Você sabe o que é startup, quais os tipos e como abrir a sua própria? Aqui, esclarecemos tudo sobre o tema e trazemos dicas imperdíveis. Veja!
O termo startup já está consolidado na cultura empresarial e é cada vez mais assimilado por toda a sociedade.
Atributos como a inovação, resiliência e a mente milionária estão associados aos empreendedores que escolhem percorrer esse caminho. Contudo, ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto.
Como abrir ou investir em uma startup? Você sabia que existem vários tipos de startups? E que não precisa ter um grande capital para poder investir em uma? No texto de hoje, vamos tirar essas e muitas outras dúvidas sobre o assunto.
O que é uma startup
Existem diversas definições sobre o que é uma startup. De forma resumida, podemos dizer que startups são organizações que buscam resolver um problema de uma pessoa, de uma organização ou, até mesmo de uma sociedade.
Contudo, para ser caracterizada como tal, ela precisa fazer isso utilizando tecnologia de uma maneira inovadora e que seja escalável, ou seja, ser capaz de crescer rapidamente. Esta definição serve para diferenciarmos o que é uma empresa tradicional e o que é uma startup.
Além disso, as startups geralmente estão em estágio inicial, com uma organização temporária. Elas visam um modelo de negócio escalável que possa crescer sem gerar custos fixos em grande escala. Por isso, as startups estão em constante adaptação, até encontrarem um modelo de negócio baseado em três pilares: escalabilidade, replicabilidade e lucratividade.
Uma dúvida muito comum é se uma startup precisa ser uma empresa recém-criada. A resposta não é definitiva. Embora esse tipo de empresa seja associado a organizações embrionárias, para muitas pessoas da área, uma startup deve ser assim caracterizada pela mentalidade inovadora e pelo jeito diferenciado de fazer negócios.
Outra definição vem de um empreendedor do Vale do Silício e autor de vários livros sobre empreendedorismo, Eric Ries. Em seu livro A Startup Enxuta, ele escreve que uma startup é “uma instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza”. O grau de extrema incerteza do qual Ries fala se deve ao objetivo de ter uma escalabilidade muito alta, logo, o risco também se torna muito alto.
Atualmente, o Brasil possui um bom ecossistema para esse tipo de negócio. Apesar de existirem muitas empresas que faliram, são mais de 10 mil startups registradas e mais de 700 coworkings. Além disso, existem 400 aceleradoras e incubadoras.
Da ideia ao sucesso
Apesar da cultura e do ecossistema de startups terem mudado ao longo dos anos, os princípios básicos de como começar uma ideia visando o sucesso continuam o mesmo. Segundo a Revista Exame, os degraus fundamentais são:
- Ideia: a detecção da oportunidade, seja através de uma inovação ou de uma oferta ainda não trabalhada pelo mercado;
- Modelo de negócio: o processo ou fórmula pelo qual a startup cria, entrega e captura valor;
- Elevator pitch: um discurso curto que condensa claramente o que a startup pretende oferecer, e por que o produto é viável;
- Mockup: uma maquete bem simples que traduz visualmente a aparência do produto, ajudando a entendê-lo um pouco melhor;
- Protótipo: uma simulação de como o produto ou serviço irá funcionar quando estiver nas mãos do cliente.
Ainda segundo a revista, depois de chegar em um protótipo, existem alguns outros passos que o empreendedor também deve dar para alcançar o sucesso com a sua startup:
- Minimum viable product: o MVP (produto mínimo viável), que representa o produto mais simples pelo qual o cliente aceita pagar;
- Receita: nessa fase trabalha-se para incrementar o produto já pronto e aumentar a receita;
- Break-even: o ponto onde as receitas se estabilizam e a startup deixa de dar prejuízo;
- Product-market fit: quando a startup encontra o mercado que demanda o produto em uma taxa até maior do que a startup consegue atender;
- Saída: nessa fase, o empreendedor vende sua startup parcialmente ou totalmente para uma grande empresa, ou abre seu capital na bolsa.
Tipos de Startups
As startups podem ser divididas em diversas formas. Uma delas é em relação ao tipo de negócio. Vejamos os principais:
- B2B (Business to Business): startups que tem como público alvo outras empresas em vez de atender diretamente o consumidor final pessoa física. Podemos citar como exemplo uma startup que cria softwares de gestão para escritórios de contabilidade. É uma jurídica atendendo diretamente outras pessoas jurídicas;
- B2C (Business to Consumer): nesse caso, o objetivo é fornecer um serviço diretamente ao consumidor final. Um caso conhecido é a Uber. Embora atualmente exista a discussão se a Uber ainda é ou não uma startup, fato é que ela começou como uma, fornecendo um aplicativo de transporte como serviço. Além disso, empresas de cashback geralmente estão incluídas nesse segmento;
- B2B2C (Business to Business to Consumer): são organizações que visam fazer parcerias com outras empresas com objetivo de fazer uma venda diretamente para o consumidor final. É o caso do aplicativo iFood, por exemplo. Ele faz parceria com restaurantes para ajudar nas vendas diretas para o cliente final;
- C2C (Consumer to Consumer): é a relação entre dois ou mais consumidores. As transações de venda ocorrem por um intermediário, como um site de compra e venda.
Ainda existem alguns tipos de startups que não são tão comuns, mas que vale a pena mencionar. São elas:
- B2E (Business to Employee): Visa uma relação comercial entre uma empresa e seus colaboradores;
- B2G (Business to Government): São startups que têm por objetivo estabelecer relações comerciais diretamente com o governo, seja ela municipal, estadual ou federal.
Além disso, as startups podem ser divididas em função de suas características. Vejamos as principais:
- Small Business: são de pequeno porte. Ideais para o empreendedor iniciante que não tem ambição de se tornar grande em um primeiro momento. Esse tipo de startup geralmente é financiado com o capital do próprio empreendedor;
- Lifestyle business: negócios bastante parecidos com o small business, mas que nasce a partir de um sonho ou de uma paixão dos fundadores;
- Social: criada para entregar um benefício social para empreendedores que desejam causar um impacto positivo no mundo. A rigor, essas startups não têm por objetivo o lucro;
- Large-company: nasce como um subproduto dentro de uma empresa já estabelecida no mercado, com o objetivo de inovar no seu modelo de negócio ou testar um novo produto. Torna-se uma espécie de braço da organização-mãe;
- Buyable: são negócios criados para serem vendidos ou adquiridos no futuro. Geralmente demandam bastante capital para crescer, embora já estejam atentos aos possíveis compradores no mercado;
- Scalable: são startups que nascem com o objetivo de se tornar escalável, a fim de causar grande impacto, podendo eventualmente ser listada na bolsa e ter seu capital aberto. Geralmente faz uso de capital de risco e chama muito a atenção de investidores. Nesses casos, em função da alta demanda do projeto, a remuneração dos empreendedores acontecerá mais próximo do fim do processo.
Tipos de Modelo de Negócio de uma Startup
- SaaS (Software as Service): são startups que oferecem softwares que ajudam na automação dos serviços;
- Marketplace: um dos modelos mais famosos da atualidade. Funciona como um shopping virtual, que conecta ofertas e demandas por meio de uma plataforma digital;
- Assinatura: funciona com a entrega constante de serviços em troca de uma mensalidade. É uma tendência atualmente e pode ser visto no modelo da Netflix;
- Redes Sociais: é o modelo que apresenta um conteúdo sem valor financeiro, mas que, em troca, o cliente precisa assistir às publicidades da plataforma. É muito utilizado em aplicativos que também disponibilizam uma opção “premium” sem publicidade, em troca de uma mensalidade. O Youtube se utiliza desse modelo.
O que é um Investidor-anjo
Investidores-anjo são pessoas físicas que aplicam o próprio patrimônio em startups que eles acreditam ter chances de alto retorno. Esse investimento é feito junto com outros investidores nas chamadas rodadas de investimento, que visam fazer a análise de empresas. Essas rodadas podem variar de 50 mil a 500 mil reais. Geralmente, esses investidores são pessoas de alta renda, como ex-executivos ou ex-empreendedores, ou que ainda atuam nas suas áreas, além de profissionais liberais que querem se envolver no mundo das startups e empresas com alto potencial de crescimento ou somente investir em empresas.
Para esses investidores, a chance de ter um alto potencial de retorno sobre capital investido compensa o alto grau de risco das startups. Além da motivação financeira, o investidor anjo também acaba interagindo com novas tecnologias em mercados inovadores e também com os fundadores desses potenciais negócios, ou seja, uma vivência social muito rica.
Como investir em empresas startups
Você quer saber como investir em empresas startups? Para quem quer fazer um investimento financeiro em startups, existe o Equity Crowdfunding. Semelhante ao tradicional crowdfunding, mas com a diferença de que as pessoas passam a ter participação societária na empresa (equity = ações, capital próprio).
As plataformas são regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Instrução 588 da instituição. Ou seja, para que uma empresa possua uma plataforma desse tipo, é preciso que seja aprovada pela CVM, o que garante credibilidade ao serviço.
Por ser um financiamento coletivo, permite que os investidores aportem valores menores que os tradicionais. No entanto, há sempre um valor mínimo que varia de acordo com cada plataforma, mas que costuma ser por volta de 500 e mil reais.
Essa é uma iniciativa que democratiza os investimentos em startups, que antigamente eram típicos das rodadas de aportes que poderiam chegar à cifra do milhão. O Equity Crowdfunding, no entanto, não altera o alto risco do investimento, que permanece, assim como nos formatos mais tradicionais de investimento.
Por sua vez, o valor do aporte dos investidores pode retornar de diversas formas. A primeira delas pode se dar quando a startup é comprada e o retorno do investimento é dado para todos investidores. Mas e se a empresa não for comprada? Bem, aí o investidor também pode ter o retorno do dinheiro investido do próprio aporte quando a empresa realizar uma nova rodada de investimento, por exemplo.
Vale ficar atento, porque as plataformas de investimento possuem regras específicas que estabelecem um prazo para a continuidade do investimento. Depois disso, o investidor decide se quer realmente se tornar sócio da empresa ou se ele quer receber o aporte corrigido no valor já previsto na oferta.
Para isso, existem as plataformas de investimentos, como a Captable. Nelas, você escolhe a startup em que quer investir, faz perguntas aos empreendedores através de fóruns e se torna sócio de marcas inovadoras. Vale ressaltar que startups são investimentos de alto risco, diferente de aplicações de renda fixa, por exemplo.
O investimento em startups tem suas semelhanças com outros mais tradicionais, mas sua valuation não pode ser como avaliar uma empresa na bolsa de valores. Ao mesmo tempo, quem se interessar por isso não deve confundir as startups com as microcaps, ou seja, empresas pequenas com ações na bolsa. Métricas como o ROA (retorno sobre ativo), giro de ativo e até mesmo o cálculo do lucro líquido não podem ser utilizadas como parâmetro.
Isso acontece porque a maioria das startups está em fase embrionária, algumas até com um faturamento muito pequeno.
Ao investir em uma startup, você está investindo no empreendedor e na ideia. O ideal é você estudar sobre o que se trata o negócio em si e acreditar que ele pode crescer e gerar impacto de forma inovadora e que possui uma equipe competente e motivada para tocá-lo. Vejamos mais alguns pontos que você deve procurar em uma startup:
- Resultados: mesmo que pequenos, resultados positivos frente aos objetivos propostos representam um bom indício de que o negócio tem potencial;
- Equipe: as grandes empresas olham sempre se o recurso humano envolvido no projeto é capaz de colocar em prática a inovação proposta. De nada adianta ter a melhor ideia do mundo e não conseguir praticá-la;
- Mercado: é importante que o serviço oferecido pela startup venha solucionar uma demanda existente e significativa do mercado. Pode até ser que essa necessidade não esteja tão visível para todos, mas, ainda assim, precisa existir;
- Flexibilidade: é a capacidade de uma startup mudar o modelo de negócios ao perceber que sua estratégia não deu os resultados esperados. É natural que uma startup tenha que trocar de modelo algumas vezes antes de encontrar aquele que vai levá-la ao sucesso;
- Inovação: é o combustível e o que deve estar no DNA das startups. Muitas empresas pequenas que tinham a inovação como parte dos seus cotidianos deixaram para trás outras organizações maiores, que haviam perdido essa característica.
O que são incubadoras
A incubadora é um espaço totalmente dedicado a dar instrução, prática e modernização para novas ideias de negócio. Muitas pessoas têm uma ideia inovadora de negócio, mas não sabem como gerir suas empresas dentro do mercado. É aí que entram as incubadoras. Elas dão acompanhamento constante para que o novo negócio, agora com o enquadramento de startup, caminhe com as próprias pernas.
Entre os aspectos desse suporte, estão:
- Serviço de gestão empresarial e informação;
- Auxílio na gestão tecnológica;
- Comercialização de produtos e serviços;
- Contabilidade;
- Marketing;
- Assistência Jurídica.
Geralmente as incubadoras são vinculadas a universidades, mas também existem as de iniciativa privada e as que pertencem a órgãos governamentais. Para que a sua startup entre em uma incubadora, você vai passar por um processo seletivo que visa avaliar:
- Se a ideia é inovadora;
- Se o projeto apresenta uma proposta clara para se construir.
Além disso, cada incubadora tem os seus critérios particulares de avaliação. O recomendável é procurar incubadoras que tenham a ver com o seu negócio. Vale ressaltar também que as incubadoras colocam um prazo para a startup utilizar o seu espaço, geralmente de 2 anos, podendo ser prolongado.
O que são Aceleradoras
Aceleradoras são empresas que visam realmente acelerar a jornada de amadurecimento de uma startup. As duas partes vão elaborar um plano de trabalho em comum acordo para ser executado durante o processo. As aceleradoras diferem das incubadoras, pois são destinadas a startups que já possuem um certo tempo de mercado. Elas são empresas que já têm um determinado capital e que possuem uma tese de investimento e uma tese de acompanhamento.
A primeira se refere à forma em que a aceleradora investe nas startups, os estágios de investimento e as áreas de interesse que direcionam o seu dinheiro (startup social, de educação, do mercado financeiro, etc). Já a tese de acompanhamento diz respeito à metodologia adotada pela aceleradora que será posta em funcionamento junto às startups dentro de um período específico, podendo variar de 3 meses a 1 ano, por exemplo.
As aceleradoras contam com equipes de mentores e especialistas que vão compartilhar suas experiências de mercado, de modo que as startups não cometam os mesmos erros e se inspirem nas vivências dos demais profissionais para seguirem em frente. A maioria das aceleradoras cede recursos financeiros à startup acelerada, além de muitas horas dedicadas à aceleração do negócio. Em troca disso, a startup cede à aceleradora um percentual minoritário do seu negócio.
Após o processo de aceleração, o que se espera é que a startup tenha crescido, aumentado o seu valor de mercado e até alcançado o ponto de equilíbrio. Em alguns casos, a aceleradora prepara a startup para uma nova rodada de investimento ou de aceleração. Quando você for procurar uma aceleradora para sua startup, é sempre válido procurar saber quem são as pessoas que farão parte da equipe e que darão apoio ao seu projeto. Dessa forma, você saberá dizer se essas visões de mundo poderão contribuir para o sucesso do seu negócio.
Startup Unicórnio
Uma startup que conseguiu ser avaliada em 1 bilhão de dólares antes mesmo de fazer um IPO (Initial Public Offering), mas que provavelmente são empresas que irão entrar na bolsa: essa é a definição sobre o que são unicórnios no ecossistema de startups.
Quando o termo foi criado em 2013, haviam somente 39 que se enquadraram como unicórnios. Em 2022 esse número cresceu muito e já somam mais de mil startups avaliadas em 1 bilhão de dólares antes de abrirem o seu capital.
Segundo a Forbes, o Brasil é o décimo país com maior número de unicórnios. São 17 startups brasileiras nesse rol atualmente. Você com certeza conhece algum deles e deve estar atento, pois, caso abrirem capital, eles podem se tornar alguns dos melhores investimentos em 2022.
- QuintoAndar
- O que faz: aluguel e venda de imóveis;
- Virou unicórnio em: Setembro de 2019.
- C6 Bank
- O que faz: banco digital;
- Virou unicórnio em: Dezembro de 2020.
- iFood
- O que faz: delivery de alimentos e bebidas;
- Virou unicórnio em: Novembro de 2018.
- Nuvemshop
- O que faz: plataforma de ecommerce;
- Virou unicórnio em: Agosto de 2021.
- Wildlife Studios
- O que faz: jogos para smartphones;
- Virou unicórnio em: Dezembro de 2019.
- MadeiraMadeira
- O que faz: ecommerce de móveis e artigos para casa;
- Virou unicórnio em: Janeiro de 2021.
- Loft
- O que faz: compra, venda e reforma de imóveis;
- Virou unicórnio em: Janeiro de 2020.
- CloudWalk
- O que faz: plataforma de meios de pagamento;
- Virou unicórnio em: Setembro de 2021.
Vale lembrar também de algumas startups que deixaram de ser unicórnios após abrirem seu capital na bolsa. É o caso da 99 Táxi e do Nubank.
No mundo, atualmente, a lista das principais startups começa com a dona do aplicativo TikTok, seguida pela empresa de tecnologia de Elon Musk. Vejamos a lista:
- Bytedance – US$140 bilhões (R$678 bi);
- SpaceX – US$100,3 bilhões (R$486,1 bi);
- Shein – US$100 bilhões (R$484 bi);
- Stripe – US$95 bilhões (R$460 bi);
- Klarna – US$45,6 bilhões (R$221 bi);
- Checkout.com – US$40 bilhões (R$193 bi);
- Canva – US$40 bilhões (R$193 bi).