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Títulos incentivados: o que são? Veja!

Títulos incentivados: o que são? Veja!

A mudança promovida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nas emissões de CRIs, CRAs, LCIs e LCAs desponta como uma oportunidade para quem tem tais papéis em carteira.

Isso porque esses títulos incentivados, que tendem agora a ficar mais escassos no mercado, podem ser negociados no mercado secundário, com o investidor ganhando mais com a venda antecipada e a marcação a mercado.

Acompanhe e entenda tudo a respeito!

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Marcação a mercado de títulos incentivados: entenda as mudanças

Em reunião extraordinária realizada na última quinta-feira (1), o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ajustes nas diretrizes que regulam os lastros e prazos de vencimento de títulos incentivados, tais como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), e Letras Imobiliárias Garantidas (LIG).

O objetivo dessas mudanças, alega o CMN, é aprimorar a eficiência das políticas públicas de apoio aos setores do agronegócio e imobiliário, garantindo que esses instrumentos estejam respaldados por operações alinhadas às suas finalidades originais.

As novas regras restringem a emissão desses títulos incentivados a setores intimamente vinculados ao agronegócio e imobiliário, eliminando a possibilidade de utilizar, por exemplo, saldos a pagar de aluguel.

Diante dessas alterações, espera-se um menor volume de títulos bancários, como LCAs e LCIs, e também possivelmente uma diminuição de emissões de CRAs e CRIs, que não estarão caracterizados como crédito agrícola ou imobiliário como o CMN entende a partir de agora.

As regras do CMN foram recebidas com surpresa pelo mercado e classificadas como rígidas, porque tornaram imediatamente inválidas operações prestes a serem lançadas, mantendo apenas as já em andamento.

Estima-se que, de 400 ofertas (R$ 46,7 bi em volume) realizadas em 2023, 34% (50,5% em volume) não se enquadrariam nas novas regras, o que indica que pode haver uma forte queda nas emissões desses papéis daqui em diante.

E, com a escassez, surge a oportunidade no mercado secundário. Em live realizada pela EQI Research nesta quarta-feira (7), André Arantes, sócio e diretor de assessoria da EQI Investimentos, chamou a atenção para esta possibilidade.

“É hora de olhar para a carteira e ver se vale a pena vender o título que se tem antes do vencimento, no mercado secundário, capturando a valorização que está acontecendo, já que serão títulos que não serão mais encontrados no mercado”, indica.

Para tanto, ele recomenda, é preciso contar com assessoria de profissional qualificado, para saber a hora certa de fazer a negociação. “A função do assessor de investimento é entender o perfil, o apetite e a necessidade do investidor e apresentar as oportunidades. Estamos diante de uma oportunidade, então chame o seu assessor e converse sobre isso”, diz.  

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O que é o mercado secundário de Renda Fixa?

O mercado secundário de Renda Fixa refere-se ao ambiente de negociação no qual investidores compram e vendem títulos já emitidos, ou seja, títulos que não são novas emissões, mas que foram previamente colocados no mercado primário e agora estão sendo transacionados entre investidores.

Nesse mercado, os participantes negociam títulos de Renda Fixa, como debêntures, Certificados de Depósito Bancário (CDB), LCIs, LCAs, CRIs e CRAs.

As operações no mercado secundário permitem que os investidores comprem títulos de outros investidores que desejam vender suas posições antes do vencimento dos títulos.

Isso oferece liquidez ao mercado, proporcionando aos investidores a flexibilidade de entrar ou sair de posições de forma mais ágil, além de possibilitar a precificação dos ativos de acordo com as condições de mercado.

Os preços no mercado secundário são determinados pela oferta e demanda, sendo influenciados por fatores como taxas de juros, condições econômicas, risco de crédito e percepção do mercado em relação aos títulos específicos.

Quando um investidor vende um título no mercado secundário, o comprador assume os direitos e obrigações associados ao título, incluindo o valor principal no vencimento.

Como funciona a marcação a mercado de títulos incentivados no mercado secundário?

A marcação a mercado é uma prática comum no mercado secundário de Renda Fixa, no qual os preços dos títulos são ajustados diariamente. É um método que ajusta o valor de um ativo com base em seu preço de mercado atual.

Ou seja: em vez de esperar até o vencimento para receber o valor nominal do título, os investidores podem comprar ou vender esses títulos no mercado secundário antes do prazo final e receber por eles o valor que o mercado, naquele momento específico, considera o adequado.

Vale dizer que os títulos são negociados com base na oferta e na demanda, o que gera oscilação. E com a futura escassez de títulos incentivados no mercado, os preços desses papéis tende a subir no mercado secundário.

Se o preço do título estiver acima do valor de face, o investidor pode considerar vender o título no mercado secundário, garantindo um ganho maior antes do vencimento.

Embora a marcação a mercado ofereça oportunidades, os investidores também devem estar cientes dos riscos associados às flutuações de preço. Por isso é recomendado investir com a assistência de um assessor de investimentos.

Após mudanças, aumenta a busca por debêntures incentivadas

As recentes restrições estabelecidas pelo CMN para as emissões de Certificados e Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio desencadearam também uma busca intensa nos últimos dias por debêntures incentivadas, que garantem isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas.

Em apenas dois dias úteis após a implementação da resolução governamental, o mercado secundário desses papéis registrou um volume de negociação extraordinário, atingindo R$ 2,5 bilhões na última segunda-feira (5), marcando o maior patamar em um ano, conforme levantamento realizado pela área de pesquisa do Banco ABC Brasil, a pedido do jornal Valor.

Normalmente girando em torno de R$ 600 milhões, esse movimento excepcional resultou em uma queda nos chamados spreads, que representam a diferença entre as taxas pagas pelos títulos e os rendimentos das NTN-Bs (títulos IPCA+ do Tesouro).

Os participantes do mercado interpretam que a oferta de títulos incentivados será reduzida após a resolução, levando investidores e gestores a correrem para adquirir debêntures isentas enquanto ainda estão disponíveis.

Você leu sobre a oportunidade de ganho com a marcação a mercado de títulos incentivados. Para mais notícias sobre Renda Fixa, clique aqui.