O Tesouro Direto alcançou a marca histórica de 3 milhões de investidores em dezembro de 2024, um crescimento de 22% em relação ao ano anterior, quando havia 2,5 milhões de participantes. O número faz parte do levantamento mais recente da B3 sobre o perfil dos investidores pessoa física no Brasil.
O estudo abrange não apenas os dados do Tesouro Direto, mas também informações sobre produtos de crédito privado, contas remuneradas, aplicações automáticas, Renda Variável, derivativos e dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para a poupança.
Expansão do Tesouro Direto
Criado em 2002 pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em parceria com a B3 ($B3SA3), o Tesouro Direto tem o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos federais. Desde novembro de 2024, não há valor mínimo exigido para investimentos, e o teto por investidor é de R$ 2 milhões.
O saldo total em custódia do programa subiu de R$ 126,8 bilhões para R$ 142,7 bilhões no período de um ano, um aumento de 13%. Entretanto, o saldo médio por investidor caiu de R$ 2,5 mil para R$ 1,7 mil, uma redução de 31%, o que indica a entrada de novos investidores com aportes menores.
Os títulos mais populares entre os investidores são o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA, que juntos representam 75% do saldo total. O Tesouro Selic, em especial, aumentou sua participação no portfólio dos investidores, passando de 27% em 2020 para 40% no fim de 2024.
Renda+ ganha adesão entre os mais jovens
O Tesouro Renda+, lançado em janeiro de 2023 em parceria com a STN, a B3 e a Secretaria de Previdência (SPrev), também registrou forte crescimento. O produto, voltado para aposentadoria, permite ao investidor programar uma renda mensal por 20 anos após atingir a idade escolhida.
O levantamento revelou que o número de jovens entre 18 e 24 anos investindo no Renda+ cresceu 14% no último trimestre de 2024, chegando a 54,6 mil investidores. A maior concentração, no entanto, está na faixa de 25 a 39 anos, que representa 47% do total de investidores. Já a faixa etária de 40 a 59 anos detém 63% do saldo investido.
Aumento de contas remuneradas e aplicações automáticas
A popularização da bancarização digital tem impulsionado o crescimento das contas remuneradas e aplicações automáticas, que atingiram 91,8 milhões de pessoas em 2024, um aumento de 22% em relação ao ano anterior.
O avanço desse tipo de aplicação está diretamente ligado às fintechs e bancos digitais, que oferecem alternativas para rentabilizar o saldo disponível nas contas dos clientes.
Renda fixa e renda variável seguem em alta
Os investimentos em Renda Fixa também apresentaram crescimento. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) tiveram um salto de 31% no número de investidores, chegando a 400 mil pessoas físicas. Já os investimentos em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e Recibos de Depósitos Bancários (RDBs) cresceram 23% em saldo custodiado.
Na Renda Variável, o número de investidores atingiu 5,3 milhões em dezembro de 2024, um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. No mercado de equities, 1,7 milhão de pessoas fizeram ao menos uma operação mensal, sendo responsáveis por 13,11% do volume negociado.
Poupança ainda é preferência de muitos brasileiros
Apesar do crescimento das aplicações financeiras mais rentáveis, a poupança continua sendo um dos investimentos mais utilizados. O número de contas saltou de 586,7 milhões para 649,3 milhões entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, um aumento de 11%. O volume total depositado cresceu 12%, chegando a R$ 5,04 trilhões.
A grande maioria das contas, 538 milhões, possui valores inferiores a R$ 1.000. Já as contas com saldo superior a R$ 250 mil somam apenas 2 milhões, evidenciando a concentração de grandes valores em uma parcela menor da população.
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Distribuição regional e perfil dos investidores
A pesquisa também destacou a evolução da participação de diferentes regiões no mercado de investimentos. O Norte do país liderou o crescimento percentual de investidores em renda variável, com um aumento de 9,6% em 2024, seguido pelo Nordeste, com alta de 9,1%. O Sudeste segue como a região com maior número absoluto de investidores, somando 3,02 milhões.
Em relação ao perfil dos investidores, os homens continuam sendo maioria na renda variável, representando 74% do total. No entanto, a participação feminina subiu de 24% para 26%. Além disso, mulheres costumam iniciar seus investimentos com valores superiores aos dos homens: enquanto elas entram na bolsa com um aporte médio de R$ 300, os homens começam com R$ 141.
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