A Cosan (CSAN3) divulgou na noite da última quinta-feira (14) os resultados do segundo trimestre de 2025 (2TRI25), reportando prejuízo líquido de R$ 946 milhões, ante perda de R$ 227 milhões no mesmo período do ano passado.
O desempenho foi pressionado, principalmente, pelo menor resultado de equivalência patrimonial, reflexo da ausência de efeitos positivos registrados no 2TRI24 — como créditos tributários na Raízen (RAIZ4) e ganhos com desinvestimento na Vale (VALE3) — parcialmente compensado pela melhora no resultado financeiro.
A receita operacional líquida consolidada somou R$ 10,478 bilhões, queda de 2% em relação ao 2TRI24. O recuo está ligado ao menor faturamento em alguns negócios do portfólio, como a Raízen e a Moove, parcialmente mitigado pela expansão nas operações da Rumo (RAIL3) e pela estabilidade na Radar.
O EBITDA sob gestão, que considera 100% do resultado ajustado das empresas controladas, totalizou R$ 6,024 bilhões, recuo de 17% na comparação anual. A queda reflete, principalmente, a redução no resultado da Raízen, impactada por menor moagem de cana, menor produtividade agrícola e efeitos pontuais na operação de combustíveis na Argentina, além de menores margens na Compass e queda de volumes na Moove.
Balanço 2TRI25 da Cosan: desempenho por segmento
Na Rumo, o EBITDA ajustado cresceu 6% frente ao 2TRI24, impulsionado por aumento no volume transportado e maior participação nas exportações via Porto de Santos, com preservação das margens mesmo em cenário competitivo.
A Compass registrou queda de 12% no EBITDA, apesar de crescimento de 9% nos volumes de gás distribuído, devido a efeitos não recorrentes que beneficiaram o resultado do período comparativo.
A Moove apresentou avanço de 39% no EBITDA, beneficiada pelo início do reconhecimento das indenizações do incêndio ocorrido em fevereiro, embora ainda enfrente redução nos volumes vendidos.
Já a Radar manteve estabilidade, com R$ 134 milhões em EBITDA, sustentada por receitas de arrendamento e venda de uma fazenda.
Na Raízen, o EBITDA ajustado caiu 23%, refletindo a menor moagem e produtividade agrícola, além de impactos negativos na operação argentina de combustíveis. No Brasil, houve expansão de volumes e rentabilidade no segmento de combustíveis, compensando parcialmente os efeitos adversos.
Falas da administração
Em comunicado, a Cosan destacou que, apesar de um cenário macroeconômico desafiador, com juros elevados no Brasil e tarifas adicionais impostas pelos EUA, o portfólio manteve resiliência. A empresa ressaltou a disciplina na gestão de custos e a preservação de margens na Rumo, o crescimento recorrente da Compass, a reação da Moove após o sinistro e a continuidade da estratégia de reciclagem de portfólio da Radar.
“Seguimos focados em otimizar estruturas, reduzir despesas e racionalizar investimentos, além de fortalecer a estrutura de capital com desinvestimentos já anunciados e alongamento da dívida”, afirmou a administração.
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Tire as suas principais dúvidas do balanço do 2TRI25 da Cosan
A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 946 milhões, ante perda de R$ 227 milhões no 2TRI24, impactada principalmente pela queda na equivalência patrimonial.
A receita operacional líquida consolidada foi de R$ 10,478 bilhões, uma redução de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O indicador somou R$ 6,024 bilhões, queda de 17% na comparação anual, refletindo principalmente a retração no resultado da Raízen.
A Rumo teve alta de 6% no EBITDA, sustentada por aumento nos volumes transportados e preservação de margens. A Moove também avançou 39% no EBITDA com indenizações de sinistro.
A Cosan enfatizou a resiliência do portfólio diante de um cenário macro desafiador e destacou foco em otimização de estruturas, redução de despesas e fortalecimento da estrutura de capital.