A Braskem (BRKM5) tem uma das maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira (15), após negociação envolvendo créditos da empresa detidos por bancos contra a Novonor, totalizando um montante de aproximadamente R$ 20 bilhões. A alta dos papéis da empresa é de 4,40%, a R$ 8,29.

A gestora IG4, comandada por Paulo Mattos, avançou em uma das operações mais relevantes do mercado de capitais brasileiro ao adquirir cerca de R$ 20 bilhões em créditos detidos por bancos contra a Novonor, ex-Odebrecht, que têm como principal garantia ações da Braskem. A transação foi estruturada por meio do Shine I Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, gerido pela Vórtx Capital, e abre caminho para uma mudança significativa no controle da maior petroquímica da América Latina.
Os créditos estavam nas mãos de Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e BNDES e haviam sido oferecidos como garantia pela Novonor por meio de alienações fiduciárias sobre ações ordinárias da Braskem. Com o acordo definitivo firmado entre o FIDC e as instituições financeiras, a totalidade desses créditos será adquirida pelo fundo, sujeita a determinadas condições precedentes.
Braskem: acordo de exclusividade
Em paralelo, foi celebrado um acordo de exclusividade com prazo inicial de 60 dias entre o FIDC e a Novonor para a negociação de uma potencial transação envolvendo as ações da Braskem detidas pela NSP Investimentos, holding do grupo baiano. Durante esse período, as partes se comprometem a negociar de forma exclusiva a estrutura final da operação, elaborar os documentos definitivos e preparar a submissão do caso ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Caso a transação seja concluída nos termos descritos, um fundo assessorado pela IG4 deverá passar a deter, direta ou indiretamente, 50,111% do capital votante da Braskem e 34,323% do capital total da companhia, por meio da utilização parcial dos créditos adquiridos. Na prática, isso representaria a transferência do controle acionário da empresa para um veículo ligado à gestora.
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Como resultado do acordo, a Novonor permanecerá com apenas 4% do capital social da Braskem, representado exclusivamente por ações preferenciais. Essa participação não conferirá quaisquer direitos de governança ou prerrogativas adicionais além daquelas previstas na legislação societária, marcando o fim do papel decisório histórico do grupo na petroquímica.
Em comunicado ao mercado, a Braskem informou ter recebido oficialmente as correspondências tanto da Novonor quanto do Shine I FIDC relatando os termos dos acordos celebrados. A companhia destacou que seguirá mantendo seus acionistas e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos relevantes, em conformidade com as regras da Comissão de Valores Mobiliários e demais legislações aplicáveis.
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