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Brava dispara mais de 9% e lidera altas do Ibov após anúncio de investimentos bilionários

Brava dispara mais de 9% e lidera altas do Ibov após anúncio de investimentos bilionários

Papéis reagem positivamente ao plano de investir US$ 550 mi em 2026, com foco em expansão da produção e perfuração de novos poços, apesar de cenário mais desafiador para o petróleo

As ações da Brava (BRAV3) registram a maior alta do Ibovespa no pregão desta quinta-feira (18). Por volta das 15h10, os papéis avançavam 9,11%, cotados a R$ 15,93, impulsionados pelo anúncio de que a companhia planeja investir US$ 550 milhões em 2026.

O movimento ocorre após declarações do diretor financeiro da petroleira, Luiz Carvalho, que detalhou a estratégia de investimentos da empresa em encontro com jornalistas realizado na quarta-feira (17), na sede da companhia, no Rio de Janeiro. Segundo o executivo, cerca de dois terços dos recursos serão destinados à expansão, com a perfuração de quatro novos poços entre 2026 e 2027, enquanto o restante será alocado em manutenção dos ativos.

A Brava manteve o plano de ampliar sua produção mesmo diante de um ambiente de preços mais baixos do petróleo. Os dois primeiros poços devem entrar em operação no quarto trimestre de 2026, no campo de Papa-Terra, enquanto os outros dois estão previstos para o campo de Atlanta, entre o primeiro e o segundo trimestres de 2027.

“A sonda chega em janeiro”, disse Carvalho, ao comentar o cronograma de execução dos projetos, após assumir o cargo de diretor financeiro em novembro.

Com os novos investimentos, a companhia projeta atingir uma capacidade de produção de cerca de 100 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) a partir de 2027, acima dos aproximadamente 90 mil boed esperados para o encerramento deste ano. Para 2026, no entanto, a expectativa é de recuo temporário da produção, em função do declínio natural de campos antes da entrada em operação dos novos poços.

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Petróleo, hedge e endividamento

Ao comentar o cenário para a commodity, Carvalho avaliou que os preços do petróleo devem permanecer pressionados no início de 2026, o que levou a companhia a reforçar sua estratégia de proteção.

“A tendência é que a gente tenha um preço de petróleo, pelo menos na primeira parte do ano de 2026, mais pressionado, eventualmente indo para US$ 55 por barril”, afirmou o executivo.

Segundo ele, a Brava tem cerca de dois terços da produção do primeiro semestre de 2026 protegida por operações de hedge. Para o segundo semestre, a proteção cobre aproximadamente um terço da produção.

No campo financeiro, a companhia deve encerrar o quarto trimestre com um nível de alavancagem semelhante ao do terceiro trimestre, quando a dívida líquida sobre o Ebitda ficou em 2,3 vezes. A meta, de acordo com Carvalho, é reduzir esse indicador para abaixo de 1,5 vez nos próximos anos.

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Fusões, aquisições e visão do mercado

O diretor financeiro também comentou o interesse crescente do mercado em torno da Brava. Segundo ele, a companhia tem sido frequentemente procurada para discutir possíveis operações de fusões e aquisições, embora tenha reiterado que não há negociações em andamento com a Eneva ou com a Ecopetrol, desmentindo rumores recentes.

“Desde que eu cheguei, o que eu mais recebi foi pedido de reunião, foi de companhia de trading, de banco”, afirmou Carvalho, ao destacar o interesse de agentes do mercado em mapear oportunidades.

Na avaliação do executivo, o segmento de petroleiras independentes no Brasil tornou-se mais dinâmico nos últimos anos, abrindo espaço para trocas de ativos ou participações, mais do que grandes operações de M&A envolvendo companhias inteiras.

Apesar da forte valorização recente, analistas seguem otimistas com o papel. O BTG Pactual mantém recomendação de compra para a Brava Energia, com preço-alvo de R$ 27, o que implica um potencial de alta de quase 70% em relação às cotações atuais.