo e forte acesso ao mercado de capitais.

“Reconhecemos que a companhia atravessa um período conturbado, mas projetamos desalavancagem gradual ao longo dos próximos anos, o que sustenta uma visão construtiva para seus títulos de dívida. Hoje, esses papéis oferecem taxas de juros compatíveis com o risco atual e, caso a melhora na estrutura de capital ocorra mais rapidamente que o previsto, podem ainda proporcionar ganhos de capital adicionais aos investidores”, conclui Neves.

Leia também:

Tira as principais dúvidas sobre a Raízen

Por que a alavancagem da Raízen aumentou no 1T25/26?

A alta de 2,23x para 4,5x na relação Dívida Líquida/EBITDA se deve à sazonalidade do início do ano-safra e à substituição de R$ 8,9 bilhões em linhas de capital de giro de curto prazo por dívida de longo prazo, mais barata.

Esse aumento representa um risco para a saúde financeira da empresa?

Segundo a EQI Research, não. O movimento foi estratégico e visa melhorar o perfil da dívida, reduzindo custos e alongando vencimentos.

A Raízen planeja medidas para melhorar a estrutura de capital?

Sim. A companhia estuda alternativas, incluindo um possível aumento de capital, além de venda de ativos não essenciais e ganho de eficiência operacional.

Quais setores apresentaram melhor desempenho no trimestre?

Houve alta nos preços do açúcar, margens elevadas e ganho de participação no mercado de distribuição de combustíveis, além de redução de despesas e CAPEX.

Qual a visão da EQI para os títulos de dívida da Raízen?

A análise mantém uma visão construtiva, projetando desalavancagem gradual nos próximos anos e considerando adequadas a liquidez e o acesso ao mercado de capitais.