Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Ações
Notícias
Brava (BRAV3): fundo Yellowstone quer fim de poison pill

Brava (BRAV3): fundo Yellowstone quer fim de poison pill

O Yellowstone Fundo de Investimento em Ações, detentor de aproximadamente 5,3% do capital social da Brava (BRAV3), apresentou uma solicitação formal ao Conselho de Administração da empresa para a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE). O objetivo da assembleia é deliberar sobre a exclusão de artigos do Estatuto Social da Brava, que tratam da obrigatoriedade de realização de Oferta Pública de Aquisição (OPA) em caso de aquisição de participação relevante, o chamado poison pill. 

De acordo com o fundo de investimentos, esses dispositivos foram originalmente inseridos para proteger os acionistas minoritários em uma fase inicial de desenvolvimento da Brava, quando o ambiente de mercado e a estrutura acionária exigiam salvaguardas adicionais.

Fundo diz que dispositivo atual da Brava (BRAV3) inibe investimentos

No entanto, segundo o Yellowstone, a atual maturidade da Brava no setor de petróleo e gás e a evolução de sua base acionária justificam a revisão dessas cláusulas. A permanência dessas exigências estatutárias, de acordo com o fundo, pode limitar a flexibilidade estratégica da empresa e dificultar a entrada de novos investidores — especialmente os estratégicos, que poderiam impulsionar o crescimento e a valorização da Brava.

Para o fundo, a proposta visa alinhar a governança da Brava Energia às melhores práticas de mercado, aumentando sua eficiência e competitividade, sem comprometer a transparência ou a equidade entre os acionistas.

BTG: desalavancagem no foco

De acordo com relatório do BTG Pactual (BPAC11), a BRAV3 continua sendo vista como uma alternativa alavancada de exposição ao petróleo, o que a torna particularmente sensível à volatilidade recente da commodity. Apesar dos avanços operacionais evidentes, a geração de caixa operacional da empresa começou a ganhar força — atingindo cerca de R$ 800 milhões no trimestre. No entanto, com um balanço ainda pressionado e um plano de investimentos robusto, a companhia enfrenta dificuldades em transformar esse desempenho em fluxo de caixa livre para os acionistas.

Publicidade
Publicidade

Mesmo com o petróleo Brent acima de US$ 70 por barril, a BRAV consumiu aproximadamente R$ 1,3 bilhão de caixa no trimestre. Em resumo, os resultados são considerados neutros e os investidores devem seguir cautelosos até que a empresa demonstre maior capacidade de converter EBITDA em caixa livre e reduzir sua alavancagem de forma consistente.

O EBITDA do 1TRI25, de R$ 1,1 bilhão — 3% acima das expectativas — reflete a melhora operacional. A produção subiu de forma expressiva, alcançando 71 mil barris de óleo equivalente por dia (+80% na comparação trimestral), impulsionada pelo bom desempenho offshore. Ainda assim, os custos de extração superaram as projeções, em grande parte devido às despesas relacionadas à fase de estabilização dos campos de Atlanta e Papa Terra.

No segmento onshore, a disciplina de custos seguiu como destaque, com o segundo trimestre consecutivo de queda nos custos operacionais (US$ 16,7/boe, redução de 1,3%), um sinal de que a estratégia da BRAV para melhorar sua eficiência começa a mostrar resultados, segundo o banco de investimentos, que tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 32.