Quem investe na bolsa, está sempre à procura de ações que ofereçam os melhores ganhos. Nesse sentido, as small caps são boas alternativas para quem aceita correr mais riscos em troca de um maior potencial de rentabilidade.
No mercado acionário, as companhias são classificadas pela sua capitalização, ou seja, pelo seu valor de mercado. Quando falamos em small caps, estamos nos referindo às empresas que ainda não são tão conhecidas ou negociadas pelo público.
Há também quem se refira às small caps como ações de segunda ou terceira linha. Embora pareça pejorativo, é simplesmente uma expressão de mercado para diferenciar as companhias listadas na bolsa. Ou seja, uma small cap não é, necessariamente, uma empresa pequena ou em más condições financeiras. Ao contrário, há muitas que se destacam em setores da nova economia e que tiveram expressiva valorização nos últimos anos.
Que tal saber mais sobre as small caps? Então, continue a leitura para entender como identificar e investir nessas empresas.
O que são small caps?
Antes de mais nada, é preciso entender que não há uma faixa fixa de valores que determine a classificação das empresas pela sua capitalização. De forma geral, considera-se small caps as companhias com capitalização de mercado de até US$ 1 bilhão.
Você pode estar se perguntando: e como saber a capitalização de mercado de uma empresa? Para obter esse valor, basta multiplicar a quantidade de ações em circulação pelo preço de cada uma delas. Assim, temos a seguinte fórmula:
Capitalização da empresa = total de ações x preço unitário
Características dessas empresas
Além da capitalização de mercado, outros quatro aspectos identificam uma small cap: o risco, a liquidez, a transparência para o investidor e o pagamento de dividendos. A seguir confira como cada um desses aspectos funcionam nessas empresas.
Risco
Normalmente, investir em uma small cap envolve mais risco do que adquirir ações de grandes empresas como Petrobras, Vale e outras gigantes da bolsa. Isso porque muitas dessas empresas, ou são novatas ou atuam em setores ainda não tão consolidados. É o caso de empresas de tecnologia, e-commerce e outros segmentos da nova economia.
Dessa forma, a previsibilidade de resultados de uma small cap acaba sendo menor em relação a empresas de setores mais tradicionais. Consequentemente, os riscos para o investidor também aumentam.
Liquidez
Quando falamos em liquidez, estamos nos referindo ao volume de negociação das ações da empresa na bolsa.
Justamente pelo fato de as small caps serem menos conhecidas e mais arriscadas, a procura pelas suas ações é bem menor quando comparada às gigantes da bolsa. Para o investidor, isso pode vir a ser um problema. Isso porque, em determinados momentos, a demanda por esses títulos pode ser baixa. Nessa situação, ele poderá levar mais tempo para negociar esses papéis.
Outro ponto ligado à liquidez são os preços das ações. Nesse sentido, quanto maior o volume de negociação, mais estáveis tendem a ser os preços. Ou seja, as small caps, teoricamente, apresentam mais oscilações do que empresas de maior valor de mercado.
Transparência para o investidor
Outro aspecto importante ao analisar essas empresas diz respeito à transparência de suas informações.
De forma geral, as informações das grandes companhias são mais transparentes e de fácil acesso para os investidores. Por outro lado, isso não é uma realidade entre todas as small caps. Muitas vezes, essas empresas não têm ainda uma governança corporativa bem definida, ou mesmo demonstrações contábeis tão detalhadas.
Pagamento de dividendos
Outra característica das small caps é a necessidade constante de reinvestimento no próprio negócio.
Como atuam em novos mercados, normalmente há sempre um projeto de expansão ou o desenvolvimento de um novo produto nessas empresas. Dessa forma, não há espaço para o pagamento de dividendos com tanta regularidade aos acionistas. Em outras palavras, acaba sendo mais vantajoso reinvestir os lucros na atividade do que distribuí-los com tanta frequência.
O que são large caps (ou blue ships)
Agora que vimos as características das small caps, dá para imaginar o que são as large caps, certo?
Também conhecidas como blue ships ou big caps, essas são as ações das empresas que negociam os maiores volumes na bolsa. Nesse sentido, uma das vantagens para o investidor é a maior estabilidade que proporcionam.
Como atuam em setores mais consolidados, as blue ships costumam ter maior constância de faturamento e de resultados. Além disso, como esses setores já não demandam tanto investimento, as companhias costumam ser boas pagadoras de dividendos.
Índice Small Cap (SMLL)
Na bolsa brasileira, existe um índice que representa as small caps – o SMLL. Esse índice, formado pelas empresas de menor capitalização, é um bom termômetro para os investidores analisarem as tendências dessas companhias no mercado.
A cada quatro meses, é feita uma revisão no SMLL. Para que as empresas possam participar do índice, a B3 estabeleceu os seguintes critérios:
- As ações devem estar fora da lista que representam 85% do valor de mercado de todas as empresas listadas na bolsa.
- Ao mesmo tempo, as ações devem estar entre as 99% mais negociadas na bolsa.
- Devem também ter presença em 95% dos pregões no período de vigência das três carteiras anteriores.
- As ações não podem ser penny stocks, ou seja, valerem menos de um real.
Vale a pena investir nas empresas de menor capitalização de mercado?
Para quem busca alto potencial de valorização, investir em uma small cap pode ser uma boa alternativa. Isso porque, em um mercado em expansão, as chances de um forte crescimento são maiores do que em um setor já maduro.
Há vários exemplos na bolsa de empresas que cresceram e valorizaram suas ações de forma exponencial. Nesse sentido, um dos mais emblemáticos é o da Magazine Luiza. Quando a varejista abriu o seu capital, em 2011, suas ações foram negociadas a menos de 50 centavos. Dez anos depois, as ações chegaram ao pico histórico de 25 reais.
Por outro lado, empresas menos experientes atuando em setores menos consolidados representam um risco maior ao investidor. Por isso, antes de investir em uma small cap, é preciso conhecer bem a empresa. Saber sobre seu histórico, projetos, governança, perspectivas de mercado são alguns dos pontos fundamentais para escolher ações com segurança.
Lembrando que o investimento em ações deve ter um horizonte de longo prazo. E, no caso das small caps, isso é uma verdade ainda maior, pois essas companhias precisam de mais tempo para a maturação de seus projetos. É claro que valorizações relâmpago acontecem, e temos diversos casos na bolsa que comprovam isso. No entanto, essa não pode ser a motivação de quem investe em companhias ainda em desenvolvimento.
Como investir em small caps
Agora que já sabemos o que são essas ações e quais as suas vantagens e riscos, é hora de conhecer formas de investir nessas empresas.
Basicamente, há três maneiras de investir em small caps: diretamente nas ações, em fundos de investimento e em ETFs. A seguir, veja como funciona cada uma das alternativas.
Ações
Para comprar ações de small caps, a primeira coisa a fazer é abrir conta em uma corretora. Com a conta aberta, você já pode fazer as negociações diretamente na plataforma da corretora, que é ligada ao pregão da bolsa.
Nesse caso, é importante conhecer o trabalho dos analistas da sua corretora. Isso porque, muitas vezes, as small caps não estão nas principais manchetes do mercado. Dessa forma, os profissionais precisam ter bom acesso a informações sobre essas empresas, para que possam acompanhar o seu desempenho.
Leia também:
- Small caps: em cenário de juros em alta, vale investir em ações de crescimento?
- O que são ações growth?
- O que são ações value?
Fundos de investimento
Já os fundos de investimento são uma forma mais fácil e acessível de investir nessas empresas. Principalmente para quem não tem muito conhecimento sobre o mercado acionário, ou não dispõe de tempo para escolher e acompanhar as ações.
Isso porque quem faz esse trabalho é o gestor do fundo, que conhece bem o mercado das small caps. Dessa forma, consegue escolher empresas ainda pouco conhecidas e com bom potencial de valorização.
O investidor pode ter acesso a esses fundos na própria corretora. No entanto, as suas cotas são negociadas fora da plataforma, ou seja, não estão na bolsa.
ETF
Os ETFs (ou “fundos de índices”) também são uma forma de o investidor acessar as small caps. Basicamente, a característica desse investimento é replicar determinado ativo ou índice do mercado financeiro.
Em relação às small caps, há dois ETFs atualmente oferecidos pela B3: o SMAL11 (iShares BM&FBovespa Small Cap Fundo de Índice) e o SMAC11 (It Now Small Fundo de Índice).
Ambos buscam replicar o SMLL, índice que, como vimos, representa uma carteira teórica de empresas de menor capitalização de mercado.
No entanto, a diferença é que o SMALL11, negociado desde 2008, é oferecido pela gestora norte-americana BlackRock. Por outro lado, o SMAC11, criado em 2020 pelo Itaú, é mais uma alternativa para quem deseja investir nessas companhias.
Uma das grandes vantagens de investir em ETFs é a diversificação que proporcionam de forma muito acessível. Nesse sentido, é fácil encontrar cotas de ETFs de valores baixos, e a sua taxa de administração costuma ser inferior à média dos fundos de investimentos.
- Leia também: ETFs: conheça essa opção para começar na bolsa
Que tal saber mais sobre as small caps, ou conhecer outras modalidades interessantes para a sua carteira? Se você está pensando em diversificar os seus investimentos e gostaria de um auxílio, preencha o formulário para que a assessoria da EQI Investimentos possa lhe contatar!
